segunda-feira, 25 de maio de 2015

O excesso de notícias está matando o interesse nas notícias.

Desde o menino esquelético de um país africano até o Barack Obama cantando com o BBKing não há notícia oculta.

Os bandidos da faca do Rio de Janeiro já estão com as suas imagens gravadas em centenas de câmaras.

O Papa está assumindo e sendo reconhecido como o diapasão moral do mundo e cada gesto seu se torna universal mal ele faz uma declaração.

A canalhice dos governantes do Brasil não se mantem oculta por 24 horas. No dia seguinte só não sabe o que aconteceu quem deliberadamente decida fugir do mundo.

Os mobiles estão à caminho de nos informarem ainda mais, e mais depressa.

Resultado bem justificado. As notícias estão perdendo a importância.

Jornais impressos têm tiragens menores, menos anunciantes, menos recursos e precisam mudar o seu DNA sem morrer antes.

Se havia um universo paradisíaco para jornalistas amantes de sua função este universo seria bem próximo ao em que vivemos e o rascunho do universo em que vamos viver.

Os gregos que há 2500 anos inventaram tudo que mereça ser pensado - e a democracia foi a sua maior invenção - teriam horror ao mundo conectado em que vivemos hoje.

Ao terminar a leitura do Globo cada manhã estou fatigado como um maratonista mal treinado. Nesta corrida diária só tem ladeira para cima, só atoleiros por baixo, só inimigos diante de nossas muralhas.

É preciso descobrir o que irá interessar as pessoas neste novo mundo e começar a testar conceitos logo.

O esfacelamento do PT não será o esfacelamento de um grupo mal orientado. Será o esfacelamento de todos os grupos políticos que como o PT aspiram pelo domínio das mentes e de uma boa parte da carteira do que acreditam serão capazes de distribuir bensesses.

QUE INTERESSAM A CADA VEZ MENOS PESSOAS.

Você conhece alguém que tenha se beneficiado de toda esta canalhice? Você que conta o que tem na carteira para pagar a sua parte num jantar já imaginou devolver mais de 150 milhões de reais de propinas pagas a você para ajudar ou não atrapalhar operações que me envergonham a cada dia 1000 vezes mais do que o7X0 ?

Esta situação felizmente ou infelizmente não é só brasileira. 

Se você não está decidido a pensar e fazer algo você pode ter a certeza de que é parte do problema. Portanto não se queixe. Apresente democraticamente as suas ideias e soluções. 

Pela amor de Deus!!!

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Bolas de gude podem ser o primeiro passo dos "mirolhas" na vida...







Em qualquer um grupo de crianças  havia sempre os mirolhas e os que não podiam ser mirolhas. 

Os deuses não concederam a eles esta suprema graça, baseados em critérios conhecidos apenas por eles.

Jogava-se bola de gude com três búlicas, três covas feitas com o calço do sapato, num chão de terra dura tão plano quanto possível.

Podiam jogar três ou mais jogadores , mas três era o número ideal. Para jogar , quando se decidia jogar, o mais rápido gritava “Marraio” e este grito garantia a ele om privilégio de ser o último a jogar.

Uma grande vantagem, pois o objetivo de todos era o de botar sua bola nas búlicas e impedir que os outros fizessem isto afastando as suas bolas para tão longe quanto possível.

O último a jogar, se fosse mirolha, podia botar a sua bola mais perto da búlica e acertar as bolas dos outros jogadores para que sumissem de vista.

O ganhador ficava com a bola dos perdedores, ganhava poder e notoriedade.

Quem ganhava mais eram os mirolhas, uma virtude que precisava ser exercida por um tipo especial de pessoa que tinham de se enquadrar nos 7 parâmetros abaixo:

1.       Tinha de ser rápido no raciocínio para gritar o marraio antes dos outros.

2.       Só gritar, porém, não adianta muito se você não soubesse como operar a sua bola e fazer a suas jogadas  sem um foco contínuo em ganhar o jogo.

3.       Ao jogar a sua bola não podia dar sinais de hesitação, pois esta atitude confiante sempre amedrontava os adversários inseguros e temerosos de perder suas bolas em poucas jogadas.

