quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Uma receita do Pio para que 2010 seja um feliz ano novo para você.

Pensei em você e em todos nós hoje, vivendo a expectativa das festas de fim de ano e a esperança de muitas alegrias e realizações em 2010.

E cheguei à conclusão que todos já temos razões para anteciparmos uma imensa comemoração, se você concordar com o que vou dizer:

Antes de mais nada devemos comemorar muito por sermos o último elo de uma corrente de antepassados humanos e pré-humanos que ao longo de milhares e até milhões de anos reuniu em nós os genes que determinaram como somos e o que podemos fazer para prosseguir esta cadeia evolutiva.

Pense em como é grande este feito e como ele merece uma comemoração diária só pelo que ele já é. Basta lembrar isto quando você abrir os olhos a cada manhã. E agradecer.

Qualquer coisa que aconteça, seja ela muito boa, ou muito má será sempre pequena em relação ao tesouro que é existir.

Um poeta já denominou o triunfo e a derrota como grandes impostores. E o homem mais rico que o mundo já conheceu – o Bill Gates – alertou que o sucesso era um grande risco para os bem sucedidos, pois os fazia acreditar que não iriam errar nunca. E todos erramos em algum momento.

2010 apesar de ser apenas mais um ano, como os milhões que vieram antes e os milhões que virão depois dele é uma deixa para entrarmos no palco e desempenharmos o nosso papel orgulhosamente com a máxima percepção do que vamos fazer por nós, pelas pessoas que amamos, pelos amigos e amigas, pelas pessoas que trabalham conosco, pela humanidade e por tudo o que viva e exista em nosso mundo. Estamos todos juntos.

Para chegarmos até aqui sempre dependemos dos outros e nestes outros incluo pessoas, vegetais, animais desde os de que nós nos alimentamos aos que nos atacam como bactérias e vírus que nos tornam mais fortes a cada vez que os superamos.

2010 vivido com esta consciência será tanto melhor quanto nos dê oportunidades de sermos os melhores últimos elos de nossa cadeia viva. E para sermos melhores precisamos enfrentar mares revoltos e sermos capazes de superar seus desafios.

Todos os dias ao disputar campeonatos não entendidos como campeonatos oficiais e ganhar a maioria deles vai nos trazer muito mais felicidade do que ficar no melhor lugar do estádio apenas torcendo para que alguém seja vencedor e receba o nosso aplauso.

Meus votos para o seu 2010 é que seja um ano em que você dispute muitos destes campeonatos por dia e seja capaz de vencê-los por que a sua preparação está cada vez mais apurada.

E nesta preparação – claro – está incluída a sabedoria de identificar o que realmente vale a pena fazer ou deixar de fazer.

E que você se empenhe como um maratonista nos últimos metros para fazer o seu melhor.

Garanto, mais do que desejo , que cada dia de 2010 será melhor do que o anterior.

Esta é para mim a minha melhor definição do que seja um feliz ano novo. Concorda?

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Ilusão de Óptica


Veja aqui:

Ilusões de óptica existem em relação a tudo o que você vê, lê ou percebe.

 
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Uma das mais fascinantes demonstrações que que não podemos ter certeza de NOSSO próprio testemunho são as ilusões de óptica.

Longe de merecerem ser vistas como curiosidades elas demonstram como é possível criar certezas a partir de dados incompletos tornados completos pelo nosso próprio cérebro.

Uma grande certeza que todos temos e todos observamos todos os dias é que o sol nasce e o sol se põe. Nenhum de nós - que aprendeu que a Terra gira - jamais pôde perceber este movimento. O que percebemos com precisão absoluta é que o sol se move de leste para oeste.

A ilusão de óptica é um sinal de alerta para que em todas as suas atividades e em especial em marketing você busque as suas certezas mesmo quando todas as evidências visíveis são contrárias à realidade

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Em vez de falar do tempo porque alguém não faz alguma coisa a respeito...

Esta frase crítica, com ligeiras modificações é do Mark Twain.

E foi dita numa época em que não se podia saber exatamente sobre qualquer coisa.

As pessoas não chutavam, apenas deduziam o que seria mais verdadeiro e diziam.

Hoje o nosso mundo está bem diferente e o que não nos faltam são dados precisos disponíveis a todos nós a qualquer instante.

Quer ver?

Acesse http://www.worldometers.info/ e veja como o mundo anda.

Prepare-se para grandes surpresas.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Olavo Bilac, como você nunca viu

Há algum tempo escrevi sobre o prazer da leitura das boas poesias. Cheguei a recomendar que diariamente cada um de nós lesse e desse atenção ao que nos dizem os poetas que tanto invejo pela inspiração recebida das musas...

Nos anos agitados do século 20 toda a minha geração, dedicada a atividades práticas como o marketing, deu menos atenção aos nossos grandes poetas do que eles mereciam.

Um deles Olávo Braz Martins dos Guimarãse Bilac, o Olavo Bilac, é um dos mais festejados, com o seu nome pelo menos lembrado por quem nunca tenha lido seus textos.

Pois bem, me deparei com uma poesia do Bilac que vai dar a você uma outra visão deste clássico autor brasileiro. Uma visão que aposto você nunca iria imaginar num nome tão importante da nossa literatura.

E aqui vai:

O PARAÍSO


A pálida Ramona
É uma formosa dona,
Moça e cheia de encantos:
Tem a graça e a malícia do Demônio...
E, aos vinte anos, uniu-se em matrimônio
Ao Chilperico Santos.

Ornou-lhe a fronte de gentis galhadas...
E, quando ele, entre as gentes assustadas,
Passava assim, — que sustos e que espantos!
Por fim, morreu... foi pena!
- E a viúva, serena,
Casou de novo... com Silvério Santos.

Fez o mesmo ao segundo que ao primeiro,
E, louca, ao mundo inteiro
Andava namorando pelos cantos...
Ele morreu. E a pálida senhora,
Serena como outrora,
Casou... com Hermes Santos.

Fez ao terceiro o mesmo que ao segundo...
Depois dele, casou com Segismundo
Santos... Depois, sem lutos e sem prantos,
Sem se lembrar dos pobres falecidos,
Foi tendo por maridos
Uns onze ou doze Santos!
............................................
Ninguém jamais teve maridos tantos!
Mulher nenhuma teve menos siso!
E, por ter enganado a tantos Santos,
Quase, com seus encantos,
Converteu num curral o Paraíso...

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Os Muitos Bons Conselhos do Giuliani – GRÁTIS!


Ele é muito melhor do que eu pensava. E foi com muita segurança, simpatia e capacidade de envolver a audiência gigantesca na ExpoManagement que ele deu os conselhos condensados aqui.

De saída perguntou se todos e cada um ali presentes tinham alguma contribuição ÙNICA para o mundo. Garantiu que se você quer liderar alguma coisa não pode nunca ser avaliado como desimportante por você próprio.

Você tem de fazer diferença, uma tarefa que requer o seu empenho em cumprir um roteiro de cinco pontos:


1. Ler. Você tem de ler e ler muito sempre.
2. Ouvir. Preste atenção ao que falam e ouça o que as pessoas dizem.
3. Debata. O que você lê e ouve tem de ser debatido com as outras pessoas, pois ao fazer isto o que você é ou quer ser aparece de forma mais definida. Para você mesmo, em especial.
4. Escreva. Ao escrever você repensa o que quer dizer e tende sempre a dizer de maneira mais adequada.
5. Pense, reflita . Não aceite qualquer ideia, qualquer informação sem antes submetê-la à sua razão.

Mais conselhos dele:

1. Tenha crenças firmes. Para isto é preciso realmente acreditar no que você prega ou defende.
2. Reúna tudo em que acredite e aprimore as suas crenças
3. Leia, leia, leia. É a única forma de você ir além dos limites de seu ambiente e beneficiar-se de todos os milênios de conhecimentos acumulados.

Giuliani disse que algumas das ideias que o fizeram famoso foram copiadas de outras pessoas. Ele inspirou-se muito no Regan e sempre esteve aberto à análise e consideração das ideias e propostas dos outros, com atenção especial aos que discordavam dele.

1. Diga a todos quais são os seus objetivos e assim conquistará seguidores.

2. Ninguém se torna líder sem ser otimista. Defina os problemas, mas a partir do problema considere as suas soluções para eles. É muito mais saudável ser um solucionador de problemas do que apenas um identificador de problemas.

3. Tenha coragem de propor, fazer e executar novas tarefas. Sem tomar decisões não se chega a lugar nenhum.

4. Se não tiver habilidade para fazer algo que precisa fazer, tal como falar em público, ensaie, ensaie, ensaie de novo até ganhar segurança. E faça.

5. Trabalhe com outras pessoas, integre ou integre-se a uma equipe. Procure sempre saber quais os seus pontos fracos. Tenha amigos realmente amigos que falem a verdade e os ouça com atenção.

6. Comunique-se.

7. Cuide das pessoas que trabalham com você e lhes dê apoio sempre que necessitem. Ele comentou um conselho recebido de seu pai: ir a casamentos é opcional, mas estar com os amigos nos enterros é uma obrigação. É a hora de que mais eles precisam de apoio.

Se você ler algumas das postagens passadas deste Almanaque vai encontrar muitos conceitos sintetizados pelo Giuliani em sua palestra. Há uma maldade em relação ao que nos faz concordar com alguma outra pessoa que garante ser o nosso apoio proporcional à quantidade de ideias “nossas” ouvidas desta outra pessoa.

Concordamos com o que já concordávamos antes...


Mas, independente deste fato, garanto que há muito a aprender com o político norte-americano, nascido no Bronx em 1944, ex-prefeito de NY e hoje um bem sucedido conselheiro de administradores públicos no mundo.

Inclusive aqui, para o Sérgio Cabral, no Estado do Rio. Se for bem ouvido será ótimo para nós.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Aprender ou desaprender, eis as questões.

Se você se deixar levar pelo politicamente correto poderá contar todos os dias com uma imensidão de conhecimentos prontos para serem aprendidos. Tudo em embalagens confiáveis.

Se se dedicar a seguir todas as regras mais respeitadas a sua agenda vai estar sempre cheia. Você jamais poderá ser acusado de fazer (ou pensar) as coisas erradas.

Cada gesto ou cada atitude sua estará apoiada em precedentes sólidos.

Mas, você viverá somente uma pequena parte de sua vida.

Você será um marionete tecnológico, em que cada gesto seu será comandado por outros, por outras, em conjunto ou separadamente. Você não será exatamente você, mas a resultante de dezenas, centenas até, de influências externas.

