quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Como está nossa preparação para 2020?

Esta semana o Globo publicou uma entrevista com um alemão - Alexander Busch - em que este cidadão, dizendo tudo o que todos já sabemos, garante que o Brasil será uma potência mundial mais sólida dentro de 10 ou 20 anos.

Tudo aquilo que sabíamos desde criancinhas - riquezas naturais, clima, produção agrícola capaz de alimentar meio mundo, engenhosidade dos brasileiros, indústrias ousadas com um mercado interno para atender e por aí vai - tudo aquilo ele vê como verdades e verdades que terão boas consequências para todos nós daqui em diante.

É como se tivessemos acostumados a dirigir um velho Fusca, e estarmos na expectativa de termos um carro superespecial, capaz de nos levar muito mais longe.

Me pergunto e pergunto a todos: diante desta perspectiva temos nos preparado para dirigir este novo carro?

Tenho feito a pergunta aos alunos da ESPM do Rio, onde sou professor, pois os vejo como os grandes beneficiários deste Brasil Maior que se está configurando diante de nós.

O que se torna essencial para eles e para todos é não reagirmos contra esta tendência. E a maneira de não reagir contra - na minha visão - é reagir a favor.

É preciso acompanhar todas as novas tecnologias, não para nos admirarmos com os seus aspectos, mas para saber utilizá-las além do que possa ter sido pensado para elas por seus criadores.

O compartilhamento de informações, conhecimentos, entretenimento, cultura o que possamos imaginar, será cada vez mais parte de nossa vida, mas de maneira completamente diferente do que foi para nossos pais, para nós mesmos ontem, para nós mesmos hoje.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

As verdades com 2600 anos de Thales de Mileto. O que você acha ?



Há alguns anos na busca da origem do Conheça-te a ti mesmo, que queria usar como ensinamento especialmente para empresas - pois este autoconhecimento para mim é a principal característica das empresas bem sucedidas - fui me deparar com Thales de Mileto, o cidadão acima.

Thales, além de ser o autor do Teorema Angular de Thales que todos aprendemos nos primeiros anos de colégio (a soma dos três angulos de um triângulo é 180°) foi também reconhecido como o primeiro dos 7 sábios da Grécia.

Viveu de 625 a 547 a.C, era matemático e filósofo, viveu num vilarejo que hoje faz parte da Turquia e sem que disto se faça muito alarde é considerado o Pai da Filosofia Ocidental.

Não é pouco e você ao ler mais um pouquinho este texto vai concordar com quem o classificou assim e entender esta minha mania de citar um sujeito que viveu há 2600 anos em palestras e aulas sobre marketing na era digital, sem me sentir nem um pouco estranho ao fazer isto.

Vou contar dois fatos para que você comece a se entusiasmar com o velho Thales.

A sua capacidade de correlacionar ângulos, triângulos, fazer medições fez com que ele previsse o primeiro eclipse do sol que não pegou uma população de surpresa.

Ao observar o céu ele disse que num certo dia de 585 a.C o sol seria coberto pela lua e o dia iria transformar-se em noite, para logo depois voltar a ser dia de novo sem maiores problemas.

Nesta época era um Deus nos acuda para as virgens em todos os cantos da Terra. Quando o sol sumia eram inúmeros os povos que tratavam de achar virgens para imediato sacrifício ao sol para propiciar a sua satisfação e a sua volta brilhante aos céus.

Não aconteceu mais isto em Mileto pois Thales provou que o que ocorria era muito natural dependendo apenas da criteriosa observação da órbita da Lua, do universo e da capacidade que se podia ter para entender o que ocorria.

Além de ser um amante do conhecimento, especialidade dos filósofos, Thales também amava a vida boa. Num determinado ano suas observações o levaram a crer que a colheita de azeitonas seria um recorde absoluto.

Tratou de arrendar todas as prensas azeitonas da região. Quando se deu a colheita ele deve ter ganhado só com a sua capacidade de observar o que ocorria na natureza muito mais do que seria um grande prêmio da megasena hoje.

Além de ser visto como inteligente e sábio foi reconhecido como um milionário o que o tornou, aos olhos de todos, ainda mais sábio e muito mais inteligente.

Um sofista, um tipo de filósofo dedicado a criticar tudo o que outras pessoas inteligentes afirmavam, decidiu confrontar Thales em seu território fazendo a ele perguntas diante de todos a espera de sua falha.

