sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

O que desejo a você neste fim de ano é exatamente o que desejo para mim sempre... E acho que vale o esforço da leitura do texto a seguir.



Esta mensagem só foi escrita por mim mas representa o que o casal da foto acima tem a dizer a todos os nossos amigos, hoje, véspera de Natal de 2010.

Você amiga e amigo está recebendo uma infinidade de votos sinceros para que tenha um bom Natal e seja capaz de grandes realizações em 2011.

Algumas destas mensagens são curtinhas, outras mais longas, mas todas elas contem doses de amor verdadeiro que me emocionam.

Hoje, dia 24 de dezembro, pensei (ou repensei) mais na força destes votos e aqui no facebook estou ousando explicar os meus votos.

Sei bem da definição do chato ser a pessoa que ao ser perguntada: Como Vai?, Explica, para o completo tédio de quem perguntou. Mas, vou arriscar mesmo assim...

Desejo hoje a você é que aja diante de você mesmo com o cuidado sincero e crescente de gostar cada vez mais de você mesmo.

Isto não tem nada a ver com egoísmo, ou soberba.

Conclui que a única forma de você ser feliz e compartilhar a sua felicidade com os nossos companheiros de viagem na vida é esta busca contínua do orgulho do que você mesmo faz.

Tanto nos grandes gestos quanto nas menores coisas que faça.

Não se trata apenas de gestos e atitudes para revelar aos outros.

É para você diante de você mesmo.

Pois, a única pessoa, o único juiz a que você pode submeter o que faz ou deixa de fazer é você mesmo. E não a ninguém mais.

Em 2011 vou completar um número de anos que me permite dizer ter visto muita coisa e ter conhecido milhares de pessoas cujas vidas se relacionaram e se relacionam com a minha vida e com a vida das pessoas de quem gosto.

Garanto que se houvesse um medidor de felicidade os mais felizes têm sido sempre os que respeitam a si próprios e inoculam (até sem querer) este vírus nas pessoas a sua volta.

Elas são exatamente as pessoas que conheço e conheci que ajudam a fazer o mundo melhor.

Desejo que você, (assim como todos) façamos o download de um programinha pessoal – pois acho que todos já temos um sem dar muita atenção a ele – para nos assegurar a coerência em relação ao que fazemos ou pretendamos fazer.

Vida é antes de tudo relacionamento.

E Relacionamento é um via de duas mãos, se não for de muito mais mãos. Só se consegue manter um relacionamento quando estamos com disposição de estabelecer relacionamentos uns com os outros.

Tenho dito, quando dou aulas para estudantes de comunicação, que nesta nossa atividade é preciso como o primeiro passo gostar de gente, pois só assim podemos realizar coisas boas.

Na verdade quando digo estas coisas a eles estou tentando semear em suas cabeças o que vejo como a melhor forma de conduzir as suas vidas. Qualquer vida.

Tales de Mileto, que viveu há 2 600 anos, continua sendo um exemplo de sabedoria para todos nós. E para mim todos os dias.

Ele - que foi considerado o primeiro dos sábios da Grécia - teria em relação ao que estou dizendo nesta mensagem um juízo muito simples: a coisa mais fácil do mundo é dar conselhos.

O que era uma verdade incontestável em Mileto, na Grécia antiga é ainda mais verdade hoje e sempre. Garanto.

Tales teve também de dizer o que ele – que considerava dar conselhos a coisa mais fácil - qual seria a coisa mais difícil do mundo.

E ele disse: conhecer a si mesmo.

Só quem pode conhecer a si mesmo somos nós, os únicos com o privilégio de vivermos todo o tempo de nossa vida conosco mesmos.

Temos a missão (a obrigação) de tornar esta convivência fonte de prazeres e orgulhos e realizações que somente nós mesmos podemos ver.

Por isto desejo a você amiga e amigo que na busca deste conhecimento cada vez e cada dia você goste mais de você.

E tenha motivos para isto que só você sabe serem verdadeiros.

Estes são os votos com todo o carinho do Luiz Roberto – para os que me chamam assim e do Pio Borges como acabei sendo reconhecido por muitos outros amigos.