4.       Todo o gestual do jogador, obedecia uma coreografia não determinada, cuja a repetição segura dava ainda mais confiança aos melhores jogadores.

5.       O jogador mirolha tinha de ser impiedoso . Ao lançar a sua bola sempre que pudesse devia despedaçar com o impacto  a bola dos adversários.

6.       As bolas despedaçadas eram substituídas por novas bolas inteiras que cada um tinha em um saco de pano.

7.       Se perdesse o jogo seria esta a bola a ser entregue ao vencedor, a bola despedaçada ia  para o lixo.

O pensamento estratégico se tornava a segunda natureza dos bons jogadores. Mas cada estrategista destes, tinha de aprimorar a sua habilidade operacional. Cada lançamento ,  seguia uma coreografia. Um lançamento  jamais poderia ser feito com objetivo diferente da conquista da vitória.

O xadrez é o jogo mais antigo com mais jogadas, com milhões de jogadas posteriores, que os bons jogadores preveem antes de mover cada peão no tabuleiro.

Tanto na bola de gude quanto no xadrez o objetivo é a vitória incontentável com humilhação dos perdedores, mas sem bazófias dos ganhadores .

Quem ganha sempre será visto como um protegido dos deuses, pois este lugar nunca pode ser ocupado por alguém que ganhe a partida por acaso, por pura sorte.

Quem ganha não precisa se orgulhar muito da vitória, a vitória é para ele a mera consequência de seu jogo arrasador.

Há diferenças importantes nestes dois jogos que imitam a vida: 

a bola de gude para ser jogada requer de início apenas uma bola de gude por jogador, um área de terra dura, as três búlicas e pelo menos três jogadores disputando a vitória.

No xadrez não existe esta simplicidade: é preciso o tabuleiro, as peças , pelo menos dois jogadores  e o mínimo de interferência dos espectadores.  

Os jogadores devem ter um raciocínio matemático sofisticado e rápido como o que um desafiante num principado muçulmano que pediu,  diante de sua vitória sobre o campeão local , que o príncipe apenas lhe pagasse com grãos de trigo.

Colocando nos 64 quadrados do tabuleiro sempre o dobro dos grãos colocados no quadrado anterior.

O resultado em número de grãos é uma progressão geométrica simples.

O número 2 é multiplicado por ele próprio uma vez no primeiro quadrado e este resultado passa a ser  multiplicado pelo número anterior 64 vezes. Esta soma tem como fórmula


S= 2 elevado a 64ª potência – 1 .

O total é 18 446 744 073 709 551 616 – 1.

Se toda a terra recebesse uma plantação de trigo e fosse feita uma colheita por ano este  número só poderia ser alcançado em 450 séculos.

Este desafio ao príncipe foi feito por Lahur Sessa, o inventor do jogo de xadrez e o maior marqueteiro de seu produto, com um problema que atravessa milênios estarrecendo os menos relacionados a jogos matemáticos.

Jogadores de bolas de gude não têm esta capacidade de raciocínio. O que querem ganhar são as bolas de gude de seus adversários, nem pensam em grãos de trigo.

Em detrimento do jogo de xadrez em relação ao jogo da bola de gude há a definição de um pensador norte-americano : Quanto mais alguém joga xadrez mais capaz  se torna um jogador de xadrez.

 E para por aí.

Com a prática da bola de gude os mirolhas dão os primeiros passos de um futuro brilhante.

Se você tomar as 7 necessidades para se tornar um vencedor com a bola de gude e der a elas o tratamento dispensado a Sun Tzu em sua Arte da Guerra comprovará que quem seguir um ou outro, de Sun Tzu ao mirolha na bola de gude terá a mesma sabedoria filosófica, só que
os jogadores de bola de gude têm a vantagem da prática exercida nos primeiros anos de vida.

Joguei muita bola de gude, mas jamais me  considerei um mirolha, que pena...




terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Deuses gregos continuam na ativa não é...

das especialidades dos deuses gregos. Como eu me dava muito bem no primário até achava que alguns deles tinham uma atenção especial comigo que afinal de contas os tinha descoberto na biblioteca de papai...