É preciso dizer que os sofistas viviam perambulando de cidade em cidade, reunindo estudantes, levando-os a pensar, e a repensar no que faziam. Isto é muito intrigante. Na minha vontade de achar explicações para tudo acho que havia alguma coisa na água ou no azeite gregos que os levavam a agirem assim... Nunca se pensou, se falou e se escreveu sobre temas tão variados.

Um dos mais notáveis sofistas foi Protágoras e dele é a frase : “O homem é a medida de todas as coisas, das coisas que são, enquanto são, das coisas que não são, enquanto não são”.

Não eram em nada semelhantes aos oradores que ficam falando ao povo em cima de caixotinhos no Hyde Park. Era gente que pensava, que falava coisas profundas e inteligentes repetidas até hoje como verdades indiscutíveis.

Pois bem,o sofista de plantão de que se perdeu o nome pôs-se diante de Thales e fez a ele as seguintes perguntas e dele ouviu as seguintes respostas, na lata:

1. Qual é a coisa mais antiga?

- Deus, porque sempre tem existido

2. Qual é a coisa mais formosa?

- O Universo, porque é obra de Deus

3. Qual é a maior de todas as coisas?

- O Espaço, porque contem tudo o que foi criado.

4. Qual é a coisa mais constante?

- A esperança, porque permanece no homem depois dele ter perdido tudo o mais.

5. Qual é a melhor de todas as coisas?

- A Virtude , porque sem ela não existe nada de bom

6. Qual é a coisa mais rápida?

- O Pensamento, porque em menos de um minuto pode voar até o fim do Universo

7. Qual é a mais forte de todas as coisas?

- A Necessidade, porque faz o homem enfrentar todos os perigos da vida.

8. Qual é a coisa mais fácil?

- Dar conselhos

9. Qual é a coisa mais difícil?

Depois de pensar um segundo, Thales replicou:

- Conhecer a si mesmo

Você não concorda com ele?

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

O que realmente são as maiores perdas na vida e nos negócios?

Algo que vai preocupar a todos nós por uma simples questão de decurso de prazo é o que realmente tem importância na vida.

Tanto na vida pessoal, quanto na vida dos negócios, como no nosso mundo do marketing.

Peço a sua paciência para me acompanhar nestas considerações de hoje.

Sempre tive um grande apreço pela sabedoria acumulada dos mais velhos. Mesmo aqueles que aparentemente não fizeram grandes coisas, não inventaram coisa alguma.

Mas de gente que pelo simples fato de ter vivido tem condições de nos transmitir conhecimentos preciosos muitas vezes desperdiçados pela preguiça que temos ao "não apurarmos" direito o que têm a dizer como me ensinou o Hilton Nobre, o primeiro chefe de reportagem dedicado a me fazer um melhor jornalista.

Ele dizia que nada substituia a ida do repórter ao local. Uma verdade que se aplica a qualquer que seja o tipo de "repórter" (médico, advogado, publicitário, eleitor...) ao local em que as coisas aconteceram ou em que estão acontecendo.

Este fim de semana, numa reunião há muito desejada pelos parentes de minha mulher, nos reunimos num Hotel de Pindamonhangaba com os descendentes da família Benevides de todas as faixas etárias para simplesmente bater papo, reencontramos primos, tios, conhecer netos, bisnetos e falarmos muito.

Não era festa,nem tinha música alta de fundo, era pura conversa.

O mesmo seria aplicável - no meu caso isolado - se tivesse a oportunidade de trazer para um lugar algumas das centenas de pessoas com quem convivi durante muitos anos da vida em jornais, revistas, agências de publicidade, empresas clientes e com uma infinidade de associados amigos, amigos por vezes muito próximos por um bom tempo, deixados de lado devido às mudanças na vida.

Um dentre estes é o João Marcelo que segue este Almanaque, para o meu imenso prazer e orgulho.

Pois bem, neste fim de semana uma tia muito querida , a Tia Juracy, que hoje completa 85 anos de idade colocou no nosso colo um diamante digno de uma coroa imperial.

É evidente que ao longo de uma vida longa as perdas e os ganhos vão se sucedendo com uma "previsibilidade" terrível.

Numa conversa sobre as grandes perdas que todos tivemos coube a Tia Juracy evidenciar uma verdade imediatamente compartilhada por todos que ao compartilharem a sua verdade se tornaram instantaneamente muito mais sábios.