Você falará pela voz de seus gurus.Por vezes contraditórios entre si.

O desaprender sugerido aqui é um campo minado, mas vai dar sentido a tudo o que você venha a fazer quando decidir colocar em dúvida o saber oficialmente aceito.

Para acostumar-se a desaprender você conta com um apoio jamais antes disponível. Esta internet.

Mas, correrá o risco contínuo de ser muito desagradável para as pessoas à sua volta. E pior, para você mesmo.

Use a Internet e baixe todo o texto do “Discurso sobre o Método” do Descartes. Basta acessar virtualbooks.terra.com.br/.../discurso_do_metodo.htm .

Garanto que você vai aprender a desaprender com um filósofo atualíssimo para os nossos novos tempos.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

As razões do fim do programa da Oprah e as suas consequências.


Depois de dominar a programação de tv aberta nos últimos 25 anos Oprah Winfrey anunciou que seu programa sai do ar em setembro de 2011.

Diane Mermigas,coloboradora de BNETNews, explicou dia 22 as causas e as consequências desta decisão.

Na verdade o que estará saindo do ar de maneira dramática será a supremacia da tv aberta.

Oprah vai levar seu tipo de programação para a sua própria Oprah Winfrey Network, a OWN ,formada em parceria com a Discovery.

O OWN substituirá o Discovery Health Channel e ao mesmo tempo irá dar uma queda de 50 milhões de dólares no faturamento da CBS que perderá em media 225000 por semana por emissora recebidos como fees pela exibição do atual programa.

Ela nao está fazendo isto por maldade,mas para atender às novas demandas do público .

As pessoas estão deixando de ver as tvs abertas, e vão continuar a fazer isto nestes próximos meses.

A Oprah em vez de fazer um programa sobre as mudanças, ela mesma faz as mudanças.

No Brasil seria como se as emissoras abertas decidissem levar as novelas para tvs por assinatura.

O que iria sobrar para gerar grandes audiências nas tvs abertas?

É isto que as 4 grandes americanas - NBC,ABC, Fox e CBS - estão fazendo agora ainda com mais atenção.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Essa é a prova da evolução das espécies...

 
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Exemplar de homo sapiens, do sexo feminino, 200 000 anos após a migração

Imagem B

Homo Sapiens com 200 000 anos de diferença entra a imagem A e a imagem B

Esta é a melhor simulação do que seria o nosso antepassado da espécie homo sapiens quando iniciou a sua migração da Tanzânia para o norte da África e daí para o resto do mundo.
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Imagem A

Quantas você captura por dia?

 

Só para você pensar no que faz durante toda a vida...
O cartoon é de Saul Steinberg e foi publicado no The New Yorker.
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quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Embromation em marketing será que está com os dias contados?

A pedido do Bruno Mello, do Mundo do Marketing, escrevi um artigo, publicado ontem, que teve boa repercussão entre os amigos.

Acho que ao republicá-lo aqui não estou cometendo um grande pecado.

Ler o Mundo do Marketing, onde ele saiu, é uma experiência muito mais rica, mas quem não o tenha lido lá tem aqui a oportunidade de saber o que estou prevendo como um turning point do marketing neste nosso tempo.

E aí vai ele:

Um aspecto surpreendente do marketing em seus pouco mais de 50 anos de existência com este nome é que nem os profissionais relacionados ao tema têm uma definição ou mesmo uma simples explicação uniforme do que seja marketing.

Pergunte o que é marketing para vários profissionais de comunicação e marketing e asseguro que as respostas serão tão diversas quanto às dos 10 ceguinhos colocados diante de um elefante a que deveriam apalpar para dizer do que se tratava.

O que segurou a perna disse que ele era semelhante a uma árvore, o que foi para a tromba, comparava-o com uma cobra, o que segurava os dentes de marfim tinha outra definição, obviamente diferente do que o tocava na barriga e assim por diante.

Todos estavam certos do que diziam e todos diziam a coisa certa, mas como não tinham a ideia do todo era impossível ter uma pálida ideia do que seria um elefante a partir de suas constatações.

O marketing está cada vez mais parecido com um elefante sendo avaliado pelo tato de um bando de ceguinhos.

Dentre outros motivos é por que o nosso elefante está a cada dia mais diferente do que era no dia anterior. Mas, estas mudanças ocorrem devido a um fato imutável: O empenho do gênero humano fazer cada vez mais com menos esforço.

Hoje, pela primeira vez temos acesso a todas as informações do que as pessoas querem e precisam, até ao nível individual (e até além das próprias percepções individuais...) e temos em nossas mãos o poder de atendê-las antes mesmo de que estas demandas se manifestem.

Este saber é também a maior ameaça à sua percepção e à sua valorização: Um profissional pode hoje dedicar toda a sua vida para cada vez saber mais sobre a sua atividade, e a cada dia saber ainda mais.

Mas, morrerá de tédio (e de fome) se não for capaz de gerar resultados práticos com o que sabe.

Saber sem fazer se torna perda de tempo e perda de vida.

Como conselheiro da Repense fiquei muito feliz ao constatar uma revolução do novo marketing obtida na agência pela aplicação prática do saber na campanha on line desenvolvida por nós para a Cultura Inglesa no Rio de Janeiro no segundo semestre de 2009.

Nela houve a integração dos profissionais de comunicação e marketing do cliente, com os profissionais de marketing e comunicação da Repense, enriquecida com a atuação e parceria dos profissionais de uma premiada produtora de cinema, com uma turma imensa convidada a inventar conosco um projeto cujo fim ninguém sabia antecipadamente no que viria resultar.

Nos tínhamos a certeza de que saber inglês é prioritário para todas as pessoas que tenham formação cultural mínima e tenham pensado sobre o seu papel no mundo, no mercado, e diante de sua família.

Cursos de inglês, por isto mesmo, existem aos milhares e tendem a ser vistos como commodities. E como commodities acabam sendo tratados pelo público em geral.

O peso na comunicação de marketing concentra-se nos períodos de matrícula já que após estes momentos torna-se muito difícil formar novas turmas. Todos faziam a mesma mágica periodicamente ao longo dos anos.

A Cultura Inglesa ao buscar uma nova solução mudou radicalmente esta estratégia e nós tivemos a oportunidade de propor uma solução revolucionária.

O sucesso on line do embromation (este o nome da campanha) foi para mim um momento mágico. Deu certo como campanha e definiu um novo formato de comunicação de marketing em perfeita sintonia com o nosso momento.

Conheça o embromation pelo site: www.embromation.net/ Está tudo lá e em especial o making off.

Resultados : +1.800.000 pessoas potencialmente impactadas pela marca Cultura Inglesa até o início de novembro de 2009. E material suficiente para escrever um livro ou desenvolver um novo curso de atualização para profissionais. É a forma bem sucedida e bem testada para falar com adequação e envolvimento emocional com os jovens cada vez menos acessíveis pelas mídias tradicionais.

Os pais do embromation são o José Roberto Pastor, diretor de marketing da Cultura Inglesa, que confiou na Repense e nos desafiou a propor algo “fora da caixa”. De nosso lado foi Otávio Dias, que além de ter inventado o conceito de repensar a comunicação teve a experiência ao vivo na sua juventude com brasileiros no exterior sofrendo com as suas embromation pessoais.

Os parteiros fomos todos nós da Cultura e da agência com a parceria da Conspiração na produção de todos os vídeos e todos os atores e atrizes envolvidos.

O novo desafio agora não é apenas aprimorar a campanha da Cultura Inglesa, mas, olhar para todas as campanhas, todos os nossos esforços para todos os produtos e serviços a partir desta nova teoria comprovada pela prática.

Teremos de fazer com que os consumidores procurem os nossos clientes e seus produtos e serviços impulsionados por ideias que eles próprios tiveram e que consideram honestamente como suas, por que realmente o são.

Estaremos diante de um novo salto na evolução humana?

Cada vez menos embromation, cada vez mais respeito ao consumidor.

E isto, garanto eu, que já é um salto na evolução da comunicação humana.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Será que você faz uma diferença? Tenho a certeza de que isto só depende de você. 3

Pronto, estou chegando às minhas definições relacionadas ao título destes três textos.

Depois de passar dos mecânicos de automóveis mergulhei nas definições de matemática da Wikipédia para na minha visão preparar o ambiente para fazer a você as minhas ponderações do dia. Na expectativa de não ter roubado o seu tempo durante esta leitura.

Diante da nossa contínua busca por certezas houve na definição da matemática mais valorizada pelo redator da Wikipédia uma frase crítica para todos nós a que chegaram nas últimas décadas do século 20:

Matemática é a ciência das regularidades (padrões).

E é justamente quando fazemos a análise das regularidades e dos padrões que todos nós “matematicamente” podemos nos sentir muito pequenos, tão pequenos que ao fazer uma avaliação do que fazemos e do que podemos fazer é muito mais fácil recolherno-nos à nossa insignificância do que lutarmos em qualquer área para nos tornarmos significantes.

Nos últimos 10 ou 15 anos de minha vida tenho dedicado por coincidências profissionais a ajudar entidades dedicadas às boas ações a obterem a contribuição de novos associados às suas causas.

Não há limites para este tipo de atendimento obtido pela participação de terceiros: pode ser para causas ecológicas, sociais, educacionais, culturais, qualquer uma que julguemos merecedora de um honesto e sincero esforço de buscar mais gente interessada em proporcionar os mesmos benefícios para uma outra série de pessoas.

Ora, durante muito tempo, eu e muitas das pessoas que conheço na qualidade de “pagadores de impostos” no Brasil, sabemos que pagamos percentuais elevadíssimos de impostos e taxas para o governo com as suas várias faces.

É dinheiro que não acaba mais. E dinheiro que todos "entregamos a eles” para resolverem todos os problemas do país que não estejam no âmbito de nossas famílias, relações, empregos ou atividades.

Mais ainda, a nossa definição não muito detalhada do que seja a nossa felicidade pessoal é também ditada pelos mesmos mecanismos simplistas derivados deste tipo de raciocínio.

E compromete sobremaneira a nossa forma de pensar no que fazemos de relevante para os demais. Há uma frase de Ghandi que lida com atenção e bem pensada me ajudou a desvendar o mistério do que seja a felicidade.

E a felicidade é a razão pela qual vivemos todos, desde o mais generoso altruísta ao mais temível chefe de gang.

A constituição norte-americana, num momento genial de seus redatores, colocou em seu texto que a “busca da felicidade” merecia ser uma perspectiva assegurada a todos os cidadãos por seus governantes tendo como base aquele texto constitucional.