Se já trabalho sendo um, imagine meu esforço para sermos dois!!!

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Ser ou não ser é apenas o começo. Pensar ou não pensar é muito mais desafiador

A atuação de Hitler como o pior dos demônios ao vivo da humanidade não pode ter qualquer justificativa. Mas, confesso que durante toda a minha vida adulta jamais fui capaz de entender ter sido ele eleito e reeleito pelo povo alemão.

Não só ele. Mussolini, na Itália e Hirohito, imperador do Japão estavam em seus postos legalmente. Não eram usurpadores.

O que isto pode nos ensinar, o que isto pode nos levar a pensar...

Durante toda a minha vida - iniciada quando estávamos na Segunda Guerra Mundial - os nazistas, os fascistas e os imperialistas japoneses me intrigaram.

Não quando eu era um menino "integrado" nas forças aliadas com a sanha de acabar com eles todos. Meu pai era do Exército e estava servindo em Recife - uma zona de guerra sobrevoada por Fortalezas Voadoras que saiam de Natal para bombardear a África e por vezes voltavam para Recife.

A guerra era também minha representada por meus brinquedos - tanques, aviões, canhões com os quais eu acabava com todos os inimigos do eixo.



Os fatos, descontada a guerra, era que Alemanha, Itália e Japão, embora integrados num Eixo do Mal, tinham sido e eram participantes ativas na evolução da humanidade.

Seu povos não constituíam uma organização criminosa e odienta decidida, por seus estatutos demoníacos não escritos, a ferrarem o mundo.

Nas histórias em quadrinhos houve umm personagem com estas características demoníacas - o dr Silvana - que deve ter sido criado para representar como agem as forças do mal quando são deixadas soltas e no caso dele, sem o capitão Marvel disposto a acabar com as suas articulações...

A Segunda Guerra Mundial, depois de matar uns 60 milhões de pessoas, terminou como todos sabemos: Hitler se matando com Eva Braun em seu bunker, Mussolini pendurado de cabeça para baixo ao lado de Clara Petacci, sua amante numa praça de Milão e com Hiroito, continuando imperador do sol nascente no Japão, mas sob a nova administração de MacArthur, até as coisas se tornarem mais confiáveis.

Mussolini e Hiroito foram drs Silvanas de segunda linha. Mas Hitler tornou-se o pior vilão da história da humanidade.

Na mesma ocasião na URSS, o georgiano Stálin, independente dos combates contra o seu aliado inicial Hitler e depois seu inimigo, promoveu a prisão de milhões de habitantes de seu país e a morte de pelo menos 20 milhões deles por fuzilamento ou em campos de trabalho forçado na Sibéria.

Stálin foi outra demonstração viva da existência do demônio, mas não chegou aos pés do Adolfo austríaco que foi o fuherer - condutor - da Alemanha de 1930 até 1945.

Por uma notável coincidência um pouco antes e após a libertação dos escravos em 1888 o Brasil gigantesco, (como os EUA, Argentina e outros países com muitas terras ) receberam navios e mais navios de estrangeiros cujo futuro não lhes parecia promissor em seus países.

No Brasil, além de portugueses , que fizeram o "achamento" do país, como o definiu Pero Vaz Caminha, recebemos grandes grupos de alemães, italianos e japoneses.

Em Santa Catarina havia tantos deles que a língua falada nas ruas poderia ser alemão ou italiano, em dialetos , ou portugues também em dialeto.

Antes de meu nascimento, meu pai e minha mãe moraram em Brusque em SC, quando meu pai tinha a missão militar de integrar os jovens"germânicos" em nosso exército durante o serviço militar. Muitos dos jovens "catarinas" vieram servir o exército no Rio de Janeiro e eram maioria no Batalhão da Polícia do Exército.

Não sei, nem estudei, se esta integração forçada num ambiente carioca promoveu a ruptura étnica dos catarinas com as suas origens paroquiais. Mas, para o bem da população brasileira praticamente não existem hoje grupos étnicos radicais no país.