Os gregos que tiveram o ápice de sua criatividade no 5º século a.C. deveriam enfrentar um problema sério quando precisavam apelar para o deus certo para resolver alguma aflição em suas vidas.

Vai que o apelo ao Olimpo fosse feito ao deus errado!. E pior do que isto: se o deus certo percebesse o erro, e ainda pior, ficasse furioso e enciumado e resolvesse melar o pedido, fazendo tudo acontecer ao contrário do pedido?


Você acha que estou ficando louco?

Leia sobre eles e constate que além dos deuses, os gregos também inventaram todas as reações humanas (a que deram nomes em grego) – desde as mais sublimes às mais mesquinhas – e quem as praticou, ensinando sobre a sua existência, foram exatamente os seus humaníssimos deuses do Olímpo.

Aliás, o Olimpo já foi uma evolução neste relacionamento de gregos e seus deuses.

No princípio, havia somente o grande Caos (que surpreendentemente permanece ativo até hoje) do qual surgiram os Velhos Deuses, ou Titãs, dirigidos pelo deus Cronos (Tempo).

Zeus era um dos filhos de Cronos e chefiou a rebelião da nova geração dos deuses - chamados Deuses Olímpicos - que dominaram a Grécia em toda a sua época clássica.

Olímpicos porque decidiram pelo motivo que seja viver no monte Olímpo.


A convivência no Caos, como se verá a seguir, era bastante confusa.

O Olímpo foi rapidamente aceito pelos deuses existentes e pelos seus filhos já que por lá este relacionamento amoroso divino era não só permitido como intensamente praticado.

Praticado entre deuses como entre deuses e deusas com reles mortais que tanto se beneficiavam como por vezes se ferravam destes conúbios tornados mitos sempre que ocorriam.

O meu objetivo aqui é recuperar os deuses Olímpicos de seu passado em technicolor dos filmes de Cecil B. de Mille e comprovar que eles (seus antecedentes e seus sucessores) continuam tão ativos hoje quanto naquele 5º século a.C.

Aliás, esta introdução do a.C e do d.C. 500 anos depois de seu grande momento na Grécia deve ter causado um grande choque olímpico.

Imagine aqueles deuses ciumentos, faladores, envolvidos em disputas internas ao se darem conta que o antepassado maior deles todos – Cronos – estava destronado nesta questão da contagem do tempo.

A turma mais política tentando dizer que o C do a.C e do d.C era para representar antes de Cronos e o mundo concordando que o C era de Cristo, um judeu que falava aramaico de uma região que faça-me o favor, podia ser classificada como o pior subúrbio da civilização da bacia do Mediterrâneo.

O que deve ter havido de acusações mútuas não deve ter sido pouca coisa.

Mas, de alguma forma os deuses trataram de preservar o seu lugar, naturalmente se adaptando às novas circunstâncias, a começar pela adoção (e adoração) de santos católicos cujas especialidades e maiores habilidades coincidentemente eram as mesmas de deuses plenamente estabelecidos. Na Grécia e em Roma já que com nomes diferentes exerciam a sua tarefa nas duas civilizações...

Algo que os africanos trazidos contra a sua vontade para o Brasil fizeram com os seus deuses diante dos santos católicos 1500 anos depois...

Os principais deuses olímpicos são:

Zeus

O deus principal, governante do Monte Olimpo. Rei dos deuses e dos homens, era o sexto filho de Cronos. Como seus irmãos, deveria ser comido pelo pai (evidentemente um deus de maus bofes), mas a mãe (iniciando uma tradição das mulheres agirem por baixo dos panos) deu uma beberagem a Cronos e este vomitou novamente o filho; este e seus irmãos, também vomitados na mesma hora, uniram-se contra o pai, roubaram os raios e venceram a batalha.

Os raios eram fabricados pelo deus Hefaistos, (dedicado, portanto à indústria armamentista) e os raios de Hegasto passaram a ser o símbolo de Zeus.