Do grupo com idade além dos 80 estavam presentes apenas quatro representantes já que uma imensa legião de outros são hoje apenas parte de nossas memórias.

Mas ao falar sobre perdas Tia Juracy embora se desse conta das decorrentes das mortes disse que as perdas mais dolorosas e continuadas eram a de pessoas vivas.

A começar pelos parentes que pelos motivos mais diversos deixam este envolvimento familiar carinhoso e intenso sem que se lhes conheçamos os motivos (incluindo desde os parentes distantes até o de irmãos )da mesma forma que isto ocorre com velhos e fiéis amigos.

As mortes são parte da vida e da natureza, mas estas outras perdas são mais chocantes porque o diálogo que seria possivel se torna impossível de um momento para o outro.

O mesmo, sem o conteúdo dramático dos relacionamentos familiares, ocorre quando "mortes de vivos" ocorrem quando trabalhamos com empresas assemelhadas a nossas famílias por anos ou mesmo por apenas meses, e subitamente passamos por um abandono "injustificado" sob o nosso ponto de vista.

Gente é um bicho muito estranho que conta e usa um conjunto de células que tem o nome de cérebro, um órgão incassável em sua tarefa de pensar, de projetar o presente desejado, e o futuro para onde pretendemos ir . E que nos leva a trabalhar todos os dias.

Caramba! O tempo que nós temos para manter esta parceria produtiva com o nosso cérebro é muito curto!

Dos 200 mil anos em que podemos dizer formamos a nossa genealogia com milhões de avós e avós de avós e assim por diante, num mergulho a tempos imemoriais, cada um de nós conta com um maximo de 100 anos para exercermos esta parceria produtiva.

É muito pouco para fazermos todas as coisas boas de que somos capazes e um desperdício de vida quando nos dedicamos a fazer bobagens, como esta coisa de morrer em vida para gente tão interessante com quem deixamos de nos relacionarmos por causas idiopáticas - como classificam os médicos.

Não é sem uma razão mais profunda que a geração presente criou os sites de relacionamento, coisa que não tem muito sentido para a imensa maioria das pessoas, mas uma necessidade zoológica tão intensa como foi a das grandes migrações que os homens primitivos fizeram em busca de melhores condições de vida e sobrevivência da espécie.

(Vá escrever prolixamente assim no raio que o parta!)

Mas, para quem teve a paciência de ler este Almanaque até aqui sugiro que pense um pouco mais nas perdas mencionadas pela Tia Juracy.

Pense um pouco mais e acho que irá beneficiar-se passando a ser ao mesmo tempo um parente melhor, um melhor ser humano, uma pessoa muito melhor e last but not least, um cliente muito melhor ...

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

55 mil metros quadrados com ideias a considerar; É a Bienal do Livro

Estive ontem percorrendo os 55 mil metros quadrados da Bienal do Livro no Rio Centro do Rio de Janeiro. É um excelente change of pace em relação à Internet. É o saber duramente buscado nos stands das editoras e livrarias e um bom motivo para nos sentirmos acachapados por tanta informação.

Mais de 600 mil pessoas vão passar por lá, o que vem a ser uns 10% da população do Rio. A maioria será de colegiais (mais do que estudantes) que serão levados por seus colégios para se acostumarem com esta coisa de livros e de leitura.

Li ontem que menos de 8% da população possuem livros em suas casas, além dos didáticos obrigatórios para quem esteja estudando. A maioria das pessoas não possui livros. Nem os lê.

A maioria das pessoas só sabe o que vê e ouve na televisão. E mais depressa do que çpodemos prever sua principal fonte de informações passará a ser a Internet.

É bem pouca gente, mas são umas 16 milhões de pessoas, as quais, sem dúvida somos todos nós que lemos, que somos informados, e que somos minoria no Brasil.

Somos nós que temos de tomar posições políticas em favor ou contra outras pessoas que vão governar o país e o nosso futuro próximo.

Ninguém pode alegar desconhecimento sobre qualquer tema que exista sob ou além do sol.

Na Bienal o tamanho do meu desconhecimento se torna evidente e prova ser insuperável.

Se fosse ler tudo sobre o que me interesso usaria todos os dias da minha vida e de muitas outras vidas para ... exercer o prazer de saber mais, cada vez mais e ter a certeza de que ainda vai faltar muito a aprender. Iria faltar tempo para fazer e isto é tão imperdoável quanto não saber...

Para que precisamos tanto saber ?

