sexta-feira, 28 de agosto de 2009

O Universo e o Paulo Kirschner

Há uns poucos dias escrevi uma notinha sobre meu espanto com o Universo e com a possibilidade compartilhada por mim e nada mais nada menos do que o Enrico Fermi - prêmio Nobel de Física - de podermos estar sozinhos como formas de vida no Universo.

O Paulo, um velho amigo há muito tempo não contatado,com muita atenção e carinho enviou o seu comentário que até hoje me havia passado despercebido.

Portanto este post é dedicado ao Paulo Kirschner já com um lamentável retardamento, que espero não se infiltre no que digo.

Achei sensacional nos reencontrarmos no Almanaque e mesmo sem a cerveja ao vivo vamos fazer de conta que a temos diante de nós.

Numa missa no domingo passado que assisti com Frei Clemente Kesselmeier,no mosteiro das irmãs clarissas ele abordou com muita sabedoria a questão da FÉ.

A fé na visão dele (minha interpretação)tem a vantagem de não ser passível de avaliação racional, ou intelectual.

A fé É.

Percebo no comentário dele quase como uma explicação para a minha cisma que a busca de um nível de evolução superior seja parte do programa deflagrado pelo E=MC2, original.

Evolução esta que está "marinando" entre nós, em nossas mentes e em nossa FÉ no vasto universo aguardando que aconteça algo na linha da volta do Messias para promover a grande integração de tudo e de todas as vidas.

Sinceramente gostaria de ser abençoado com uma Fé assim tão absoluta e confiante de que ao fim e ao cabo o grande objetivo do universo e de nossa evolução viva seja o de atender aos nossos mais honrados propósitos, tal como alguns de nós os consideremos honrados propósitos assim.

Foi o Frei Clemente, mais do que um padre, um amigo da família que na missa pelo Guilherme, diante da nossa dura perda de um filho, definiu a morte como um mistério incognoscível, algo muito mais confortador do que qualquer cogitação quanto a ser a perda de alguém tão amado ser ou não um justo ou injusto ato de Deus.

Este momento do mundo, pelos mais diversos motivos que não cabem neste texto antitwitteristico está buscando a Fé com muito mais empenho do que por exemplo no período existencialista de 50 anos atrás.Ou antes...

A minha proposiçao como promotor deste Almanaque - aberto como devem ser os Almanaques a todas as ideias - é que honremos a nossa capacidade de cogitar e portanto sermos dignos da capacidade maravilhosa de usarmos os nossos cérebros.

Sermos ou não sermos é mesmo a grande questão que acho um espanto ter sido assim formulada por um camarada nascido num vilarejo do interior da Inglaterra, que já era um interior da cultura no mundo daquele tempo.

E além de debatermos numa sexta-feira coisas assim ainda termos ser capazes de desenvolver programas de marketing que sem querermos acabam por ter ideias assim em seu DNA...

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Google Insights for Search= vida mais fácil

Quem escreve, quem pensa, quem trabalha com um computador promove o sucesso do Google. Mais de 70% das pesquisas que o mundo faz, o faz através do Google, o que convenhamos é a maior unanimidade já verificada neste planeta.

Hoje, talvez com algum retardo, soube da existência de uma nova ferramenta GRÁTIS do Google.

O Google Insights for Search algo tão preciso quanto era no passado descobrir um veio de ouro numa mina.

Você, porém, deve (tal como o mineiro em busca do ouro) saber explorar o que encontra.

O assunto é tão rico que alguém de nós deveria desenvolver um curso sobre o Google Insights for Search.

Vá lá e consulte a ferramenta maravilhosa e depois me diga o que descobriu.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Como e por que você compra alguma coisa ... e como será o seu futuro!!!

Estou diante de um desafio merecedor - se ainda estivesse ativo - de uma consulta ao oráculo de Delfos. Que aliás não era UM oráculo, mas uma porção de mocinhas inspiradas e bem tratadas meio alucinadas por umas emanações gasosas saídas de umas fendas no chão.