Há neo-nazistas aqui e ali que aparentemente curtem mais se encherem de tatuagens "sinistras" e a posarem de maus do que se dedicarem a estudos e planos mais profundos das bases do nazismo.Desconfio que nos dias atuais todo grupo radical seja integrado por "analfabetos funcionais" a que acrescento "Graças a Deus!!"

Hoje temos no Brasil milhões de brasileiros com sobrenomes em que se integram origens italianas, com alemães, japonesas , portuguesas, indígenas sem maiores traumas.

Mas durante a Guerra a coisa era bem diferente. O chopp e os tira gostos, as saladas de batatas, o einsbein, as linguiças eram parte principal da alimentação e bebericação dos boemios brasileiros e em especial dos cariocas.

Com Hitler se chamando Adolfo imagine a impossibilidade moral - por mais elástica que fosse ela - de um cara ir se divertir no Bar Adolfo? Não dava, mas a sede e o apetite continuava e antes do quebra-quebra cívico o Bar Adolfo virou Bar Luiz, como se abrasileiraram todos os outros bares da mesma estirpe.

Na minha casa vivemos a saia justa das saias justas. Minha mãe tinha duas irmãs mais próximas, filhas do mesmo pai, o Dr. Getúlio desembargador e já falecido ex-presidente do Tribunal de Justiça do Espírito Santo e da mesma mãe , D. Ermelinda nascida na fazenda de seu pai em São Mateus.

Gilda e Glycia eram casadas com oficiais do exército e Guiomar era casada com um alemão, tio Bruno que havia chegado ao Espírito Santo como comprador de café para empresas alemãs no início da década de 30.

Tio Bruno, antes do meu nascimento, foi o introdutor dos hábitos alimentares alemães na família. Mas à medida que Hitler e o nazismo demonstravam a sua eficiência na Alemanha a coisa aqui também se complicou no ambiente familiar.

Meu tio Carlos, o Cacá, como engenheiro do Exército, morou na Alemanha um ano por volta de 1938 em missão oficial de buscar know how para abrir uma fábrica de máscaras contra gases para o exército em Bonsucesso, no Rio.

Tanto ele como Tia Glycia - a Ciá - voltaram da Alemanha falando alemão e vim a saber depois de crescido com a certeza de que Hitler estava pronto para ir à Guerra.

Mas, a Alemanha como todo estava um brinco. Estradas primorosas, juventude disciplinada, fervor patriótico, os parentes de Tio Bruno com empresas muito bem sucedidas, e um rancor profundo contra os traidores que haviam assinado a rendição em 1918 e as cláusulas das reparações pela Grande Guerra.

No Brasil, como devia acontecer com grande parte dos alemães e seus descendentes havia uma profunda admiração pela administração que tornava o seu país tão humilhado pela derrota em 1918 novamente tão admirável.

Estou me referindo a estes acontecimentos com a perspectiva familiar para tornar estes fatos tão distantes mais reais para quem os lê, aqui

Mas, o rancor dos nazistas era muito mais intenso do que um jogo de cena. Eles queriam a vingança para implantar o reich dos 1000 anos.

Hitler, falou as palavras mais doces para um povo que já havia se
sentido o superior, e tinha sido reduzido em sua importância da forma mais drástica.

E conseguiu que este povo fardado e sem farda cumprisse as suas determinações acrescentando sempre um "Heil Hitler", a tudo o que diziam com ênfase.


Hitler, Mussolini e Hirohito foram os grandes culpados de tudo e, embora durante a guerra, os alemães, italianos e japoneses fossem para nós os grandes inimigos , depois da Guerra muito rapidamente estes três povos perderam este ar demoníaco.

E o que é mais estranho ainda: a Alemanha, a Itália e o Japão nos próximos 40 ou 50 anos tiveram grande sucesso. Mais sucesso até que os povos aliados europeus e asiáticos cujos exércitos os combateram de 1939 a 1945!

A união européia é conduzida pela Alemanha. A Itália está integrada ao grupo tal como esteve integrada ao Eixo. O Japão se tornou na terceira maior economia do mundo, de onde foi alijada somente há poucos dias pelo crescimento da China.