Temos um cérebro relativamente pequeno mas que segundo Isaac Asimov é a mais fascinante concentração de matéria existente (ou conhecida) no Universo.

Ele nos instiga todo o tempo e nos leva a pensar cada vez mais no que estamos fazendo.

Comprei um livro 1424 em que um pesquisador inglês escreveu depois de redescobrir as provas de que esquadras gigantescas chinesas percorreram todos os mares do mundo em torno de 1420, comandadas por almirantes eunucos (parece que criavam menos casos...) autores de cartas náuticas precisas de costas que seriam "desbravadas" dezenas ou centenas de anos mais tarde.

Ele disse também que os chineses nesta ocasião já eram capazes de dessalinizar a água do mar. Vôte!

O livro parece meio estranho, coisa destes malucos que aparecem nas redações de jornais dizendo que viajaram ao espaço (o que aliás a mulher do primeiro ministro japonês anda dizendo que fez) e trazem "provas" e mais "provas" do que dizem atabalhoadamente.

O livro do inglês não é mal escrito, mas seu texto deixa margens de dúvidas aqui e ali em relação às suas provas. Ele quer provar demais cada afirmação que faz. É como nos acontece quando encontramos um mentiroso contumaz que insiste para que perguntemos para outras pessoas se eles estão ou não estão dizendo a verdade...

A razão dos feitos dos almirantes eunucos chineses não terem sido absorvidos pela história é que logo em seguida às grandes viagens eles decidiram abandonar tudo o que descobriram, apagar todos os registros, sumir com as cartas feitas por que acharam que nada teriam a ganhar com o mundo. Ao contrário, chegaram à conclusão que teriam muito a perder se insistissem nesta navegações em seus juncos de 150 metros de comprimento.

Não cheguei neste ponto ainda, mas já comecei a pensar em como estas descobertas de 600 anos atrás podem impactar a nossa vida hoje.

Esta semana li notícias de que os descendentes deste mesmos chineses depois de todas as mudanças nas várias histórias dos vários povos nos últimos 600 anos tornaram-se este ano os líderes das exportações do mundo.

Podiam ter começado antes, mas preferiram fazer isto agora,e com um apetite voraz.

O que pude observar neste primeiro livro dos milhares pelos quais me interessei na Bienal é que não há nada de mais errado do que menosprezar alguém, algum povo, alguma etnia.

A denominação de "chino pants" para caracterizar as calças caquis tão em moda há alguns anos foi dada em função das roupas usadas pelos imigrantes chineses mais ou menos "escravizados" nos EUA para construir as estradas de ferro dormente a dormente no século XIX e no início do século XX.

As versões mais vistas de chineses no mundo ocidental e na nossa história derivam destes chineses trabalhadores sacrificados por falta de melhores alternativas em seu país de origem.

Mas do mesmo berço de que sairam os chineses casca grossa já havia regitro de pelo menos 5000 anos de história contínua. Filosofia, história, pesquisas, invenções e descobertas.

Eles inventaram a pólvora, a bússola e a imprensa só para citar os que aprendemos no curso primário e nos parecia uma curiosidade, na base do "veja só". Hoje, no meu livro novo, pude constatar que os chineses não inventaram estas novidades apenas para fazer graça.

Portanto, como subproduto do livro fortaleceu-se meu respeito a eles e a todas as pessoas e todos os povos menosprezados a partir de "verdades" não comprovadas.

Nós mesmo, brasileiros, somos os primeiros a nos menosprezarmos com frases do tipo:

- Também,coisas como estas (e cita uma grande merda) só acontecem aqui mesmo. Nós é que somos os culpados disto tudo. Não temos cultura, só pensamos em ganhar nosso dinheiro e estamos pouco nos importando com os outros...

Concluindo, antes que os amigos tentem me internar como maluco - mas prometendo voltar ao assunto: uma Bienal do Livro é um momento mágico nas nossas vidas.

Sem exagero. Vou provar esta declaração pelo absurdo: se alguém for mantido num chiqueiro de porcos à antiga, cheio de lama e de cocô, chafurdando para lá e para cá, dificilmente vai pensar em outra coisa além de lama e de cocô e de como não se deixar afundar nela.

Quem se deixa mergulhar no ambiente vivo de todos os livros e de todas as culturas dificilmente vai concentrar seus pensamentos em lama e em cocô...

Coisa grossa!!! Pela qual peço desculpas.