Ora. Ghandi disse:

Não existe um caminho para a felicidade. A felicidade é o caminho.

Outro conceito sobre felicidade (e importância de existirmos) para o qual peço a sua atenção vem de um poeta gaucho cuja vida não me parece ter sido um mar de felicidades. Disse Mário Quintana:


Faça o que for necessário para ser feliz. Mas não se esqueça que a felicidade é um sentimento simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade.


Portanto neste texto simples voltado exclusivamente à busca de uma percepção: se o que fazemos faz ou não diferença proponho ainda como axioma de que fazer para obter a felicidade: a busca do petit bonheur, a pequena felicidade.

Um conceito do Adamo, um compositor francês dos anos 60 que nunca foi visto como um grande gênio da música, mas que teve o mérito de expor um tema tão interessante de forma tão sintética numa canção da época.

Ele valorizava diante de todas as coisas a persistência da repetição das pequenas felicidades, das pequenas satisfações pois com estas repetições simples e repetidas elas tornavam-se grandes o suficiente para nos tornar mais felizes a cada dia.

O mesmo se aplica, creio eu, quando cogitamos se a nossa vida faz ou não faz diferença para as demais pessoas.

Tenho a certeza de que tudo o que fizermos, por menor coisa que seja, se tiver sido feito com a disposição de proporcionar um melhor momento para os demais nos demonstrará que podemos fazer diferença. E isto nos traz sempre felicidade.

Dou aulas uma vez por semana. No momento em que estou dando uma aula, e não importa o nível acadêmico dos alunos ou participantes, me empenho sempre em estar ali fazendo o melhor para que aquele saber de segunda mão possa ser incorporado como saber vivo a quem dele compartilhe comigo numa aula ou numa conferência.

Confesso que nestes momentos de doação de algo tão sutil quanto possam ser ideias e conceitos profissionais sinto – mesmo que eventualmente os alunos possam não estar sentindo o mesmo naquele momento – uma profunda satisfação pessoal.

Claro que tomo todas as providências para que a forma de transmitir o que penso permita à audiência seguir racionalmente o que digo. Mas,o meu objetivo mais profundo é que aquelas sementes plantadas brotem com mais vigor ainda naquele solo.

Vou mais longe, e peço que não veja no que vou dizer um declaração demagógica: no meu projeto na busca do que seja essencial na vida vou até ao ponto de dar a quem me ouve a oportunidade de apropriar-se daqueles conceitos como seus, esquecendo-se até de que os ouviu pela primeira vez de mim.

Isto, quando sou um falador contumaz, já ocorreu várias vezes na minha vida. Quando ouço as minhas próprias palavras ditas como se fossem definições de outros não consigo me sentir "roubado" de ideias que afinal de contas não seriam patenteáveis.

Confesso também que quando ouço anos depois alguma destas ideias atribuídas a mim fico ainda muito mais feliz!

Portanto, amigo e amiga nesta leitura, se há algo a sugerir para a sua busca do prazer de viver e da certeza de que a sua vida faz alguma diferença para os outros siga a linha indicada por Ghandi.

É como navegar em veleiros: o objetivo principal é o de chegar a algum lugar, mas 100 % do prazer está em esforçar-se para chegar até lá apesar das correntes contrárias, dos ventos complicados, do mar agitado. E sermos vitoriosos quando superamos todos estes obstáculos.

Sugiro que você todos os dias procure ser gentil de coração. Não seja gentil apenas para aparecer bem na foto. E como recomenda o Mário Quintana preste muita atenção para não desperdiçar os momentos de pequena felicidade com que nos deparamos todos os dias em todos os lugares.

Desde que levantamos da cama até que voltemos para ela encontramos centenas de pessoas que não sabem como para nossa felicidade é importante dar a elas um petit bonheur.

A letra do petit bonheur diz o seguinte no trecho que mais me interessa:

Petit bonheur
deviendra grand
Pourvu que Dieu Pourvu que Dieu
Nous prete un autre jour
Petit amour
deviendra grand
Tout doucement Avec le temps
Et les serments autour.

Parece até que eu seja um apreciador dedicado de poesia. Não sou tanto assim , mas confesso que tenho muita inveja dos poetas ...e dos matemáticos também...

Será que você faz uma diferença? Tenho a certeza de que isto só depende de você. 2

Este Almanaque é dirigido originalmente a pessoas que compartilham comigo da profissão mais fascinante que um ser humano possa imaginar. Digo isto sem medo de parecer megalomaníaco (pois vou parecer megalomaníaco mesmo...)mas me parece ser esta afirmação a melhor forma de justificar a redação de um texto como este desta forma.

O que me levou a escrevê-lo é justamente a minha contínua obsessão em descobrir o que leva a nossa espécie humana agir, a tomar decisões, a comprar e a vender, a procurar aprender mais para que cada um possa viver de forma prazerosa os anos que tiver pela frente.

Nós, gente de comunicação e de marketing, somos os guardiões, os guias do trânsito para o futuro, levando as multidões que chegam até nós a irem para o futuro pelos caminhos por nós considerados melhores para elas.

Ao comprarem a assinatura da revista que recomendamos – com todos os artifícios que os levam a comprá-la – estamos de fato vendendo a eles mais segurança no futuro deles tal como nós achamos que ele deva ser.

Isto ocorre com todos os produtos e serviços que oferecemos a cada pessoa. Claro que este processo analítico não passa por nossa cabeça a cada novo job como estou escrevendo aqui. Mais de 95 % do que seja racional para justificar o nosso trabalho deriva de pesquisas em relação à maneira como tudo deva ser dito, derivada por sua vez de pesquisas e mais pesquisas sobre desejos e tendências das pessoas a que estamos dirigindo a nossa comunicação.

Não estamos abrindo novos caminhos, nem desbravando mundos novos quando nos dedicamos a convencer estudantes a buscarem seus conhecimentos de inglês no curso a que estamos nos dedicando como profissionais. Estamos identificando uma dentre milhares de trilhas, caminhos, estradas pavimentadas, rotas seguras pela qual ou pelas quais encontraremos as melhores formas para atingirmos os nossos objetivos.

Em paralelo ao esforço contínuo de sobreviver e de preservar a nossa espécie aprendemos a valorizar as informações e dicas que à falta de melhor termo vou chamar aqui de informação de prateleira.


Numa metáfora: para quem precise consertar um automóvel enguiçado não há nada de melhor do que dispor do seu manual, de um estoque de peças bem sortido, das ferramentas para manusear peças defeituosas e trocar pelas novas.

E principalmente do mecânico capacitado a identificar o problema e em seguida ser capaz de fazer o conserto desejado.

Nós todos, independente dos anos na escola, dedicamos todos os dias de nossa vida ao esforço de saber saber, tema que foi abordado num post anterior deste Almanaque.

Quem sabe saber faz o papel do mecânico que ao identificar o que não está funcionando, sabe a causa do problema e sabe o que deve ser feito para resolvê-lo. E tanto ele quanto outro que saiba fazer, resolverá o problema seguindo os procedimentos por ele indicados para que o automóvel volte a rodar como rodava antes de ter enguiçado.

Este processo mecânico que consiste em (1) identificar o defeito, (2) consultar manuais, (3) selecionar as peças, (4) usar as ferramentas e (5) sanar os defeitos nos induz a pensar de que tudo o mais no mundo funcione assim.

Um comercial de televisão apresenta sinteticamente este mesmo conceito como fórmula de resolver problemas. Nos segundos após a apresentação do problema a solução é demonstrada conduzindo o espectador em 30 segundos a considerá-la como a melhor solução para aquele problema: comprar o produto anunciado quando se deparar com ele.

Os problemas humanos, porém são bem mais complexos do que os mecânicos - e se quiser troque os mecânicos por médicos, jurídicos, administrativos e de todas as atividades que por muito se repetirem tendem a gerar muitas e muitas vezes soluções também muito parecidas.

A resolução racional de problemas da mesma forma como são resolvidos os enguiços dos automóveis foi, é e será o objetivo da matemática que dentre todas as atividades humanas é a que mais nos tornou racionais e merecidamente o ponto mais alto da criação.

Na Wikipédia, o verbete sobre matemática que submeto a você, leitor do Almanaque,contem três parágrafos para sua consideração, precedendo à terceira e última parte deste texto:

A matemática, definida pelo redator da Wikipédia, vem (do grego máthēma (μάθημα): ciência, conhecimento, aprendizagem; mathēmatikós (μαθηματικός): apreciador do conhecimento) é a ciência do raciocínio lógico e abstrato.

Ela envolve uma permanente procura da verdade. É rigorosa e precisa e continua permanentemente a modificar-se e a desenvolver-se. Embora para os não matemáticos possa parecer a mais igual e previsível atividade a que alguém possa se dedicar.

Há muito tempo alguns dos melhores seres humanos, alguns dos mais bem preparados sempre se defrontaram com dúvidas como as que encabeçam estes textos e têm buscado uma definição do que seja a matemática.

Nas últimas décadas do século 20 (finalmente) uma definição passou a ter ampla aceitação entre os matemáticos: matemática é a ciência das regularidades (padrões).

Segundo esta definição, o trabalho do matemático consiste em examinar padrões abstratos, tanto reais como imaginários visuais ou mentais. Os matemáticos procuram regularidades nos números, no espaço, na ciência e na imaginação e as teorias matemáticas tentam explicar as relações entre elas.

A matemática enseja aos matemáticos resolverem problemas e os leva (e com eles toda a humanidade) a desejar contar com instrumentos matemáticos para resolverem todos os seus problemas, pois seria inacreditável que uma ciência ao mesmo tempo tão antiga e tão moderna não seja capaz de resolver algum problema. Qualquer problema.

Se um problema não pode ser resolvido matematicamente a culpa não é da matemática. A culpa é de quem não foi capaz de usá-la para resolver o problema...

Vamos a outra pausa para meditação antes da terceira parte deste texto.

Será que você faz uma diferença? Tenho a certeza de que isto só depende de você.

Quanto mais tempo se vive mais oportunidades temos de interagir com as pessoas. Desde os primeiros anos no colégio, na universidade, no trabalho, com a família, os amigos, com a companheira ou companheiro que nos escolham e que nós escolhemos para estarem conosco em nossa jornada.

Como num caleidoscópio, ainda mais aleatório do que o do joguinho que fazemos girando o tubo, tudo o que fazemos ou sofremos com os diversos grupos e mais exatamente com cada pessoa define a nova posição de nossa pedrinha colorida neste mundo de cores e formatos infinitos, onde tudo ocorre aleatoriamente.