Toda esta longa introdução para chegar ao capítulo das culpas dos povos pelas atitudes de seus líderes que sempre foram por eles apoiados nos sistemas vigentes em cada um de seus países.

Vamos lá às coisas mais desagradáveis de ouvir : quem identificava judeus para Gestapo eram os bons alemães, assim como os italianos patriotas faziam o mesmo com os judeus da Itália.

O laborioso povo japonês, fardado, cometeu barbaridades contra coreanos, chineses, ingleses, holandeses, e quem mais estivesse a sua frente.

Com o fim da guerra muitos deles - do povo patriota - foram levados aos tribunais e condenados pelos atos que fizeram "por terem cumprido ordens".

Mas, nem 1% da grande massa que cometeu barbaridades foi parar nos tribunais.

E, não tenho medo de errar, ao declarar aqui que ninguém se sentiu culpado de coisa alguma feita sob as ordens dos mandantes de plantão.

Como hoje novamente não se sentiriam culpadas de coisa alguma que lhes fosse ordenada pelos seus dirigentes máximos. Especialmente quando eles pela palavra ou pela tradição entusiasmavam todos a seguirem as suas ideias.

Ao cursar a faculdade de Direito uma das coisas que mais me fascinava era a determinação da culpa. E em seguida as ações da sociedade para punir os culpados cujos crimes haviam sido julgados.

Até o início do século XIX as penas para quem cometia crimes eram físicas.

Corta o nariz, marca com ferro em brasa, arranca um olho, anda com uma cangalha no pescoço e todos podem dar pancadas enquanto ele passa pelas ruas, leva 50 chibatadas.

Ou enforca, ou fuzila. Até furto de carteira era punido na Inglaterra com enforcamento em praça pública. Um acontecimento que atraia multidões, inclusive de batedores de carteira que mesmo diante do colega com a corda no pescoço cumpriam bravamente a sua missão de furtar carteiras. Atenção: não era assalto na base do "a bolsa ou a vida!" Era afanar a carteira ou a bolsa do cidadão numa mágica rápida só percebida pelo sem carteira quando ficava difícil identificar os ladrões.

Na verdade todas estas penas implicavam na morte do culpado. Mais depressa ou mais lentamente. Chibatadas com um chicote imundo, quando não havia medicamentos, matavam de infecção em poucos dias. E ninguém, nossos antepassados inclusive, via nada de tão mau nisto.

A ideia de mandar criminosos para a prisão nasceu para "recuperar os criminosos, que teriam se tornado criminosos por culpa da sociedade". E a sociedade toda por meio dos recursos gerados por seus impostos tratava de recuperar os recuperáveis.Ou seja, cada crime tinha duas penas: a prisão do criminoso e o pagamento de sua recuperação pela sociedade.

Muitos nazistas, fascistas e japoneses fiéis ao imperador passaram por prisões - quando não foram condenados à morte - e voltaram à sociedade depois de cumprirem as suas penas.

E os seus compatriotas que os apoiaram plenamente as suas ações?

E que com quase absoluta certeza fariam exatamente o que os condenados fizeram? Como exorcizaram as suas culpas? Como voltaram ao convívio com a sociedade?

Ora, basta visitar os seus países.

Estão todos, desde os muito jovens, aos adultos e aos velhos que conviveram com as barbaridades, muito bem.

Por isto tenho horror quando hoje em dia alguém argumenta alguma coisa usando adjetivos pátrios genéricos.

Ora, você sabe como os argentinos são...
Ora, nos Estados Unidos, os americanos jamais aceitariam este desrespeito às Leis...
Ora, os japoneses são admiráveis. Depois do tsunami e do terremoto as ruas estavam todas limpas, enquanto os edifícios estavam todos destruídos...

Quer piorar: você não pode confiar nesta torcida do Vasco, os corintianos não pensam, os colorados matam seus adversários por causa da cor da camisa...

Por isto fica cada vez mais claro para mim que as pessoas são exatamente aquilo em que acreditam.


E que o exercício de repensar as suas crenças e a sua fé é a atividade mais sadia a que todos podemos e devemos nos dedicar.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Está começando a me incomodar muito.esta bandidagem.....