Zeus para os gregos era Júpiter para os romanos, por motivos não muito lógicos. Esta falta de lógica das atitudes dos deuses diante do mortais também deu origem à aceitação de coisas sem sentido como a vontade dos deuses, muito além da compreensão dos homens.

Palas Atena ou Atenéia

Deusa virgem, padroeira das artes domésticas, da sabedoria e da guerra.

Um dos ministérios mais confusos que se possa imaginar.Pelo menos na cabeça dos mortais.

Palas Atena era uma Virgem notória e como tal reconhecida.

Ajudava as mulheres em suas tarefas domésticas da cozinha ao bordado, e era igualmente eficiente nas áreas da sabedoria e da guerra.

Guerras que eram das maiores se não a principal razão de um povo viver.

Só enchendo os vizinhos de porrada para tomar deles o que pudessem havia sentido de um povo crescer e se tornar forte.

Se não fosse bom na arte de atacar os outros, o vizinho mais forte atacaria com sucesso e tornaria o povo fraco em povo escravo.Portanto não havia a hipótese da paz como algo desejável. Os romanos mais tarde até inventaram a expressão Pax Romana para esclarecer a paz desejável: Nós fazemos e os outros povos obedecem, e que assim seja para manter a paz!


Voltando à Atenéia. Quando lhe era conveniente elas deixava de lado os seus panos de prato bordados e ajudava (quem ela achasse que merecia, ou que havia melhor se dedicado a seu culto) ganhar as batalhas.

E ela sabia muito bem a quem ajudar pois também era a responsável pela sabedoria.

Palas (coisa que só acontece com deuses) nasceu já adulta, na ocasião em que Zeus teve uma forte dor de cabeça e mandou que Hefaistos, o deus ferreiro ( o dos raios) , lhe desse uma machadada na fronte. Hefaistos caprichou na porrada e da cabeça rachada de Zeus saiu Palas Atena. O que poderia ser um fato negativo, pois, ela seria uma dor de cabeça tornada visível e ativa.

Sob sua proteção floresceu Atenas, em sua época áurea. Dizia-se que ganhou a devoção dos atenienses quando presenteou a humanidade com a oliveira, árvore principal da Grécia. Inventou a oliveira e o azeite quando cuidava da pasta da sabedoria, sem a menor dúvida.

Palas para os gregos tornou-se Minerva para os romanos. Que no Brasil passou a ser um sabão em pó antes da entrada das multinacionais, já que não existe sabão Minerva em outras plagas... a menos que eu não saiba.

Apolo

Deus do sol e patrono da verdade, da música, da medicina e pai da profecia.

Mandava muito. E mandava bem. Filho de Zeus fundou o oráculo de Delfos, que dava conselhos aos gregos através da Pitonisa, sua sacerdotiza que entrava em transe devido aos vapores vindos das profundezas da terra.

Apolo numa terra de gente exagerarada na descrição do que ocorre cuidava da verdade.

Naturalmente a verdade era o que ele considerava verdade, e ponto final.

Pois se o tema fosse posto em julgamento por gregos dificilmente eles chegariam a um acordo. Apolo dizia o que era verdade e acabou-se. Uma coisa que faz muita falta hoje em todos os lugares.

A medicina em que o diagnóstico (palavra grega para variar) tinha de ser uma verdade para encaminhar a profilaxia (outra palavra grega) também era problema de Apolo que para reduzir a sua carga de trabalho direto também cuidava das profecias.

Profecias (outra palavra grega) dá uma tremenda notoriedade a quem as faz e acerta no que fala.

Nostradamus, no século XVI, deu de profetizar sobre o que iria acontecer daí em diante e até hoje tem o seu nome no Hall da Fama dos profetas.

Se bem que ele tivesse dito que o mundo iria acabar em agosto de 1999 e já está errando há mais de 11 anos!


O importante é darmos atenção às áreas de atuação dos deuses olímpicos citados até aqui. Pois só assim poderemos perceber a sua sabedoria em continuar atuando em nosso mundo, da forma como continuam atuando.