Este fator aleatório é que pode fazer uma grande diferença para nós todos quando pensamos se o que fazemos realmente faz alguma diferença em relação ao todo.

Só para ajudar a você a pensar sobre o tema: há um grupo de pesquisadores sugerindo, com bons motivos e bastante pesquisa, que tudo é de fato aleatório.

O fato de você ser racional, humano, acompanhar da forma que pode o que ocorre na Terra e neste Universo infinito à nossa volta – e de ser aparentemente a única forma viva capaz de fazer isto já que até agora não foi possível identificar vida (nem muito menos vida inteligente) em qualquer outro ponto do Universo uf. – seria apenas fruto de um acaso.

Tudo isto que ocorreu aqui neste planeta, ao longo de milhões de anos, tudo isto, seria apenas decorrência de um fatinho perdido há bilhões de anos (com big bang ou sem sem big bang) que foi provocando outros fatinhos em cadeia dos quais o fatinho que mais importa a você é você ter nascido do encontro de espermatozoide – dentre milhões que seu pai lançou rumo ao útero de sua mãe – com um dos vários óvulos ali dispostos. Gerando você.

Parabéns a todos nós que nascemos devido a encontros como este. Coroando assim todo o processo evolutivo não apenas da raça humana, mas de toda a criação desde daquele primeiro fatinho que mencionei lá atrás.

Para quem se dedique a buscar milagres - e tem dúvidas se eles existem - a sua própria existência se não pudesse ser considerada como milagre seria um absurdo. Nós todos somos milagres, o que já é um bom começo.

Só que este milagre aconteceu já para os 6 e tantos bilhões de humanos hoje existentes assim como para os bilhões e bilhões de outras formas que estão vivas agora – simultaneamente conosco – e que estão pouco se lixando se suas vidas são milagres ou não.

A preocupação dominante dentre todas as formas vivas é de duas espécies : (1) continuarem vivas ( e os vírus já fazem isto há alguns milhões de anos) e (2) proliferarem as suas espécies assim como os liquens que vemos surgir entre as pedras do calçamento resistindo a todos os esforços de serem retirados dali por alguma operação de limpeza .Nós somos iguaizinhos.

Mas, o que mais interessa neste texto é responder às perguntas lá de cima e se de fato podemos fazer alguma diferença neste mundão tão grande, tão maior do que nós, tão mais velho, tão mais eterno e persistente do que somos?

Vou dar um espaço aqui para tentar manter a sua atenção no próximo episódio.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Se a economia virar tragédia o que poderá acontecer no Brasil?

Há já alguns meses tenho recebido e-mails do The Motley Fool, um site norte-americano especializado em investimentos, muito bem escrito e muito bem informado.

Um e-mail do The Motley Fool, quando impresso , pode passar de 30 páginas o que já seria fantástico. É texto que mesmo os maiores entusiastas do marketing direto acham demasiado.

Mas,para eles, estes textos imensos têm funcionado.

Além disto, nestes mesmos e-mails imensos, há links com entrevistas em vídeo, links para material informativo, pesquisas, textos de apoio ao que está sendo dito que transforma as 30 páginas em mais de 100 para quem deseje seguir a linha de raciocínio apresentada.

Eles anunciaram com antecipação a iminência da grande crise financeira mundial, alertando os assinantes para que tomassem providências e se salvaguardassem de seus efeitos.

No último mês, sem que eu possa aqui apavorar quem lê o Almanaque, eles prevem uma catástrofe economico-financeira muito maior do que a que desmontou a economia mundial.

Por outro lado a União Europeia está vivendo uma situação muito esquisita: com a exceção do Reino Unido e se não me engano um ou outro membro, o fato de contarem com uma moeda única - o euro - é para eles -um problema incomensurável. E não uma solução para todos os seus problemas.

Em meio à crise (ainda não superada) eles sequer têm uma moeda, a referência econômica essencial para todo mundo que recebe dinheiro ou paga uma conta.

Os europeus não têm hoje novos mercados a explorar, não têm mercados internos crescentes, estão apanhando todos os dias dos exportadores chineses e seus elevados custos internos - em especial os relacionados ao pagamento dos aposentandos e desempregados - desenha um futuro apavorante para todos envolvidos nesta confusão.

Se você está achando que o dólar vai deixar de ser a moeda internacional e inocentemente pensar em transformar os seus recursos em euros vai estar muito menos preparado para superar a crise delineada pelos anunciantes do caos próximo.

Já ouvi de um respeitado professor de economia brasileiro que no fundo no fundo a melhor maneira de garantir-se neste mundo em crise seria recorrer ao ouro... Só tem que não há ouro suficiente para todo mundo.

Ele falou a sério, mas como todo mundo que prevê momentos difíceis não quis assumir o papel de "catastrofista", uma qualificação muito chata de se ter, tanto quando a confusão ocorre, e você comprova que é mesmo agourento, e também quando a confusão não ocorre, motivo para ser qualificado como um desvairado.

Pois bem, se você está pensando em fazer uma viagem de férias, ou de estudos ou de trabalho para os Estados Unidos tem mais um motivo para preocupar-se:

Um ex-agente soviético , o Panarim , já está dizendo há um bom tempo que os Estados Unidos vão se dividir em 6 países. Ele tem em seu currículo ter anunciado que a União Soviética iria pro vinagre, como de fato foi.

A previsão sobre a dissolução dos Estados Unidos da América não é para daqui a 50 anos, ou mais.

A previsão dele é para 2010!


No site do Globo, cujo link informo a seguir, você vai entender melhor esta história e as justificativas do Panarim que até esta leitura me parecia um russo recalcado com o fim do império soviético querendo ver o circo pegar fogo e ganhar dinheiro com um livro ou com conferências.

Acesse
http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2009/03/24/conheca-os-estados-desunidos-da-america-na-teoria-de-um-russo-754965406.asp
e aumente as suas preocupações.

Não as suas preocupações com o que vai acontecer com os Estados Unidos ou com a Europa, ou ainda outras preocupações relacionadas com o crescimento da China e do Oriente neste novo cenário.

A sua preocupação maior, assim como a minha e de todos nós, é com o que possa ocorrer no Brasil, caso estas tsunamis venham de fato ocorrer.


Neste nosso ambiente íntimo do Almanaque tenho tudo para prever que por uma bela coincidência a nossa terra de Pindorama vai se dar melhor do que uma grande parte dos países.

Só tem que, como diz a música, é impossível ser feliz sozinho.

Será preciso, mais do que nunca, contarmos com as melhores lideranças políticas, econômicas, industriais, comerciais, sociais, educacionais, religiosas para obtermos o melhor para nós, caso estas catástrofes, ou parte delas, vierem mesmo a ocorrer.

Este não é o mundo de sonhos que tinha em minha cabeça quando pensava no século 21. Mas...

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Desde 1960 o mesmo anúncio já atraiu 400 mil clientes. Qual é o segredo?

John Caples deve em grande parte a sua fama por ter sido o autor do anúncio de resposta direta que permaneceu por mais anos - 35 - gerando mais respostas do que todos os demais que tentavam superá-lo como controle.

O anúncio era o "Todos riram de mim quando sentei ao piano...mas quando comecei a tocar..."

Era um anúncio que tocava numa das cordas mais sensíveis da vaidade humana. Alguém sentir-se admirado, invejado, e causar surpresa a todos a sua volta ao demonstrar a sua habilidade. O anúncio era para um curso de piano por correspondência do Arthur Murray Studio.

Pois bem, o anúncio do Caples, a que estou vinculado há quase 20 anos, como chairman do John Caples Award no Brasil, acaba de perder o seu título de veiculado há mais tempo na história da publicidade.

O jornal inglês Guardian comemorou este mês o 50º aniversário de publicação, sempre nas primeiras páginas, sempre com o mesmo formato, com o mesmo modelo, um anúncio editorial do Practical English Programme encabeçado pela pergunta:

Com vergonha de seu inglês?

Conforme o Guardian as respostas dos pelo menos 400 000 clientes que fizeram o curso, chegam de todos os tipos de pessoas, dos 15 aos 90 anos.

Todas, porém, têm em comum o fato de terem vergonha de como falam e escrevem a língua inglesa.

O modelo mais presente nas ligeiras variações do anúncio chamava-se Derek Derbyshire, e tinha 33 anos quando apareceu pela primeira vez. Estava desempregado quando pousou e ganhou três guinéus pelo trabalho, mas ao falecer teve o seu obituário publicado no jornal com a informação de que havia aparecido mais vezes na primeira página do jornal do que a rainha ou os primeiros ministros.

Bob Heap, gerente operacional do curso pertencente a uma subsidiária da empresa de mail-order de seu pai, confessou que o anúncio foi chupado de um outro americano, ligeiramente emendado, e que permanece até hoje como o maior gerador de pedidos e fechamento de negócios da empresa.

É interessante tomar em consideração que a base psicológica deste anúncio e a do anúncio do Caples é a mesma: a vontade de superar as limitações do interessado e fazê-lo (ou fazê-la) uma pessoa melhor do que poderia ser se não seguisse o curso.

É também uma prova comprovada de que as reações humanas que nos levam a comprar produtos e serviços continuam a ser a mesmas.

Tenho a certeza de que na Roma dos Césares, ou em Atenas dos filósofos, anúncios semelhantes trocando o inglês por latim ou grego teriam o mesmo sucesso.

E em português, hein ?

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Viralizar a fama instantânea na busca do pai da criança. Sinal dos tempos?




Karen, uma dinamarquesa que de fato se chama Bitte, de 29 anos, já está chegando a 20mil exibições de seu vídeo no You Tube – em inglês – onde busca o pai de seu filho gerado há um ano e meio quando o “pai” dele visitou Copenhagen e encontrou-se com ela num bar.

Atenção, a dinamarquesa da foto é apenas uma imagem captada via Google e tal como a personagem da história é fictícia!

O vídeo é muito simples. Karen falando diretamente para a câmara transmitindo dentre outras ideias que não era difícil ocorrerem coisas como estas entre visitantes e moças bonitas de sua cidade e como ela sequer podia lembrar de onde ela era, nem seu nome, nem qualquer outra informação relacionada a seu parceiro de poucas horas ela postava o vídeo para procurar o pai da criança.

O “case” passou a ser tema de sites interessados em analisar, até sob o ponto de vista de marketing, o novo comportamento dos jovens. Uns caindo de pau na louquinha e outros levando os leitores a verem tudo como coisa muito normal.