Foram seis episódios de violência terrorista de bandidos contra a população do Rio de Janeiro durante este fim-de-semana. Nós marqueteiros que sempre queremos entender por que as coisas acontecem - e como podemos propor mudanças que promovam resultados - temos que abordar este desafio como um problema de marketing.

De forma bem resumida, um programa de pacificação de favelas, já implantado em várias delas, tornou a vida bandida mais difícil para os marginais que lá se aboletaram desde que um governador cuja experiência - como ele dizia - "vinha de longe" , decidiu que a polícia não iria subir morros atrás de traficantes.

Outras pessoas, mais pensantes na avaliação de problemas de ocupação (como qualquer militar que faz um curso de aperfeiçoamento em sua profissão) sabe que para dominar uma região o ideal é buscar o "high ground".

Ficar por cima como todos os povos antigos tratavam de ficar para dominar a planície abaixo, coisa que se tornou muito mais sofisticada ao longo dos séculos.

Quando a bomba atômica foi usada pelas duas primeiras e felizmente únicas vezes o que elas representaram do ponto de vista militar era que declarava o fim do "high ground".

Quando o cogumelo da explosão apareceu sobre Hiroshima e sobre Nagasaki demonstrou que de nada adiantava estarem as forças japonesas encasteladas no alto de morros - que não existiam em Hiroshima, mas que existiam em Nagasaki. As duas cidades foram arrasadas da mesma forma.

Pois bem, no Rio de Janeiro finalmente as autoridades encarregadas da segurança pública decidiram acabar com a vantagem do high ground dos bandidos e desenvolveram um plano muito bom de ocupação das favelas.

No Rio de Janeiro da minha infância e juventude a grande aventura da garotada influenciada por filmes de Tarzan, expedições e descobertas estava no fundo de nossas casas.

Em Copacabana nós tínhamos o mar de um lado com todas as novidades que começavam a fazer sucesso, do jacaré promovido por bons motivos a surf, aos mergulhos com máscara e pés de pato , que evoluiram para cursos que dão diplomas a quem sabe fazer isto direito, sem arriscar demasiadamente as suas vidas, e aos esportes de areia em especial ao frescobol o mais carioca e desprendido de todos.

Do outro lado, oposto ao mar, estavam e estão os morros do mundo que têm as vistas mais lindas que alguém possa desejar ver. Parece exagero ?

Não é! Toda a fama e o prestígio do Rio de Janeiro vem das curvas dos morros, dos verdes, das curvas das praias, do azul do mar se lançando em praias espetaculares de areias branquinhas onde qualquer pessoa pode entrar, sentar, nadar sempre que queira.

Isto visto de cima, subindo aos poucos por trilhas entre a floresta atlântica se torna tão presente em nossas vidas que fica fácil entender como a perda deste privilégio é terrível.

Os traficantes que para o topo das favelas foram enviados por uma decisão de um político tornaram os morros e seus moradores os seus grão-ducados.

Se eu quisesse subir os morros da minha infância e juventude percorrer as suas trilhas e escalar as suas pedras e encostas teria de me sujeitar - talvez e quase certamente - a pedir licença a estes caras para andar por ali.

Coisa que com a natural malandragem carioca - se é assim que se possa denominar esta capacidade de tentar reverter uma decisão de uma autoridade que tem poderes para impedir o seu deslocamento pode ser chamada - tenho a certeza de que acabaria conseguindo.

Mas, depois da ocupação das trilhas pelos traficantes, nunca mais tive disposição de me submeter a esta possível humilhação, no que considerava desde criança o meu território.

Pois bem, a polícia tirou a maior parte dos bandidos do topo dos morros, e acabou com a farra de seu negócio com drogas adquiridas por novos aventureiros que subiam somente os primeiros metros para lá comprarem a maconha e a cocaína necessárias para atingirem o que para eles representava felicidade.

Os caras perderam boa parte de seus negócios e perderam muito de sua moral. Os home deram uma decisão neles, e eles que andavam de um lado para o outro com armas pesadas, posando de donos dos grão-ducados tiveram de se mudar para morros menos nobres em termos de localização.