Ártemis

A Diana dos romanos era a deusa-virgem (eles apartentemente tinham mania deste negócio de deusas virgens...) da lua, irmã gêmea de Apolo, poderosa caçadora e protetora das cidades, dos animais e das mulheres.

Na Ilíada de Homero, desempenhou importante papel na Guerra de Tróia, ao lado dos troianos.

Notar que era a deusa da caça, mas era também a deusa protetora dos animais e das mulheres. Com uma mão e um arco matava os bichos e com o mesmo empenho – e pontaria – cuidava dos animais evitando matanças desenfreadas.

O fato de ser irmã de Apolo e de ser a protetora das mulheres já indica a importância das mulheres sob o ponto de vista do Olímpo, até porque na Grécia aparentemente elas não mandassem muito na sociedade.

Na teoria tinham sempre um papel secundário, mas a quantidade de deusas reconhecidas leva a crer que as gregas também deviam influenciar muito a vida no dia-a-dia dos cidadãos. Prova disto é a deusa a seguir:


Afrodite


Deusa do amor e da beleza, era esposa de Hefaistos (o cara dos raios) e amante de Ares, a quem deu vários filhos (entre eles Fobos = Medo, e Demos = Terror). Afrodite era também mãe de Eros.

Sinteticamente e com certo grau de desrespeito em matéria de sacanagem – mesmo diante de grandes riscos – Afrodite realmente era suprema.

Talvez as conotações negativas em relação às mulheres tenham até sido concentradas em Afrodite, casada com um deus, amante de outro a quem deu dois filhos de nomes sinistros Medo e Terror, e, além disto, mãe de Eros que comandava o interesse sexual de uma pessoa nas outras.

Não era amor platônico, não. Era desejo sexual.

Os romanos trataram de mudar o seu nome de Afrodite para Vênus. Com o seu nome de Vênus batizou as camisinhas que antes do uso da borracha e do material plástico eram feitas de intestinos de animais, aparentemente com os mesmos resultados práticos.

De Afrodite vamos para Hera.

Hera

Esposa de Zeus, protetora do casamento, das mulheres casadas, das crianças e dos lares. Era também irmã de Zeus, uma das filhas vomitada por Cronos e que assim evitou servir de refeição ao pai comilão.

O problema destas divindades olímpicas, ao menos diante de nós mortais, era de várias espécies: o mais óbvio era a questão da agenda de trabalho destinada a cada um.

Hera protegia (1) o casamento tendo o dela estabelecido (2) com o seu irmão maior, cuidava ainda (3) das mulheres casadas, (4) crianças e (5) lares. Diante de seu currículo acho que a sua colocação nos dias de hoje como baby sitter seria recusada pela maioria das mães e pais, o que iria provocar reações muito raivosas da turma do Olímpo que não perdoava estas demonstrações de desrespeito dos mortais.

Mas, por favor, registre ou cadastre Hera na sua lista e anote que o seu nome era Juno para os romanos.


Démeter


Era a deusa das colheitas, dispensadora dos cereais e dos frutos. Quando Hades, deus do inferno, levou sua filha Perséfone como sua esposa, negou seus poderes à terra, e esta parou de produzir alimentos; a solução de Zeus foi que Perséfone passaria um terço do ano no inferno, com seu marido, e o restante do tempo com sua mãe, no Olimpo. Dessa forma, Démeter abrandou sua ira e tornou a florescer nas colheitas.

Démeter para os gregos e Ceres para os romanos. Ao mesmo tempo interessante e preocupante este expediente duplo no inferno e no Olímpo relacionado à agricultura.

Fazendeiro sofre com este terço ano da deusa encarregada de ajudá-lo no inferno.


Hermes


Filho de Zeus e mensageiro dos mortais, era também protetor dos rebanhos e do gado, dos ladrões, era guardião dos viajantes e protetor dos oradores e escritores. E deus protetor dos comerciantes. Sua efígie está na fachada da Associação Comercial do Rio de Janeiro.

Além disto Hermes é o nome da mais tradicional empresa de catálogos do Brasil. Tinha asinhas nos tornozelos para que pudesse se deslocar com mais rapidez de um lado para o outro.