O meu desafio atual é falar por 40 minutos sobre como a Internet e as mídias on line vão afetar as vendas de um determinado produto.

Mas, de certa forma, o que vou sugerir deverá ser válido para TODOS os produtos vendidos ontem sem a Internet e cada vez mais vendidos hoje com Internet também.

Sempre que sou levado a prever o futuro lembro de uma das milhares de frases de Mark Twain sobre praticamente qualquer assunto, sendo esta sobre o problema de fazer previsões, "especialmente sobre o futuro...".

Mas, tudo me leva a ter certeza de que o futuro nos levará cada vez mais para este lugar em que estou agora - diante de uma tela de computador fazendo mais e mais coisas, inclusive a BUSCAR o que poderia pensar em comprar.

Imagine-se numa rua bem movimentada numa grande cidade no início do século XX engarrafada com veículos puxados por cavalos assustados por vezes por uns poucos automóveis com motores a explosão.

Você seria capaz de NAQUELA OCASIÃO de dizer que aquela cavalhada, aquelas carruagens, aquela maneira de se movimentar em poucos anos seria abandonada. Que aquelas cocheiras, aqueles condutores, toda aquelas coisas seriam varridas do mapa pelos barulhentos automóveis?

O que se verifica - na história de nossas vidas - é que mesmo quando somos testemunhas oculares de alguma coisa dificilmente naquela ocasião somos capazes de PREVER consequências do que temos diante de nós.

Com a Internet isto não está acontecendo desta forma. Na Rocinha - grande favela do Rio de Janeiro - há mais de 100 lan houses. Nenhum jovem da Rocinha precisa que alguém lhe diga que o mundo - via Internet - vai mudar o seu futuro. Ele nem sabe que futuro é este. Ele sabe que o presente dele muda todos os dias.

Portanto não há previsor de plantão que não assegure que o futuro, dia-a-dia, vai entrar em nossas vidas pela Internet.

Mas, quanto ao futuro das vendas? Vender produtos foi o primeiro passo para que os nossos antepassados primatas de várias tribos, formassem a nossa civilização.

Para vender era preciso produzir a mais, entregar, receber algo em troca, garantir que esta operação podia ser feita sem precisar matar ninguém, estabelecer regras, leis, etc.

Hoje com todas as nossas invenções a compra de qualquer coisa que possa ser vendida passa ou deveria passar pela Internet.

Mas a Internet não é somente a mesma coisa que havia antes somente que muito mais rápida.

Todas as insuperáveis vantagens que a Internet propicia somente podem ser vistas como insuperáveis vantagens se forem usadas. E uma das maiores vantagens ao alcance de todos nós é agirmos , ou vendermos ou comprarmos , conforme os nossos mais profundos interesses.

O controle remoto da TV nas mãos de um telespectador ativo é o inferno dos publicitários. Diante do intervalo no programa ele pode emudecer a imagem, ou levá-lo a outros programas. Nosso interesse está no programa e não necessariamente nos comerciais que financiam a sua produção.

No entanto, vejam só, uma produtora de cosméticos consegue vender com mais eficiência seus produtos quando eles são integrados - demonstrados e valorizados - como enredo de novelas.

São os novos "automóveis" aparecendo aqui e ali , entre os veículos puxados por cavalos...

A boa notícia para todos os que vendam alguma coisa é que vão vender cada vez mais e cada vez mais precisamente com o apoio na Internet. O custo de cada venda vai ser menor.

A má notícia, se ter de adquirir uma nova habilidade seja ruim, é que você e todos nós teremos de deixar de lado nossas carruagens e aprender a dirigir automóveis cada vez mais rápidos.

À propósito, no templo do Oráculo de Delfos que era procurado por gente de toda a terra havia uma frase gravada no seu portal. Uma frase que poderia ser interpretada como a solução caseira que poderia poupar a viagem, os gastos e os esforços dos visitantes:

Conhece-te a ti mesmo.