Pergunto eu: tirar o sofá da sala alguma vez resolveu o problema do marido enganado por sua fogosa companheira que o usava para receber amigos mais íntimos esquecendo juras de fidelidade a seu legítimo esposo???

Não! E a piada de tão velha se tornou na metáfora obrigatória em relação à busca de soluções que não contemplam o problema, mas apenas a aspectos formais em relação a eles.

Alguém pensava que diante da redução de ganhos altíssimos e do status de rei do pedaço como eram vistom por menininhas entusiasmadas com os seus "feitos" fossem se dedicar a novas carreiras honestas, como tornarem-se motoboys, prestadores de serviços simples, ou qualquer outra profissão simples?

Se os franceses que são muito mais educados, com muito mais anos em escolas, dedicam-se a acabar com o Sarkozy por ele aumentar em dois anos o tempo necessário para aposentadoria, imagine o grossão imbecil, que não sabe fazer nada na vida, a não ser andar de um lado para o outro em vielas de onde ele arrecada milhões de reais a cada ano?

O que faltou fazer ?

Com toda a simplicidade de uma resposta curta para um problema complexo, o que não se fez foi eliminar do convívio com a sociedade os bandidos antes instalados nas favelas e nos morros.

Mudamos o sofá de lugar e ele agora está plantado nas vias de grande movimento do Rio e seus ocupantes - os bandidos desprestigiados das favelas - estão queimando carros (matando os donos que se oponham a isto) e tentando mostrar a sua força.

Mas, hoje ao ouvir no rádio do carro do que estava ocorrendo na confluência da Dutra com a avenida Brasil e do que havia ocorrido no dia anterior na linha vermelha não pude deixar de me solidarizar com a atitude de minha mulher ao puxar um terço e a ficar rezando no gigantesco engarrafamento na chegada ao Rio pela Washington Luiz.

- Para que você reza, para os bandidos sumirem, perguntei meio irritado.

- Rezo para ter tranquilidade de percorrer este caminho onde isto pode nos acontecer.

Sábia resposta, mas que deflagrou toda esta minha nova irritação.

É preciso que todos façamos coisas para acabar com isto. Rezar é parte da resposta, mas não é suficiente.

Não vai dar? Dá sim, mas é preciso saber o que as autoridades se dispõem a fazer e a saber o que fizeram a cada dia.

Fique de olho denuncie ou aplauda, mande seus comentários e vamos ver como poderemos reassumir a nossa cidade para nós todos.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

A falta que faz os "Avisos aos Navegantes"

A Hora do Brasil e depois a Voz do Brasil, já em processo de liquidação, há muito tempo deixaram de mencionar os "Avisos aos Navegantes".

Uma seção do noticiário em que a Marinha informava pelo rádio todos os dias a situação e a confiabilidade dos farois na costa brasileira.

Era um conforto de que não nos apercebíamos quando ouvíamos.

O governo informava diariamente quando os "navegantes" não deviam confiar em sua sinalização.

O encerramento da seção deve ter sido deflagrado diante da ausência e impossibilidade de publicar todos os dias os avisos a muitas outras profissões que precisariam de muito mais alertas do que os navegantes.

Por exemplo, um "avisos aos estudantes" começaria a gerar protestos bem antes da primeira prova do ENEN ser respondida.

Não haveria infraestrutura para atender a demanda de perguntas e ações.

O grande desafio seria um "avisos sos eleitores": pensando bem,notas neutras sobre o que os eleitores deveriam saber todos os dias talvez viessem a descontinuar as eleições.

Mas, ao ouvir no carro ontem a Voz do Brasil senti subitamente que o "Avisos aos Navegantes" fazia falta, mas jamais poderá ser renascido.

Graças a Deus, a Internet permite que você busque os avisos sobre tudo. O problema é separar os alhos dos bugalhos...

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Falei a estudantes hoje e disse a eles o que podem esperar da vida se seguirem a minha profissão.

Antes de tudo tive de fazer um esforço para definir qual seria a minha profissão mesmo.

Isto se tornou mais fácil em função de quem fez o convite da palestra e de quem a aceitou por mim: Falei no Instituto GayLussac, em Niterói para estudantes do segundo grau na qualidade de professor da ESPM e de profissional no mercado de comunicação.