Mas, convenhamos, só no Olimpo poderiam ter feito Hermes protetor do gado e dos ladrões – criando uma jurisprudência olímpica evidenciando que os ladrões também eram filhos de deus... Na mesma panela oradores e escritores – ou modernamente, a imprensa escrita e falada.

Hermes para os gregos e Mercúrio para os romanos, e planeta mais quente e menor do sistema solar.

Poseidon

É o deus do mar (que ocupa mais de 70% da superfície da Terra) e dos terremotos (produzidos por forças indomáveis logo abaixo da crosta terrestre).

A alçada de Poseidon era praticamente toda a Terra, causando estranheza que tenha sido tazmbém o deus que deu os cavalos para os homens.

Era considerado pelos gregos, diante do Mediterrâneo ameaçador, um deus traiçoeiro, pois por experiência própria eles não confiavam nos caprichos do mar.

Poseidon para os gregos e Netuno para os romanos.

Dionísio

Era o deus do vinho e da fertilidade. Filho de Zeus e uma mortal foi alvo do ciúme de Hera (mais uma vez arriscando a vingança de Hera, logo de quem? A palavra ciúme não deveria ser parte de seu vocabulário, não é?), que matou sua mãe e transtornou o seu juízo.

Dionísio vagueava pela terra, rodeado de sátiros e mênades. Era o símbolo da vida dissoluta. E por isto tornou-se no grande incentivador dos porres homéricos. Mas, a presença dos sátiros e das mênades indicava que nestes festivais alcoólicos a bebida era apenas o apoio para a vida dissoluta, uma grande meta de gregos, troianos e seus sucessores.

Dionísio para os gregos e Baco para os romanos.

Ares

O deus guerreiro por excelência. Seu símbolo era o abutre. Seus pais, Zeus e Hera, detestavam-no, mas era protegido por Hades, pois povoava o inferno com as numerosas guerras que provocava.

Sua vida estava longe de ser exemplar - foi surpreendido em adultério com Afrodite, esposa de Hefaistos, que os prendeu em fina rede; foi ferido por três vezes por Héracles (Hércules). Era muito respeitado pelos gregos por sua força e temperamento agressivo.

Ares para os gregos e Marte para os romanos.

Hefaistos ou Hefesto

Deus ferreiro, do fogo e dos artífices. Filho de Zeus e Hera, foi lançado do Olimpo por sua mãe, desgostosa por ter um filho coxo. Refugiou-se nas profundezas da terra, aprendendo com perfeição o ofício de ferreiro.

De suas forjas saíram muitas maravilhas, inclusive a primeira mulher mortal, Pandora, que recebeu vida dos deuses. Construiu no Olimpo um magnífico palácio de bronze para si próprio, e era estimado em Atenas.

Para compensá-lo de sua feiúra, seu pai deu-lhe por esposa Afrodite, a deusa da beleza.

Afrodite, como já foi dito aqui, compartilhou a sua beleza com Ares, tornando o seu adultério um fato notável no Olimpo e de lambuja criou a palavra adultério em grego para dar mais nobreza aos atos de cornear os esposos.

Além de ter criado a primeira mulher mortal, era o artesão dos raios de Zeus.

Hefaistos para os gregos e Vulcano para os romanos.

A relação completa chega a mais de 100 deuses que foram destronados de seus templos principalmente com o crescimento do cristianismo.

Mas, as grandes tarefas dos deuses foram todas absorvidas pelos santos, e antes dos santos pelos anjos oriundos dos cultos judaicos e presentes em todos os cultos desde os mais antigos indianos, aos maometanos, ao espiritismo e ao que você possa imaginar.

Toda criança brasileira recém nascida recebia como presente de boas vindas um quadrinho onde estava o seu anjo da guarda.

O anjo da guarda de certa forma tinha funções tão abrangentes quanto a dos deuses do Olímpo com a importante diferença de ter como única responsabilidade cuidar daquela criança 24 horas por dia.