Num destes sites, americano, Get to the point , num post “You Lie” são contados mais detalhes da história inclusive com a identificação de Karen como Bitte, uma atriz dinamarquesa.

Enquanto isto do outro lado do mundo, ou quase, aqui em São Paulo, uma outra moça com um minivestido e formas voluptuosas foi forçada a deixar a sua faculdade de turismo, na Uniban,banida que foi da sala por seus colegas que a chamavam de vagabunda, para dizer o mínimo, pois ela estava demasiadamente atraente sob o ponto de vista sexual.

Nem os rapazes nem as moças podiam conviver com ela no mesmo ambiente sem que alguma coisa mais séria pudesse ser evitada do ponto de vista sexual.

Pelas fotos da paulistana, que não a mostram claramente, mas de perfil com o rosto esfumaçado, ela é bem mais atraente do que a Karen dinamarquesa, e teria todas as condições para obter mais espaço no You Tube com as suas desditas acessadas pelo mundo.

E talvez isto vá ocorrer se já não estiver ocorrendo.

O que nos leva a pensar, como gente de comunicação, como as coisas mudam depressa diante de nossos olhos na nossa sociedade tão aberta.

Enquanto pensava, antes de escrever este texto, me veio numa frase em latim que bem representa estas mudanças chocantes numa sociedade: O tempora o mores.

Que quer dizer “Oh tempos, oh costumes”, ou de forma mais livre: “Oh que novos tempos estes que permitem que novos costumes nos sejam impostos sem que façamos nada a respeito”.

Quem disse isto foi Cícero, que os alunos de direito quando o latim era matéria do vestibular, associam às catilinárias, em que Cícero perguntava ao senador Catilina até quando ele iria abusar da paciência dos romanos com suas desonestidades.

Isto ocorreu mais menos entre os anos 20 e 40 de nossa era.

Quase desisto de escrever este post diante da sua absoluta falta de originalidade, mas decidi escrevê-lo em seguida exatamente pelo mesmo motivo.

Porrada nas moças? Ou elas são apenas sinais do nosso tempo?

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Meus oito anos depois de algumas décadas...



Acho que não há ninguém que desconheça os primeiros versos de Meus Oito Anos:

Oh que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais

Estes versos são usados como um ícone para os anos saudosos da infância assim como citamos o ufanismo , do Por que me ufano de meu país, como um outro ícone das virtudes do Brasil.

Pouca gente, e na minha certeza, quase ninguém conhece os versos todos nem pensa neles. E se pensa, os imagina como algo meio fora de época, como eram as roupas das mulheres cheias de panos do início do século XX.

Hoje de manhã, porém, a rádio BandNews, num programete do Juca de Oliveira lendo textos diversos estes Meus Oito Anos me fez engasgar de emoção, quase indo às lágrimas enquanto dirigia para o escritório.


Casimiro cujo melhor retrato é este aí acima era filho de um português imigrante pobre que enriqueceu no comércio e com a agricultura e de uma fazendeira, Luisa Joaquina das Neves , com quem não se casou embora tivessem uma paixão avassaladora .

Casimiro em sua infância nunca morou com o pai e limitou os seus estudos, além das primeiras letras na fazenda da mãe, a três anos ( dos seus 11 aos 13 anos) no Instituto Freeze em Friburgo.

Daí em diante seu pai tratou de encaminhá-lo para o comércio, no Rio de Janeiro, de onde o carregou aos 14 anos para Lisboa onde ele poderia preparar-se melhor para a vida comercial.

Neste momento o menino já escrevia para si próprio e colaborava na imprensa local com crônicas e poesias que dividiam espaço com grandes autores portugueses como Alexandre Herculano e Rebelo e Silva.

Quando voltou ao Brasil, já meio adoentado, no Rio conviveu com Machado de Assis, Manoel Antonio de Almeida escreveu para os jornais, mesmo sendo um quase menino cheio de complexos, dizendo-se um filho dos trópicos e na maneira da época devia considerar-se um autêntico “filho da mãe”.

Bota angústia nisto.

Só teve publicado um único livro “Primaveras” cuja edição foi paga pelo pai que devia reconhecer no garoto qualidades que iam além de sua vocação forçada para o comércio.

Foi Casimiro que criou a expressão “Simpatia é quase amor” num de seus versos e esta expressão passou a ter uso corrente nos meios literários durante os primeiros anos dos século XX.

E veio batizar um bloco carnavalesco de Ipanema de que faziam parte Bussunda e a turma do Casseta às vésperas do Carnaval de 1985.

Detalhe: Casimiro de Abreu jamais foi citado como autor da frase Simpatia é quase amor...

Pois bem, hoje de manhã quando o Boechat anunciou o momento literário do jornal do Rio com o Juca de Oliveira recitando os “Meus oito anos” me preparei para alguns segundos de chatice erudita.

Mas, à medida que o Juca falava, aqui e ali sentia a emoção aflorar. Em alguns trechos mais do que aflorar a emoção vinha à garganta e ficava ali engatada me deixando bem sem graça diante de meu preconceito inicial. O texto bem lido e interpretado era uma joia rara que merecia muito mais atenção que eu jamais havia dado a estes poetas de nosso passado.

Quando o Juca terminou o Boechat também devia estar emocionado, pois lembrou que o Paulo Autran, num programa Canal Livre da TV Bandeirantes decidiu recitar de memória o poema terminando-o muito emocionado ao vivo, coisa que não costuma acontecer com os grandes atores.

O Rex Harrison disse um dia que o grande ator, para ser um grande ator mesmo, transmite as emoções levando os espectadores a chorar, mas ele não chora.

Ora, o Boechat me consolou pela minha emoção e minhas quase lágrimas com esta citação.

Agora vou mostrar aqui o texto dos Meus Oito Anos. Leia com toda as suas emoções e veja como toca as cordas mais sensíveis de sua mente:


MEUS OITO ANOS Casimiro de Abreu

Oh que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais

Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras,
A sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais.

Como são belos os dias
Do despontar da existência
Respira a alma inocência,
Como perfume a flor;

O mar é lago sereno,
O céu um manto azulado,
O mundo um sonho dourado,
A vida um hino de amor !

Que auroras, que sol, que vida
Que noites de melodia,
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar

O céu bordado de estrelas,
A terra de aromas cheia,
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar !

Oh dias de minha infância,
Oh meu céu de primavera !
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã

Em vez das mágoas de agora,
Eu tinha nessas delicias
De minha mãe as carícias
E beijos de minha, irmã !

Livre filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
Pés descalços, braços nus,
Correndo pelas campinas
A roda das cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis!

Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar as mangas
Brincava beira do mar!

Rezava as Ave Marias,
Achava o céu sempre lindo
Adormecia sorrindo
E despertava a cantar !

Oh que saudades que tenho
Da aurora da minha vida
Da, minha infância querida
Que os anos não trazem mais

Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras,
A sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!


Para terminar este longuíssimo texto.

Casimiro morreu antes de completar 22 anos, tuberculoso, na mesma Fazenda da Prata de sua mãe onde havia nascido.

Casimiro embora tenha sido considerado pelos críticos como um poeta menor é o patrono da cadeira 6 da Academia Brasileira de Letras.

Ele não merece?

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

O que que eu faço? Para onde eu vou? Compro ou não compro? Ser ou não ser?

Se até há pouco tempo você podia desculpar-se por alguma decisão sua por não ter tido acesso a todos os dados, hoje, e pior, amanhã, será mesmo impossível alegar a sua ignorância como justificativa seja para o que for.

Sempre fui um leitor de livros. Como decorrência disto comprei e ganhei muitos livros na vida que estão espalhados nas minhas estantes como tags vivos de assuntos pelos quais me interessei e pelos quais ainda me interesso cada vez que os retiro de seus cantos para uma releitura aqui e ali.

Hoje, com uns 10 Kindles possivelmente poderia substituir todos os livros - menos os com páginas a cores, os atlas, os livros de arte, e alguns poucos outros - por tudo aquilo que juntei na minha vida.

O Tiê Lima,que trabalha também na REPENSE, é a primeira pessoa que conheço que comprou e recebeu o Kindle internacional da Amazon e já lê nele, todos os dias, a edição do Globo que o acompanha para onde vai em São Paulo, onde reside.

Hoje, tudo acontece em cada hoje, a Amazon anunciou que vai disponibilizar os seus livros também nas telas dos computadores desde que o cliente siga um determinado caminho que nem quis saber qual seria.

Tudo isto por que ainda não sei o que deva fazer, e como deva fazer o que deverei fazer para atender às minhas demandas por novas informações “livrescas”.

Na Bienal do Livro, no Rio, comprei no estande da Record um livro da Bertrand Brasil, 1421, de autoria de um oficial de marinha inglês dedicado a convencer o mundo que os chineses no ano de 1421 foram os verdadeiros descobridores do mundo, percorrendo toda a Terra com esquadras imensas, comandadas por almirantes eunucos – tinham de ser eunucos, mesmo.

O livro é apenas o ponto de partida, ou de entrada, no site do autor que transformou a sua descoberta dos feitos chineses numa oportunidade para obter a glória em 2009, 560 anos depois dos eunucos chineses terem feito as suas viagens incríveis comprovadas por ele nas páginas impressas do livro.

Este seria o livro típico para ser compartilhado com os leitores por um e-reader que dispusesse de cores para exibir mapas e fotos nítidas dos objetos recuperados de naufrágios dos chineses.

Com o Kindle – todo em preto e branco, e mais todas as tonalidades do cinza – isto não seria possível. Faltam as cores, faltam as pesquisas paralelas que todos gostariam de poder fazer.

Mas, que dentro de poucos anos todos nós vamos ler “livros” desta maneira não tenho dúvidas de apostar seja o que for.

Churchill dizia que quem apostava ou era desonesto ou muito burro. Desonesto quando tinha certeza de sua certeza e muito burro quando acontecia exatamente o oposto.

Neste caso dos e-readers nos próximos anos, nos próximos 5 anos, nos próximos 10 anos qualquer aposta de minha parte me caracterizaria como desonesto por ter absoluta certeza de que isto irá acontecer.

Então para que tanto esforço em dizer isto no Almanaque?

Por outro motivo muito mais importante: agora sem apostar, mas tendo uma nova certeza subjacente de que estas leituras virtuais disponíveis on line vão mudar mais as nossas vidas futuras do que por exemplo, a nossa vida passada mudou com a televisão, com a Internet e com o celular.

Sem tornar este tema mais longo do que já está: todos terão acesso a tudo de bom e de mau, e isto vai ter efeitos revolucionários sobre a moral, sobre a política, sobre a religião, sobre a educação, sobre o relacionamento humano. E até onde eu saiba ninguém ainda está falando sobre isto.