Mas, não fui para lá hoje às 7 da manhã, para defender os cursos superiores da ESPM como o melhor caminho para que aqueles estudantes definissem o seu futuro.

Explico esta aparente inconsistência:

O anúncio classificado que o explorador Shackleton publicou convocando sua tripulação para uma expedição à Antártica tornou-se um clássico devido a seus termos e ao sucesso diante dos prospects que se candidataram:

"MEN WANTED FOR HAZARDOUS JOURNEY. LOW WAGES, BITTER COLD, LONG HOURS
OF COMPLETE DARKNESS. SAFE RETURN DOUBTFUL. HONOUR AND RECOGNITION IN
EVENT OF SUCCESS."

Ernest Shackleton não teve muito sucesso em suas expedições. E parece até que e3ste anúncio parece que não teria sido criado nem publicado por ele. Mas o anúncio tornou-se um clássico.

E tem sido citado como a prova de que verdade dita com todas as suas letras pode se tornar na melhor definição do que seja um bom anúncio.

Não falei aos estudantes sobre o anúncio do Shackleton hoje de manhã, mas transmiti a uma turma interessadíssima na área de comunicação que a nossa profissão com todos os seus detalhes requer gente com uma disposição compatível com a dos interessados na convocação para a expedição à Antártica.

Para mim não existe profissão mais fascinante do que a minha. Nada pode ser mais atraente do que descobrir ou criar os novos desafios que ela proporciona a quem se dedique a ela com vigor.

Não a recomendo para os que se deixam deslumbrar apenas pelas aparências externas. Ninguém pode se fingir de dedicado se não tiver esta demanda no seu coração e na melhor parte de sua mente.

Os dias de grandes frios, as longas horas na escuridão ou problemas parecidos vão estar presentes em suas vidas, por vezes acompanhadas da "low wages". Nada porém realiza mais as pessoas quando conseguem transformar seus projetos em realidades.

Correndo riscos insignificantes diante dos corridos pelos comandados de Shackleton nos tempestuosos mares do polo sul.

Tenho a quase certeza de que as minhas palavras diretas e sinceras foram bem recebidas pela turma, pois eles não precisavam revelar-se entusiasmados. O que eu falava "não valia nota", uma espécie de moeda de troca entre alunos e professores.

No fundo alunos só dão a sua melhor atenção a qualquer tema quando aquilo vale nota. Quando o professor recebe grande atenção quando o que ele fala não vale nota pode sentir-se duplamente recompensado.

Não fiz para eles listas de coisas a observar para que pudessem decidir-se pela comunicação, mas enfatizei que nesta nossa profissão é preciso estar disposto a aprender todos os dias, a não ter preconceitos, a reconhecer a nossa importância no mundo de hoje e nos mundos de amanhã.

E principalmente a gostar de gente em todas as suas versões, pois a nossa vida depende de gente. E só de gente.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

E ÁGORA José ? Para onde vai nos levar esta resultante?

A resultante em física é aquela direção obtida quando há o confronto de duas forças. A resultante não é favorável a qualquer delas, apenas demonstra visualmente o que deve resultar quando forças divergentes se aplicam a qualquer coisa.

Politicamente, ou humanamente, a resultante tem de ser desagradável aos "defensores" das forças divergentes.

Mas, ao longo dos anos de civilização, e até para que a civilização ocorresse como "resultante" dos diversos interesses conflitantes das diversas tribos, o mundo valorizou a cada dia mais as resultantes e o que resultou disto tem o nome de democracia.

Sempre que a "democracia" ou a resultante dos conceitos divergentes não são respeitadas a coisa desanda.

As grandes ideias, os novos rumos da política, os novos costumes sociais, tudo que seja proposto para mudar algo que vinha sendo feito, há um choque.

Sempre de 10 a 15 por cento das pessoas serão favoráveis às mudanças e terão de lutar bravamente para que estas mudanças sejam aceitas.

Só nos últimos 100 anos a quantidade de mudanças propostas e aceitas - em proporções nunca antes vistas ou divulgadas na história - ensaiaram as mudanças ainda mais radicais que deverão ser propostas nos próximos anos.