No entanto, talvez até devido a este cuidado individual, os anjos da guarda não têm maior importância no mundo mítico das pessoas. Há menções bem humoradas quanto à eficiência dos anjos da guarda dos praticantes de esportes radicais, mencionando o trabalho que têm no seu dia-a-dia, mas para as pessoas que pouco se arriscam não há menções a anjos da guarda.


O misticismo que interfere em cada dia de sua vida

Do mesmo modo que nas diversas tribos de nossos antepassados se buscou a melhoria para as gerações seguintes sempre todos se sentiram pequenos diante de deus, dos deuses, dos santos, do anjos, dos espíritos.

Enquanto um explorador navegava numa embarcação frágil em busca de riquezas no outro lado do mundo levava à bordo os protetores de sua alma , fosse ele o navegante deste exemplo um português no século XV, um fenício, um chinês, um indiano, um aborígene da polinésia, um índio da Amazônia.

Os seus protetores tanto podiam ser peças de madeira ou metal, cordas, tatuagens cuja ausência era vista como mais ameaçadora do que um furo no casco.

Os mitos sempre deram aos homens a certeza de sua proximidade com Deus com os deuses, tornando a sua vida uma parte inseparável do poder criativo da divindade que comandava a sua vida e a sua morte.

Sem esta proteção o homem diante do risco não teria diferença do animal em risco, algo impensável.

O fato mais marcante e maior indicador do sucesso do cristianismo nos últimos 2000 anos da longa existência do homem na Terra foram as igrejas espalhadas por toda a Terra.

Povoados minúsculos, povoados com prédios precários para abrigar a população e seus negócios, povoados em ambientes hostis à religião católica todos têm uma ou várias igrejas.

Hoje, no século 21 a visita a esta infinidade de igrejas deixou de ser um ato de devoção de uns poucos para se tornar numa visita cultural de muitos.

Uma igreja que abrigasse as relíquias de um santo era visitada por peregrinos que podiam levar meses ou até anos para lá se prostrarem para agradecer ou pedirem alguma graça.

Nas igrejas centenárias ou até milenares hoje existentes há uma legião incessante de visitantes que fotografam todos os seus meandros, seus altares, seus santos que só vão de fato ser vistos ao fim de suas viagens em que locais, referências e importâncias tendem a ser confundidos.

O que é mais espantoso é o trabalho dos artistas que criaram não só as imagens e os altares, mas todos os detalhes da decoração.

Nenhum desenho ali foi feito apenas para encher uma parede.

Tudo teve um sentido vinculado ao misticismo da religião e explicitado de alguma forma para que o fiel pudesse compartilhar estes mistérios dedicando-se a olhar com veneração ao que se expunha diante de seus olhos.

Coisa bem diferente do que fazem as hordas de turistas hoje.

Mas, voltando ao início deste texto, onde as hoirdas de visitantes mantem hoje o mesmo fervor dos fiéis nas igrejas primitivas?

Em novos templos em que em altares são dedicados a cada deus do olimpo, em conjunto ou separados.

Em altares que do mesmo modo que os altares primitivos são contemplados com atenção e com devoção na dependência direta da influência daquela divindade na vida presente e futura do visitante.

Da mesma forma como sempre ocorreu, o visitante freqüentemente faz sacrifícios diante de seus deuses cultuados.

Sacrifícios em dinheiro que garantem a imediata satisfação de uma clara vinculação entre o deus local e o fiel.

Tal como nos magníficos templos gregos que sobrevivem até hoje nas margens do Mediterrâneo os novos templos para os deuses olímpicos ganharam o nome de shopping centers.

Imagine o sucesso que teria Apolo se pudesse ter no Oráculo de Delfos um prédio com estacionamento de bigas, praça de alimentação onde Dionísio seria também festejado, onde a bela e misteriosa Afrodite incentivaria a aquisição de túnicas sensuais, onde Hera, longe do marido fabricante de raios, pudesse ajudar as famílias a ter mais prazer na vida ?

Faça você uma relação de lojas e estabelecimentos de um grande shopping que você conheça – não esqueça dos cinemas, teatros, centros médicos, locais para divertimento de crianças, lojas de todos os tipos, desde as dedicadas a artigos religiosos às sex-shops.