Fico muito feliz com a expectativa dos 600 mil visitantes à Bienal por que todos têm a possibilidade de alargarem os seus mundos internos por alguma leitura descoberta na Bienal.

Quem sabe uma destas pessoas possa beneficiar milhões de outras mais adiante com o que descobriu lá.

Estive com a Rosemary, a editora da Bertrand Brasil responsável pelo 1442 e ela me disse que o mesmo autor tem outro livro a ser publicado em que "prova" que o renascimento na Itália e na Europa foi propulsado pelos chineses.

Já estou ficando com medos destes caras...

terça-feira, 8 de setembro de 2009

ROI: como saber se se ganha ou se perde dinheiro em marketing

O ROI está na moda para além dos limites do marketing direto. Há hoje uma matéria do Bruno Mello no Mundo do Marketing abordando o tema que nestes tempos de mudanças passa a preocupar todos os dirigentes de marketing.

Há poucos meses fiz uma palestra sobre ROI baseado na minha experiência em marketing direto enriquecida com todas as informações novas intensamente pesquisadas e utilizadas por vários executivos no mundo todo.

Neste Almanaque em nota curta submeto a todos os leitores algumas observações para análise, aprovação ou desaprovação.

O grande problema que temos quando nos dispomos a medir alguma coisa é a escolha da régua, da escala a ser utilizada.

Quando bem mais moço cogitei com seis amigos abrir uma editora chegamos à conclusão que a forma mágica de ganhar dinheiro com livros era tão simples que chegava a ser ofensiva: obtenha o custo de impressão e multiplique por 5. Este será o preço de venda na livraria, e todos vão ganhar dinheiro, do autor aos vendedores e livreiros.

Não é sem motivo que tantas editoras apareceram e desapereceram independente da escolha de seus títulos e autores.

Embora esta fosse a conta mais simples, não dependia apenas dela a editora obter ou não bons resultados. O ROI por livro dependia de muitos outros fatores não considerados nesta conta canhestra.

Quando mergulhei no marketing direto nos braços de Seleções do Reader's Digest aprendi todas as contas, entendi quê fatores deviam ser tomados em consideração em que momentos; dos testes ao momento dos grandes envios.

Tanto eu, quanto qualquer pessoa capaz de fazer contas sabendo que contas tinham de ser feitas, contando com as informações certas seria capaz de dizer com absoluta certeza que o ROI seria X.

Depois da operação completada cabia apenas analisar se havia errado ligeiramente para cima oun ligeiramente para baixo. E aprimorar - se pudesse - a nova régua para acertar cada vez com mais precisão os próximos RPOIs que calculasse.

Muda o cenário e vamos pensar como um anunciante de produtos de consumo pode chegar a este mesmo grau de segurança?

Aí a coisa aperta, pois os fatores a serem considerados abrangem uma série ampla de mensurações que vão muito além daquelas relacionadas ao marketing direto, mas nem por isto realizadas com uma lógica diferente.

Vivo repetindo à exaustão a primeira recomendação de Thales de Mileto ao definir para seus seguidores 600 a.C qual era a coisa mais difícil do mundo.

Ele falou uma verdade que permanecece a cada dia mais correta precisa e irretorquível:

A coisa mais difícil é conhecer a si mesmo!

A coisa mais fácil, segundo o mesmo Thales, digo no fim deste texto.

Logo, para saber o que considerar como medidas adequadas para projetar o ROI e ir buscá-lo as organizações têm de conhecer a si próprias, como se disto dependesse a sua sobrevivência...

Quanto afeta os seus resultados a boa vontade obtida junto ao público?

Quê tipo de patrocínios promove resultados? Um campeonato de tênis de mesa ajuda a vender computadores, por exemplo?

A atuação no ponto de venda, os displays, a promoção pessoal afetam de quê forma os resultados?

O atendimento garantido pela Internet em 24, 48 horas comprovadamente traz quantos por cento de novas vendas?

E os comerciais de tv? Sobre que aspectos do produto ou sobre a oferta, em que horários? Em que programas?

E os resultados por regiões? Como atuam os diretores e gerentes regionais para obter mais vendas? Melhores resultados?

Cada organização deve buscar os seus parâmetros e aperfeiçoá-los continuamente numa busca incessante pela perfeição.

Ora, isto tudo é tão óbvio que é até meio ofensivo colocar estas informações no Almanaque, não é?