O ser ou não ser vai ganhar uma dimensão jamais pensada por Shakspeare (como ele se assinava) do que ele podia imaginar.

Será mais ou menos como um navegador solitário que hoje , simplesmente ao apertar uma tecla num GPS, sabe exatamente onde está sem fazer um único cálculo para definir sua latitude e sua longitude aproximadas.

Neste novo mundo de certezas quem souber usar as simples ferramentas de busca de informações estará tão capacitado quanto o pós-graduado na mais respeitada universidade.

Eles terão acesso instantâneo às mesmas informações.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Do saber saber ao fazer fazer... (2)

Assim como na sua caixa de ferramentas o técnico tem peças e ferramentas com potencial para ele fazer todos os consertos a caixa de ferramentas de uma organização é a capacitação profissional de seus funcionários e colaboradores.

Assim como a porca ou alicate deixam de ser apenas potencialmente as soluções para que um aparelho volte a funcionar, o profissional só deixa de ser potencial quando demonstra na prática que foi capaz de usar as ferramentas certas aliadas à sua capacidade de usá-las para resolver os problemas com que se deparou.

Um novo colaborador é contratado - qualquer que seja o seu número de anos no mercado – porque foi avaliado pelo seu saber saber. Mas, logo em seguida, é avaliado por sua capacidade de saber fazer.

Uma das atividades profissionais mais oportunistas desenvolvidas pelos homens foram os seguros. Nasceu com os mercadores babilônios e fenícios que usavam embarcações e caravanas para transportar produtos para a venda em locais distantes e por vezes se viam, devido a naufrágios ou ataques de bandidos, destituídos de todos os seus bens. Por vezes na mais negra das misérias.

A ideia do seguro nasceu da união de todos que concorriam entre si ao calcularem que se destinassem uma pequena parcela de seus ganhos para um fundo que permitisse pagar as suas perdas inesperadas fariam um bom negócio.

Um negócio que lhes daria muito mais tranqüilidade de vida e a certeza de continuação de seus negócios independente dos problemas com que se deparassem ao transportar as suas riquezas de um lugar para outro.

Um líder na indústria de seguros e um pensador sobre o seu negócio me disse um dia que segurar era saber administrar riscos, e só isto.

Se todos os navios passassem a afundar e todas as caravanas fossem assaltadas os valores referentes ao fundo para indenização seriam insuficientes para cobrir os prejuízos e se a “seguradora” se dispusesse a pagá-los iria à falência.

Este é o mesmo risco que uma empresa ou um executivo correm ao contratar alguém aprovado pelo seu saber saber.

O saber fazer é o risco de naufrágio ou de assalto à caravana desde a “invenção” do seguro. O risco neste caso é se o contratado souber saber, mas não souber fazer.

Para tornar o problema mais real perguntamos: e se quem sabe fazer não sabe saber, e for incapaz de superar esta limitação numa escala num tempo admissível?

Pareto, o mesmo Wilfredo Pareto da lei que define que 80% dos lucros virão de 20% dos clientes, era um estatístico e matemático dedicado a entender melhor como funcionavam os homens e quais as relações numéricas que podiam ser deduzidas deste funcionamento.

A sua segunda lei, que descobri num livro de James Webb Young é a que estabelece que em qualquer atividade humana haverá sempre os speculateurs e os renteurs, em francês mesmo, pois Pareto apesar do nome era francês e viveu na França.

Os speculateurs como ele os definiu eram as pessoas que faziam, que ousavam, que propunham mudanças e mudavam o mundo. Eles dentre outras virtudes sabiam fazer.

Os renteurs eram os que se aproveitavam destas mudanças quase sempre sem arriscar o seu pescoço.

Em qualquer sociedade os speculateurs segundo Pareto eram cerca de 10% de todas as pessoas.

Eram eles que além de saberem saber, sabiam fazer, e iam além, arriscando os seus pescoços ao fazerem saber o que faziam e propunham e colhiam os louros (quando tudo dava certo) ao fazerem os demais fazerem o que inventaram.

Cheguei ao Pareto muitos anos depois do IAG e depois de muitas constatações de que o processo de quatro pontos não era linear. Ao longo da vida e ainda hoje em especial estou mais do que nunca dedicado a saber saber, pois para identificar novos membros de uma equipe é preciso hoje saber saber o que eles precisam mesmo saber.

Os que sabem fazer serão sempre a maioria da população. Dentre eles estão os 90% de renteurs dentre os quais irão se salientar os que irão atingir a fase do fazer saber, em livros, aulas, conferências e palestras. E dentre estes irão sobrar para o bem da humanidade os 10% que serão mesmo capazes de fazer fazer.

Proponho um exercício para as suas horas de lazer: classificar os amigos, colegas e parentes pelo peso percentual de cada uma destas fases em suas vidas.

Qual é seu peso no saber saber, no saber fazer, no fazer saber e no fazer fazer?

E, claro, para começar e aferir a sua capacidade de fazer estas avaliações nada melhor do que começar por você mesmo.

Garanto que este exercício torna qualquer pessoa mais capacitada ao escolher o seu novo time.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Do saber saber ao fazer fazer... (1)

Esta semana participei de uma conversa que me ajudou e inspirou a entender melhor os desafios dos profissionais de marketing no século 21. Ora, você poderá se perguntar: Como somente uma conversa tem esta capacidade para resolver tão grandes mistérios?

É que este tema há muito tempo me fascina e tal como um caçador de tesouros sempre em busca de indícios da riqueza almejada estava preparado para buscar estas inspirações, mesmo numa conversa. A grande diferença entre uma conversa agradável e útil e uma outra muito mais profunda está na experiência de vida das pessoas envolvidas.

Vou recorrer a uma metáfora para justificar o que digo acima; todos nós profissionais já com alguns anos de trabalho, somos usuários ativos da aviação comercial. Uma conversa entre nós será sempre útil para entendermos melhor todos os seus problemas e soluções – do ponto de vista do passageiro, pois esta é a nossa especialidade.

Mas para realmente entender o que ocorre e o que pode ser feito uma conversa com um piloto com muitas horas de voo é que realmente pode nos informar sobre o assunto.

E o mesmo ocorre diante de qualquer tema, desde como o pipoqueiro faz a sua pipoca e escolhe os locais onde deva parar a sua carrocinha, ao executivo encarregado de formar equipes para levar a sua empresa aos níveis de sucesso ( e atividade) projetados por seus controladores.

O início da conversa foi sobre um tema bem antigo – como formar e manter equipes vitoriosas – quando concluímos que hoje temos os mesmos problemas, mas as dificuldades se tornaram muito maiores. Ou se a palavra maiores incomoda, podemos trocar o adjetivo por diferentes. E ponha diferentes nisto.

Há a história de um famoso professor de economia numa universidade americana que ao ser criticado pelo coordenador do curso por aplicar exatamente a mesma prova para os seus alunos, ano após ano, justificou a sua decisão dizendo:

- Claro que eu sei que a prova é a mesma. O desafio para os alunos são as respostas que mudam de ano para ano...

Claro que a historinha foi bolada para derrubar o lado científico da economia e sacanear todos teóricos obrigados a engolir e a reformular suas regras a cada novo soluço no mundo dos negócios globalizado.

O problema que abordamos em nossa conversa, no entanto, poderia ser equiparado aos soluços da economia, com outra roupa, pois também são soluços aplicados a algo muito mais visível e conseqüente. À administração do marketing numa empresa com disposição para permanecer ativa e bem sucedida pelas próximas décadas.

Desde o mais óbvio: qual será a participação percentual do off-line diante do online no futuro – no amanhã mesmo – destas organizações?

Há uma forma de caracterizar o mundo dos negócios que ao ser usada por alguém dava a esta pessoa um ar imediato de sofisticação e know how .

- Business, as usual...

Estas palavras eram como um embrulho mágico que servia desde para explicar um grande sucesso da empresa – e do executivo – numa concorrência contra o seu maior rival, em que sem precisar dizer, demonstrava a confiança dele em sua equipe bem formada até para justificar presentes vultosos enviados a algum corrupto para fechar negócios de maneira pouco ética.

Concordamos em nossa conversa que a fórmula do Business as usual a cada novo dia se torna mais difícil de ser usada por que o usual implica hoje em muito mais sofisticações. Sai de campo o usual e entra cada vez mais em campo o unusual como o grande segredo para as novas vitórias.

E aqui vai outra metáfora: é como se o técnico de um time de futebol buscasse reforços não mais em jogadores talentosos para as posições tradicionais dos que já jogam em seu time. Os reforços buscados por ele poderiam ser atletas tão diferentes quanto um iatista, um acrobata, um campeão de tiro, ou quem sabe? Até de um gandula...

Quando estas substituições realmente dão certo podemos entender como as fórmulas tradicionais que foram repetidas por décadas deixam de ter importância, E como deverão se preparar os novos executivos para exercer as suas funções de líderes de equipes.

Mas, ao analisarmos os empreendimentos de sucesso, vamos constatar que os seus líderes sempre foram derrubadores de mitos e acabaram por se tornaram eles próprios criadores de novos mitos.

Se pensarmos nos lideres do passado esta ousadia de buscar novos paradigmas é mais fácil de aceitar, afinal os paradigmas ainda estavam sendo estabelecidos. Hoje em dia, porém, há um apreciável grupo de bilionários que não completaram os seus cursos universitários e muitos outros que começaram os seus negócios nas garagens de suas casas ajudados por meia dúzia de parentes e amigos.

Em todos os casos a chave para seu sucesso foi atrair e manter em suas equipes (desde a primeira até as mantidas em suas grandes empresas) gente tão dedicada quanto eles em obter o sucesso.

A minha conversa com este grande executivo era como hoje é possível identificar estas pessoas e atraí-las para as nossas equipes diante de um mar de outras opções continuamente colocadas diante deles e mais ainda, diante dos melhores.

Hoje cada integrante de uma equipe tem especialidades que tornam o seu emprego único. Uma boa equipe é formada por campeões em suas atribuições e a perda de qualquer um se torna realmente uma grande perda, pois não será fácil contratar outra pessoa para aquele lugar naturalmente se ele estiver fazendo as coisas certas.

Quando cursei há algumas décadas o IAG da PUC, do Rio de Janeiro , vejo hoje que fui muito empreendedor e ousado para dizer o mínimo.Na ocasião era formado em Direito por uma das melhores faculdades do país; era jornalista empregado numa das maiores editoras , chefiava uma equipe de profissionais reconhecidos no mercado (todos mais velhos do que eu) e tinha a experiência viva de ter trabalhado na maior agência de publicidade do mundo.