As grandes lojas âncora , os super e hiper mercados e se divirta relacionando os deuses olímpicos com as atividades de cada local destes.

Olhe para as suas roupas, para os objetos que possui em sua casa, para o seu carro, para os seus relacionamentos e faça as mesmas relações.

Você irá perceber como está tão perto dos gregos.


Sem falar dos anjos, inclusive o seu próprio anjo da guarda, que impede a perda de sua carteira, o tropeço nas escadas rolantes, a rapidez ao achar a vaga nos estacionamentos, e coisas assim.

Conheço pessoas que por absoluta devoção freqüentam os shoppings com a mesma freqüência que as igrejas primitivas, gregas, católicas, os templos indianos e mesquitas são visitados pelos fiéis.

Além disto, mesmo que você não se sente tão envolvido assim com estes deuses, provavelmente deve ser um problema de seu signo zodiacal. Coisa atribuível à conjugação de astros na hora em que você nasceu.

Nada mais mitológico e no entanto como o astrólogos acertam, não é ?.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

O Pacto Social possibilitou a convivência dos homens. O problema é que precisa ser repactuado todos os dias...
















Estou absolutamente convencido de que tenho muito mais dúvidas do que certezas.

A história do mundo, da humanidade, dos países, dos aliados, dos inimigos é uma bela peça - um objeto de arte - que nos parece sempre de natureza impecável.

Mas se você se der ao trabalho de passar uma moeda sobre a pintura é certa a sua decepção pelo o que vai encontrar logo abaixo.

A nossa memória foi aperfeiçoada aos longo de milhares de anos para esquecer - deixar de lado - todas as experiências negativas.

Numa reunião com colegas de turma que se juntam para comemorar os anos passados em qualquer ambiente as tristezas da época só são lembradas como uma chance de rir mais ainda com as trapalhadas de um ou outra e como isto ficou esquecido no passado.

Se acontece conosco imagine na sociedade de que fazemos parte e que se forma como uma resultante de tudo que cada um de nós faz?

Cada vez estou menos convencido de minhas ideias mais radicais e vejo que a cada dia pessoas que não parecem dedicar seu tempo para entender melhor onde estão, o que são e o que querem se tornam mais radicalmente certas do que fazem.

O futebol é um campo em que as metáforas representam bem o que é a vida fora dos jogos:

Uma pessoa como eu que se diz torcedor do Fluminense por décadas não pode ser questionada quanto à lógica de ser Fluminense.Um pouco depois de se tornar torcedor de um clube , levado por um entusiasmo momentâneo, o garoto passa a ser confrontado pelos torcedores dos outros clubes. E passa a buscar o que dizer para refutar os opositores. E a buscar o que dizer conta os clubes deles.

E assim , à partir de "evidências" colecionadas no dia-a-dia cada torcedor constrói o equivalente de seu castelo de areia.Volumoso, luxuoso até, capaz de impressionar os passantes pela pureza de suas linhas. Só que não resiste aos ventos, ao ar seco, ao mar que sobe , a um peteleco dado até por uma criança.

Fora do futebol as certezas antigas, incertas , que se foram consolidando ao longo dos anos com o mesmo empenho clubístico se revelam  castelos de areia ainda mais instáveis, inconfiáveis.

Para ter a coragem intelectual de rasparmos nós mesmos com uma moeda a superfície de nossas fés é preciso ser uma pessoa muito qualificada e com  a máxima ousadia a que um homem pode chegar.

O papa Francisco em seus poucos meses no comando da Igreja católica está subindo as muralhas de seus muitos castelos de areia

Ele corre cada vez que abre a boca o risco de ser aquilo um peteleco para derrubar uma parte ou até todo o castelo feito de areias tão antigas .

O papa uma evidência deste momento de não fundir-se com "verdades" tabus que eram aceitas como dogmas com 20, 50 ou 2000 anos.


SIGA O PAPA . PENSE NAS SUAS CRENÇAS MAIS ARRAIGADAS.

E SINTA O ALÍVIO QUE ELE DEVE ESTAR SENTINDO...