Não é. Quase 50% das empresas consultadas na pesquisa do Mundo do Marketing sobre a sua capacidade de chegar ao ROI disseram que não sabiam, ou não faziam nada disto.

Portanto para alguém em dúvida, o que foi dito aqui pode ser útil.

Agora, a coisa mais fácil que Thales de Mileto considerou em seu tempo e que você há de concordar que continua sendo até hoje:

Dar conselhos!

Acho que ele falou no bom sentido, sem imaginar que 26 séculos depois um cara iria usar as suas definições num texto sobre ROI...

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Os e-books e os leitores offline. Bola de Cristal?

Há alguns anos recebi de presente um DVD com os 500 mais importantes livros já publicados no mundo em todos os tempos.

Fiquei fascinado pois na tela de meu computador tinha a meu dispor obras sobre filosofia, literatura, poesia, religião sem qualquer esforço maior do que um clic para abri-la.

Não mergulhei logo naquela minha nova biblioteca. Mas quando fiz isto no primeiro fim de semana mais folgado me surpreendi adorando o que lia e rapidamente me decepcionando com tanta fartura.

Difícil selecionar UM livro e dedicar a minha atenção TOTAL para as páginas que se sucediam na minha tela . Mais difícil era não cair na tentação de pesquisar os outros títulos para uma lida rápida enquanto dava uma pausa no primeiro título escolhido.

Confesso que pouco tempo depois da alegre descoberta guardei o meu presente precioso e só voltei a pensar nele ao escrever este texto hoje.

Este texto é sobre algo muito melhor do que os 500 livros num só lugar. É sobre os e-books e sobre a diferença que vão fazer em nossa vida.

O kindle foi inventado para dar ao leitor parte das sensações agradáveis que temos como leitores tradicionais de livros. O kindle pode ser lido na cama, no ônibus, no escritório de forma muito mais CÔMODA do que a mesma leitura feita num livro.

Não há o perigo do vento virar as páginas. De termos de pesquisar páginas mais ou menos onde achamos que paramos e deixamos de marcar enquanto vamos ao banheiro, ou beber um copo d'água.

Nele cabem uns 2000 livros, centenas de revistas e jornais atualizados a todo momento - isto nos EUA, naturalmente - e que já torna impossível compará-lo com o os meus 500 livros originais num DVD.

Na evolução do kindle não haverá mais espaço para dúvidas.

Ao sublinharmos qualquer linha será possível chegar às suas fontes, às fontes relacionadas com o tema abordado, aos livros que devam ser lidos para complementar o que se está lendo.

Será também possível acessar via dispositivo de leitura - seja o kindle , seja qualquer outro inventado ou a ser inventado - qualquer informação existente no universo sobre o tema abordado.

Hoje, numa supersimplificação pensada por mim para justificar o que vou dizer adiante, um navegador solitário num barquinho numa viagem de volta ao mundo não precisa de sextantes, nem de cronômetros, nem rádios para localizar-se em algum ponto aproximado de qualquer oceano. Ele simplesmente aperta o botão do GPS e obtem esta informação precisa instantaneamente. Como obtem na mesma tela a sua rota, os ventos,o tempo para chegar a qualquer outro ponto.E tudo o mais que queira.

Pergunto eu: terá o GPS extraído muito do componente de aventura dos navegadores solitários? Ou terá tornado esta tarefa mais acessível a todos os navegadores? Tem até uma menina de 13 anos autorizada pelos pais a fazer esta viagem até agora impedida pelos quixotes de plantão.

Pergunta exagerada? Então vamos lá: a numeração decimal em algarismos arábicos permitiu que qualquer pessoa fizesse contas, antes somente possíveis a sábios capacitados a lidar com ábacos e a registrar os seus passos, talvez em algarismos romanos. Teriam os algarismos arábicos diminuído os skills dos matemáticos ?

No caso dos e-books, ao contrário de minha reação contrária à leitura na tela, tenho tudo para crer que irão aumentar em muito a transferência de conhecimentos para nós mesmos e muito mais ainda para as gerações que vierem depois de nós.

Ninguém vai ficar menos culto, ninguém vai-se tornar mais preguiçoso, nem menos capaz de pesquisar qualquer coisa por abandonar aos poucos os tijolinhos de papel que nós tanto apreciamos.

Eles vão ser muito melhores do que nós. Se isto é pouco, digo mais: eles serão melhores do que os melhores de nós nos dias atuais.

Basta pensar um pouco, se você me permite oferecer esta sugestão.