No IAG, nenhum de meus colegas fazia ou iria fazer coisas parecidas com as que eu fazia e com absoluta certeza nas minhas áreas de atuação deixando cabotinamente aqui toda a modéstia de lado, achava que quem poderia dar aulas sobre todos os temas seria eu.

Mas, de saída, nas primeiras aulas recolhi-me à minha insignificância e passei a respeitar os professores pelo muito mais que sabiam até sobre temas que eu deveria saber e não sabia. Eles sabiam mais vendo tudo sob ângulos que jamais havia considerado no meu dia a dia.

Ou que não havia prestado atenção para saber, o que constitui o maior mal da ignorância. Quando você decide não se interessar por algum assunto de que entende trata-se de uma decisão ditada por sua inteligência. Quando você nem sequer sabe que não sabe equipara-se a um burro olhando para um palácio.

E durante todo o curso levei o meu burro a entender melhor vários palácios, desde os técnicos devidamente equacionados e relacionados às pesquisas de grandes autores até os nascidos da experiência vivida dos professores.

Um destes ensinamentos não usuais foi o de como deveríamos prosseguir o meu aprimoramento profissional dali em diante. Foi exposto ao longo de uma conversa informal durante uma aula e sugerido como uma dica fora do conteúdo das disciplinas da grade: deveríamos estar atentos a quatro fases neste processo de adquirir e utilizar conhecimentos ao longo de minha vida. Na seguinte ordem:

1.Saber saber
2. Saber fazer
3. Fazer saber
4. Fazer fazer


Estas quatro fases não se tornaram um mantra obsessivo em minha vida, mas de vez em quando me forçava a analisar o momento para ter certeza de estar seguindo a ordem certa. (continua)

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Subliminar é a propaganda capaz de robotizar os consumidores. É tudo de mal que possa ser imaginado para tornar a propaganda demoníaca. Mas...



Nela, como num passe de mágica, o consumidor é atingido por uma sutileza visual – tal como o único quadro num filme com o nome de um refrigerante que embora não seja racionalmente percebido por ninguém teria levado os espectadores a comprarem mais refrigerantes daquela marca do que das outras ao saírem do cinema do que de qualquer outra.

Diante desta invasão não autorizada à mente dos espectadores este tipo de propaganda foi proibido nos mais diversos países. Especialmente nos EUA e na Europa, mesmo sem que houvesse uma clara evidência de que alguma reação iria ocorrer com os consumidores após a sua veiculação.

Há razoáveis motivos para acreditar que a origem da proibição da propaganda subliminar nunca existiu, foi um factóide que, no entanto gerou um buzz favorável a quem cuidou da proteção das mentes dos consumidores.

Há um motivo de ordem prática impossível de ser derrubado: as pessoas saem do cinema para a rua e não para o seu lobby onde estão as pipocas e refrigerantes. Na rua os ex-expectadores buscam os mais variados locais para se alimentar, tornando uma pesquisa precisa sobre os refrigerantes preferidos pela maioria extremamente complicada e altamente imprecisa, a ponto de me levar – mesmo sem ser especializado em pesquisa – a não aceitar seus resultados, quaisquer que fossem eles, como dignos de fé.

Mas todo este desmentido não quer dizer que a propaganda subliminar não exista. Ao contrário, existe e é extremamente eficiente, mas nos casos relatados não foram criadas com a função de se tornarem subliminares. Não foram, pelo menos até este momento, vistas como uma forma insidiosa de invadir as mentes dos consumidores.

Bastos Tigre, o publicitário autor dos versinhos do Rum Creosotado, “Veja ilustre passageiro o belo tipo faceiro...” que foram vistos por todos os passageiros dos bondes brasileiros também foi o autor de um slogan que agiu na minha visão como subliminarmente na mente de todos os brasileiros e alguns latino americanos em espanhol:

Se é Bayer é bom.

O slogan foi criado em 1922 e se tornou num ícone quase religioso, que apelava para a exposição da palavra Bayer em forma de cruz (com o Y no meio) e conseguiu subliminarmente sem desrespeitar a crença religiosa dos brasileiros assegurar aos produtos Bayer algo muito além das suas qualidades medicamentosas.

Durante mais de 20 anos os produtos Bayer pelo simples fato de exibirem a marca com a cruz já chegavam à mente dos consumidores “divinizados”, portanto muito além do que pudesse dizer a concorrência. E a repetição contínua do Se é Bayer é bom na cabeça de todos consumidores.

Nesta categoria de medicamentos de uso popular a Bayer só veio a ter a sua importância reduzida quando o rádio tornou o comercial do Melhoral lembrado por todos :

– Melhoral, Melhoral é melhor e não faz mal!

Ao recorrer maciçamente a uma nova forma de mídia, cada vez mais popular, o Melhoral ganhou da Cafiaspirina da Bayer e se tornou líder, sem sequer mencionar que o ácido acetilsalicílico era o mesmo componente do concorrente.

Em carros de som postados diante de farmácias, por todo o Brasil, crianças e as pessoas que passavam eram convidadas a cantar o jingle, ganhando prêmios na hora ao fazê-lo.

Outro exemplo de propaganda subliminar até hoje não apontada pelos críticos da sua utilização foi a campanha do cigarro Free, da Souza Cruz feita pela Ogilvy&Mather por Luiz Vieira, a partir dos anos 80 do século passado.

O conceito de liberdade presente no nome foi magnificamente dramatizado numa série de comerciais de muito bom gosto mostrando gente sofisticada fazendo comentários sobre baixos teores e índices de nicotina em ambientes completamente diferentes de qualquer lugar freqüentado pela maioria dos consumidores.

Inclusive os mais sofisticados.

O aspecto subliminar das mensagens não se fez presente naqueles comerciais por aparecerem textos escondidos na tela, ou palavras mágicas pronunciadas de trás para a frente, mas por uma promessa difusa de igualar o consumidor da marca a pessoas de um nível social, cultural, econômico superior e invejável.

Aquelas pessoas dos comerciais sabiam das questões relacionadas aos males possivelmente presentes em cigarros fortes, mas tratavam o assunto sem radicalismo, num ambiente de muita liberdade.

Resultado: o Free tornou-se o líder nas marcas de baixo teor, em todas as classes sociais, e não apenas nas classes mais esclarecidas, mais sofisticadas, mais capazes de tomar decisões inteligentes.

Não acredito que na concepção da campanha tenha havido a intenção de torná-la subliminar, num ataque coordenado e consistente ao âmago da mente dos consumidores.

Mas foi exatamente isto que ocorreu. E foi tão bem feito, meio por acaso, que até hoje acredito que estes aspectos subliminares da campanha jamais foram expostos em algum texto.

Os apelos “demoníacos” em textos invertidos com a marca de um refrigerante –“ Drink Coca Cola”, inclusive anúncios pesquisados agora pelo University College London com palavras positivas e negativas exibidas em flashes para influenciar a memória de quem foi por elas atingido, me parecem muito mais exercícios vazios do que testes conclusivos quanto à sua utilização.

O que todo profissional de comunicação tem como desejo oculto é levar consumidores a comprar cada vez mais os produtos e serviços por eles anunciados. O máximo dos máximos deste anseio vem quando o consumidor compra muito sem nem pensar porque faz isto, ou porque ache que faz isto porque quer.

Sem ter sido influenciado por ninguém. Esta certeza de que não foi influenciado por ninguém é exatamente o efeito da propaganda subliminar.

domingo, 11 de outubro de 2009

- Veja bem!...

A sucessão de notícias que podem ter alguma influência em nossas vidas escorre todos os dias pela Internet, antes mesmo de chegar aos jornais, televisão e revistas.

Desde o Rio ter sido a cidade selecionada para sediar as Olimpíadas de 2016 à premiação com o Nobel da paz para o Obama milhares de outras novidades, cuja importância para cada um de nós tem graus bem diferentes estão todos os dias nos pegando.

A depredação feita pelos ativistas do MST nos laranjais, máquinas e sede da fazenda da Cutrale e ontem a aprovação pelo Congresso argentino de legislação restringindo a liberdade de imprensa, são outros dois casos que levarão amigos a nos perguntar:

- O que você acha?

E nós podermos iniciar as nossas respostas com um - Veja bem!, ou não.

Um fato surpreendente e virgem - sobre o qual não houve tempo de divulgar as opiniões dos "formadores" de opinião oficiais - é a hora da verdade para os personagens que deveriam ter suas opiniões formadas sobre o que ocorre.

O ingrediente sem o qual se torna impossível dar uma opinião sobre o que quer que seja é a informação mais profunda. É ,tal como advogados e juizes de um processo, termos o nosso processo bem instruído.

E é aí que estão as grandes armadilhas nas quais todos podemos cair, e frequentemente, caimos.

Se em nosso cérebro já temos firmemente estabelecido um conceito sobre qualquer tema, uma nova informação sobre aquele tema somente será processada depois de passar e ser aprovada pelo conjunto de certezas prévias que temos sobre ele.

O Nobel da Paz para o Obama, só para tangilibilizar o dito aqui com um exemplo, será "interpretado" pelos solidamente "anti-americanos" de forma radicalmente diferente dos apaixonados pelo way of life dos nossos irmãos do norte.

E como cada grupamento destes tem suas ideias formadas pelos fatos que desejaram conservar em suas cucas, é possível e até muito provável, que os anti-americanos apoiem o prêmio enquanto parcelas dos apaixonados pelos EUA serão absolutamente contra a homenagem ao presidente do país.

Quem teria mais razão?

Para isto precisaria haver um completo conhecimento dos critérios dos membros do comitê, como eles debateram a concessão do prêmio. Precisaria se saber o que falaram os que achavam o Obama merecedor da honraria e o que disseram os que foram contrários a ela. Algo impossível nesta segunda parte.

Posso afirmar sem medo de errar que faltou uma trisquinha para que 100% das opiniões sobre o Nobel do Obama terem sido dadas por pessoas diante de suas próprias certezas do que de qualquer certeza relacionada à forma de como os homenageados são escolhidos.

Usei o Obama apenas como um exemplo, mas este exemplo se aplica a tudo o mais que alinhei no início deste texto e de tudo o que ocorre no mundo hoje.

Um pesquisador australiano, em 1935, previu que em 2037 mais de 80% das pessoas da Terra - a julgar pelo o que ele constatava na época - seriam loucas. Ele tinha a garantia de 100 anos para não ser desmentido...