É exatamente o que você, eu e todos estes 6 bilhões de pessoas na Terra tem de tratar de fazer urgente. E agora tornada muito mais fácil pela Internet. Pergunte a qualquer um dos frequentadores das lan houses da Rocinha...

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

As duas últimas dicas para estudantes de comunicação

Acabei me metendo a fazer outros comentários e não postei as duas últimas dicas para novos profissionais. Você vai ver que devo ter cuidados especiais com elas.

E aqui vão elas:


1. Tem disposição de aprender e de rever seus conceitos sempre que alguma razão nova se apresente

2. Sabe e aprecia trabalhar em equipe sempre em busca das melhores soluções...

O maior defeito de um profissional de comunicação é cercar-se de conceitos definidos por si próprio (ou coletados de outros) conservados em um freezer sempre acessado diante de qualquer dúvida.

Nos meus primeiros anos na atividade na JWT me deparei - e me beneficiei - com dezenas, talvez centenas - de verdades depuradas ao longo do século XX pela agência mais experiente do mundo.

Ao pesquisar a história da publicidade no Brasil encontrei alguns dos anúncios em que a JWT nos EUA revelava sem medo de ser copiada o que havia aprendido sobre tudo o que podia ser anunciado.

Desde automóveis e cereais, e muito mais.

Para um jornalista que sequer havia concluido nesta ocasião o curso de Direito, foi um banho de sabedoria em conserva que a mim me deu a vantagem de estar tecnicamente muitos passos adiante de quem não tivesse lido nada daquilo.

Anos mais tarde na Ogilvy (Standard) me deparei com um acervo único compatível com uma agência dirigida por David Ogilvy. Não tinha, mas se fosse preciso acho que seria possível escrever lá uma "Lanterna Mágica" ( o nome destas apresentações) com o título; "O que a Ogilvy aprendeu para que um Deus tenha sucesso em lançar a sua religião!".

Brincadeirinha, mas até que está me parecendo agora uma ideia a considerar...

Mas falo disto porque a evolução do profissional de comunicação - na minha visão- requer saber tudo sobre o passado, saber o que é hoje é praticado - mas ter conhecimento e decisão para ousar fazer algo de novo, que quando dá certo, passa ser a maneira certa de fazer as coisas.

Tenho uma resistência quase indisfarçável quando me vejo falando com um interlocutor que teima em reproduzir o que Maslow, Drucker, Ogilvy, ou quem quer que seja disse.

Me vejo como alguém diante de um prédio de equlíbrio instável que só permanece de pé em função de uma série de estacas ou estais que o mantem de pé.

Daí o conselho para que sejamos capazes de abrir as nossas cabeças para ouvir - sem má vontade - as ideias novas trazidas por outros, mesmo quando elas possam contradizer algumas de nossas grande crenças.

Segurei esta dica diante da disposição desavergonhada que alguns políticos estão tendo em despir-se do que achamos que são suas velhas crenças de público, para nosso grande choque.

Pensei mais um pouco e cheguei à conclusão de políticos que tomam estas atitudes na verdade sempre foram o que demonstram ser hoje. Nós é que atribuiamos a eles virtudes desejadas por nós.

Mudar de atitudes, dentre outras coisas, está nos obrigando a todos a sermos cada vez mais virtuais, sem abandonar tudo o que sabemos off line.

Quanto ao trabalho com equipes que é a segunda e última dica desta série trata-se da coisa mais antiga do mundo.

Trabalhar com um grupo só é possível quando se respeita cada membro da equipe. Quem faz isto, e sabe fazer isto, tem como grande prêmio o sucesso impossível de ser obtido por uma pessoa só.

Por melhor que ela seja.

Como prova disto aproveito o exemplo da "Lanterna Mágica" para deuses que sugeri como uma piada acima: Não houve uma história de sucesso nesta área sem uma boa e dedicada equipe, não é ?

E os clientes no caso eram Deuses coisa que até prova em contrário nenhum leitor deste blog é.