quarta-feira, 12 de agosto de 2009

As duas últimas dicas para estudantes de comunicação

Acabei me metendo a fazer outros comentários e não postei as duas últimas dicas para novos profissionais. Você vai ver que devo ter cuidados especiais com elas.

E aqui vão elas:


1. Tem disposição de aprender e de rever seus conceitos sempre que alguma razão nova se apresente

2. Sabe e aprecia trabalhar em equipe sempre em busca das melhores soluções...

O maior defeito de um profissional de comunicação é cercar-se de conceitos definidos por si próprio (ou coletados de outros) conservados em um freezer sempre acessado diante de qualquer dúvida.

Nos meus primeiros anos na atividade na JWT me deparei - e me beneficiei - com dezenas, talvez centenas - de verdades depuradas ao longo do século XX pela agência mais experiente do mundo.

Ao pesquisar a história da publicidade no Brasil encontrei alguns dos anúncios em que a JWT nos EUA revelava sem medo de ser copiada o que havia aprendido sobre tudo o que podia ser anunciado.

Desde automóveis e cereais, e muito mais.

Para um jornalista que sequer havia concluido nesta ocasião o curso de Direito, foi um banho de sabedoria em conserva que a mim me deu a vantagem de estar tecnicamente muitos passos adiante de quem não tivesse lido nada daquilo.

Anos mais tarde na Ogilvy (Standard) me deparei com um acervo único compatível com uma agência dirigida por David Ogilvy. Não tinha, mas se fosse preciso acho que seria possível escrever lá uma "Lanterna Mágica" ( o nome destas apresentações) com o título; "O que a Ogilvy aprendeu para que um Deus tenha sucesso em lançar a sua religião!".

Brincadeirinha, mas até que está me parecendo agora uma ideia a considerar...

Mas falo disto porque a evolução do profissional de comunicação - na minha visão- requer saber tudo sobre o passado, saber o que é hoje é praticado - mas ter conhecimento e decisão para ousar fazer algo de novo, que quando dá certo, passa ser a maneira certa de fazer as coisas.

Tenho uma resistência quase indisfarçável quando me vejo falando com um interlocutor que teima em reproduzir o que Maslow, Drucker, Ogilvy, ou quem quer que seja disse.

Me vejo como alguém diante de um prédio de equlíbrio instável que só permanece de pé em função de uma série de estacas ou estais que o mantem de pé.

Daí o conselho para que sejamos capazes de abrir as nossas cabeças para ouvir - sem má vontade - as ideias novas trazidas por outros, mesmo quando elas possam contradizer algumas de nossas grande crenças.

Segurei esta dica diante da disposição desavergonhada que alguns políticos estão tendo em despir-se do que achamos que são suas velhas crenças de público, para nosso grande choque.

Pensei mais um pouco e cheguei à conclusão de políticos que tomam estas atitudes na verdade sempre foram o que demonstram ser hoje. Nós é que atribuiamos a eles virtudes desejadas por nós.

Mudar de atitudes, dentre outras coisas, está nos obrigando a todos a sermos cada vez mais virtuais, sem abandonar tudo o que sabemos off line.

Quanto ao trabalho com equipes que é a segunda e última dica desta série trata-se da coisa mais antiga do mundo.

Trabalhar com um grupo só é possível quando se respeita cada membro da equipe. Quem faz isto, e sabe fazer isto, tem como grande prêmio o sucesso impossível de ser obtido por uma pessoa só.

Por melhor que ela seja.

Como prova disto aproveito o exemplo da "Lanterna Mágica" para deuses que sugeri como uma piada acima: Não houve uma história de sucesso nesta área sem uma boa e dedicada equipe, não é ?

E os clientes no caso eram Deuses coisa que até prova em contrário nenhum leitor deste blog é.

Um comentário:

Braulio França disse...

Essas duas dicas servem não somente para estudantes de comunicação, servem para todos os que trabalham com comunicação. tenho pouca experiência nesta área mas sou um criativo nato e me recuso a ficar preso em regras criadas no passado...devemos processar tudo em nossas mentes para que o melhor aconteça! Isso inclui, o passado, o presente e os colegas...Valeu Pio!