Loucas seriam conforme a sua lógica as mentes incapazes de lidar com a realidade.

Não concordo com ele.

Tenho como certo que o percentual de alienados da realidade aumentou e ainda vai aumentar muito nos próximos anos, mas também tenho a evidência de que o compartilhamento de verdades cada vez mais intenso via Internet em especial já é a vacina para garantir a nossa sanidade nos próximos tempos.

Mas, tal como nas vacinas, é preciso acreditar nelas e aceitarmos a injeção sem muito choro.

Poderíamos a cada dia exercermos o nosso direito a fazer outra pergunta como a primeira resposta quando nos fazem perguntas.

Consta que Sócrates foi reconhecido exatamente por suas dúvidas socráticas.

Pelas perguntas dirigidas por ele a quem lhe perguntava alguma coisa o inquiridor acabava por concluir o que precisava saber.

A história nos revela que este tipo de comportamento não foi muito sadio para o próprio Sócrates. Obrigado pelos juizes a tomar cicuta, inclusive por não concordar com as penas impostas e altamente desejáveis a qualquer um interessado em continuar vivo diante do processo a que foi submetido, desde que abdicasse de suas ideias.

O perigo da nossa cicuta de hoje (o politicamente correto - ou incorreto) é o grande obstáculo para barrar o grande período iluminista a que todos hoje já temos acesso.

Veja bem! - todos temos de nos dedicar a isto como se nossa saúde mental dependesse disto! Você concorda?

- O que você acha?

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Chibatadas X Modernidade . Este mundo é muito grande

Abdul-Jawad, um árabe de 32 anos, divorciado e pai de 4 filhos foi sentenciado a 5 anos de prisão e 1000 chibatadas por ter contado num programa de televisão da Lebanese Broadcasting Corporation (LBC) sua vida sexual antes de seu casamento.

Abdul tinha um conversível vermelho e um telefone celular (olha aí a modernidade) e deu uma entrevista em seu quarto de dormir no programa "in Bold Red", um sucesso de audiência no mundo árabe, ao dizer e mostrar o que fazia com brinquedinhos sexuais e lubrificantes com as moças que conquistava diante de shopping centers via seu celular.

Foi preso em agosto e rapidamenre julgado pelo tribunal integrado por líderes religiosos - algo tão oficial como era a Inquisição dos velhos tempos - que não tiveram dúvidas ao proferirem a sua sentença.

Amigos e o irmão de Abdul comentaram que ele de fato está perdido. Seu conversível vermelho e seu celular foram confiscados, ele foi demitido. Depois de sair da cadeia e ter levado os 1000 açoites "não conseguirá trabalhar nem no governo nem na iniciativa privada por ter sido condenado por indecência moral".

Diante da notícia que me chegou pela Internet, enviada pela Reuters, tive muita pena do Abdul fiz algumas comparações com as nossas grandes queixas no Brasil e também considerei as minhas notas anteriores cheias de otimismo diante de um mundo que se moderniza a cada dia.

Minha conclusão meio óbvia: o Abdul, tal como o passarinho que come pedras, devia saber das consequências de seu ato.

Dizer o que ele disse aos telespectadores da sua região terminaria fatalmente em punição: dois amigos seus que apareceram no programa foram condenados a 300 açoites e... a dois anos de cadeia cada um.

Mas, o que mais me assusta é que o Abdul e amigos moram no nosso mesmo planeta.

Portanto, aqui vai uma recomendação: tenha sempre muito cuidado com o que vai dizer e onde vai dizer.

Nem sempre ser chamado de aloprado é a condenação máxima que alguém leva quando faz besteiras em outros lugares desta nossa Terra.

Como entrar no “controle remoto da vida” de seus clientes?



Este mês de outubro de 2009 em outras épocas quando aconteciam menos coisas e tudo era muito mais lento corre o risco de ser lembrado como início de uma nova era.

A nova e desafiante era da integração das mídias digitais que já afeta o seu dia-a-dia, mas ainda é vista pela imensa maioria de nós como apenas mais "umas novidades a serem destrinchadas".

Diane Mermigas, editora e colunista do Mediapost e de uma série de publicações dedicadas a explicar a comunicação nos tempos atuais, informou hoje na BNET news, baseada numa pesquisa da Synovate em 11 mercados globais que os smart phones e outros dispositivos móveis estão se tornando os “controles remotos para a vida” de seus usuários.

E ela apóia o que escreve com alguns fatos:

• Três quartos dos pesquisados, incluindo 82% dos norte-americanos, não saem de casa sem seus equipamentos.

• Um quarto dos pesquisados em 11 mercados possuem mais de dois equipamentos móveis. Nos EUA 20% destes possuem smart phones.

• Os usos mais generalizados destes equipamento, além de falar e enviar mensagens de texto, são: despertador, câmera e jogos. Os americanos informam que ainda não sabem usar outros dispositivos nos equipamentos.

• Nos EUA e no Reino Unido o acesso 3G está explodindo devido ao acesso à Internet e às redes sociais.

• As mensagens de texto estão aumentando tanto e ganhando tanta importância que boa parte do relacionamento pessoal, namoro e suas conseqüências estão nascendo do uso dos equipamentos móveis.

Por outro lado o Kindle, da Amazon e o Sony reader ganharam mais espaço no planeta. No dia 7 de outubro o Globo tornou-se o primeiro jornal brasileiro via Kindle no planeta. O Kindle internacional (a pouco mais de R$ 1000,00)tornou-se disponível no Brasil. E se para nós este preço seja ainda é MUITO salgado, há para nós o consolo de que a maior queixa e o maior obstáculo ao um sucesso do e-readers tipo MP 3 é justamente o seu preço.

A Forrester concluiu em uma outra pesquisa nos EUA sobre os custos dos e-readers Kindle e Sony (US$ 489,00 e US$299,00, respectivamente ) que ainda estão demasiadamente elevados.

Daí existir uma grande pressão dos consumidores por smart phones e netbooks de preço mais baixo e que de alguma forma estes equipamentos passem a ter funções semelhantes aos e-readers.

E se existe a demanda não tenho dúvida de que ela será atendida, promovendo a convergência de equipamentos reunindo infinitamente mais informações e interações possíveis em nossas mãos.

E nas mãos dos clientes que precisamos acessar, não mais apenas comunicando o que achamos que devemos comunicar a eles, mas comunicando o que eles quiserem que seja comunicado a eles do jeito escolhido por eles.

Independente destas próximas transformações previstas a venda de e-readers e e-livros, segundo a Forrester, irá crescer em 2009 50% sobre 2008. E as suas vendas vão dobrar a cada dois anos pelo menos.

Isto tudo significa que os usuários vão dedicar muitíssimo mais tempo a seus controles remotos da vida e menos às demais formas de comunicação.

Portanto para não corrermos o risco perdermos o passo da comunicação eficiente, interativa e relevante devemos nos tornar mais eficientes, interativos e relevantes.

E naturalmente antes dos concorrentes...

terça-feira, 6 de outubro de 2009

O Radar TVA para avaliar negócios e empresas



Ao longo destes anos sempre fiquei intrigado com a capacidade das agências de avaliação de riscos darem notas em empresas, países, negócios.
Também ao longo destes anos sempre admirei a capacidade gerencial dos norte-americanos.

Há muitos que atribuem esta enorme capacidade de gerenciar às experiências com a logística na 2ª Guerra Mundial, havendo até quem ouse dizer que os americanos ganharam as batalhas fora dos campos de batalha, com a sua capacidade de manter as suas posições, seus exércitos, suas tropas.

Lembro de ter lido algo sobre a ocupação do norte da África em que junto com as tropas chegaram também as tábuas de privada em quantidade suficiente para todos os combatentes. Isto para dizer o mínimo.

Quem garantia as tábuas de privada não iria deixar faltar combustível, munição, guardas de trânsito e tudo o mais que pudesse assegurar as conquistas feitas em batalhas.

Daí em diante os nossos irmãos do norte botaram as manguinhas de fora e se posicionaram como os reis da boa administração.

Americano passou a ser sinônimo do que era bom. Não foi sem motivos que surgiram no Brasil as Lojas Americanas que já dizia em seu nome que tudo ali era bom e merecia confiança.

Voltando às agências que avaliam as qualidades das empresas especificamente cheguei ao radar cuja imagem exponho aqui acima.

Neste gráfico com 12 pontos a avaliação das empresas é feita sobre;

1. Oportunidade de Mercado - É preciso que a empresa tenha diante de si a oportunidade de trabalhar um mercado de bom tamanho. Nos EUA, algo como de 500 milhões de dólares e possibilidade de crescimento de pelo menos 10% ao ano.

2. Marketing e Estratégia de Vendas - Os investidores precisam ter certeza de que a companhia sabe definir os seus caminhos e avançar com confiança.

3. Competição . É preciso saber como está o equilíbrio entre o projeto da empresa e seus competidores. Se há competidores há mercado e haverá mais competição.

4. Experiência em empreendimentos - A equipe gestora tem experiência em desenvolver empresas? Este pessoal gerou resultados em outros empreendimentos? Em outras ocasiões ?

5. Equipe de gerentes - Funcionam em harmonia entre si? São reconhecidamente competentes? São capazes de trabalhar como uma verdadeira equipe?

6. Compromisso dos fundadores - Eles têm posto o seu dinheiro no negócio? Têm feito investimentos necessários? Quando eles fazem isto a pontuação da empresa sobe bastante neste quesito.

7. Diretores e Conselheiros - As boas empresas têm competência para atrair grandes diretorias e bons conselheiros. Nada relacionado a belos currículos apenas. É preciso ter gente dedicada ao sucesso da empresa.

8. Performance financeira - É preciso que os investidores constatem projeções financeiras promissoras e realistas.

9. Valor do Investimento - É preciso saber como a organização irá usar os recursos que nela forem investidos.

10. Realizações - Algo muito genérico, mas crucial numa análise. Bons contratos contando com bons parceiros estratégicos acelera o crescimento da empresa.

11. Estrutura corporativa e estrutura dos acionistas majoritários - O tipo de sociedade pode atrair ou repelir investidores externos. A questão das empresas familiares sem abertura para gente de fora não é desejável.

12. Propriedade Intelectual - São as patentes, marcas, marcas registradas e renome no mercado.

Faça cópias do radar e dedique-se ao esporte de analisar as empresas mais próximas, a começar pela sua.

Depois se aprimore na análise de outros Radares TVA (capture na Internet) e ganhe um pouco mais de conhecimento sobre o mercado.