Hoje, estamos vivendo uma era da leniência global. Em vez do "não" a priori que caracterizava os conservadores os reacionários , temos cada vez mais presente o "porque não ?"

Para questionar o que quer que seja, desde se chupar picolé é um hábito sadio ou não, ao uso das sacolas de plástico em supermercados, é preciso se ter informações sólidas para embasar as nossas decisões.

E aí chega a história da resultante. E um novo conflito.

Quanto mais informação se tenha, e quanto mais pesquisadas sejam as nossas informações, mais nós todos vamos nos aferrar a estas verdades.

Daí o radicalismo de grupos que querem - sem este amainamento de seguir a resultante - atuar sobre toda a humanidade.

É duro ter de aceitar ordens, leis, portarias, determinações - escolha os sinônimos - emanadas de entidades, pessoas, países, lideranças que chegaram às suas conclusões sem nos ouvirem.

Mas, lamento, esta será a tendência da moda intelectual nos próximos anos...

E só poderemos fugir a ela quando a nossa tendência de não aceitar estas novas forças e não a força definida pela resultante ao longo da história se tornar entendida e respeitada por mais e mais gente.

Não vai ser fácil, mas será muito mais fácil num mundo cada vez com mais acesso às informações.

E a forma das ideias serem expostas será via Internet.

A verdadeira ÁGORA dos cidadãos gregos que iam à praça pública dizer o que pensavam de tudo e de todos.

Não conheço nenhuma grande decisão registrada como uma decisão da Ágora no sexto século antes de Cristo. Nem sei mesmo se das discussões eram feitos registros que obrigassem a alguém a fazer ou deixar de fazer alguma coisa.

Mas o resultado paralelo - tal como hoje ocorre no mundo da Internet - é todo mundo saber da sua denúncia. Todo mundo compartilhar as suas ideias.

O sucesso futuro de tudo isto nós mesmos vamos ver ÁGORA mesmo...

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

O Dil...ema da Democracia.

“Previsões são muito difíceis, especialmente sobre o futuro” é uma frase tão boa, com tanta sabedoria e humor que durante anos eu a atribuía a Mark Twain, um dos mais inteligentes frasistas que o mundo já conheceu.

Uma outra frase que de fato foi sua foi usada por mim num artigo em que ousei confrontar as minhas ideias com a opinião vigente sobre o tema:

It is better to keep your mouth closed and let people think you are a fool than to open it and remove all doubt.

Ou seja:

É melhor ficar de boca fechada e deixar que os outros pensem que você é um idiota do que abri-la e eliminar qualquer dúvida a respeito.


Mark Twain foi humorista, novelista e contista norte-americano e viveu de 1835 a 1910.

A frase sobre a imprevisibilidade do futuro que eu também atribuía a ele é de fato do físico e pesquisadorf Niels Bohr.e originalmente era assim:
Prediction is very difficult, especially about the future.

Niels Bohr
Físico dinamarquês (1885 - 1962)

Todo este “nariz de cera” para pedir a sua atenção para um fato que tem cada vez mais possibilidade de se tornar realidade dentro de poucos dias:

A eleição da Dilma Roussef para a presidência da República.

Não vai ser pouca coisa, em termos de mobilização democrática no mundo.

Imagine você no exterior, identificado como brasileiro, e ter de explicar que o seu país tem 130 milhões de eleitores, numa população de 190 milhões e que a maioria deles votou na Dilma.

Esta quantidade de eleitores (que no Brasil são obrigados a votar) é que faz a nossa diferença...

Outros países – como os EUA – têm mais eleitores registrados, mas lá o voto não é obrigatório. No fim de uma grande eleição votam menos da metade dos registrados.

Aqui não tem conversa, mais de 130 milhões de cidadãos vão votar e pelo andar da carruagem quem vai ganhar o cargo de presidente da república e oitava economia do mundo será a Dilma Rousssef. Sucessora do Lula e sua invenção política mais ousada.

A Dilma é a melhor metáfora do poste eleito por recomendação do dirigente de plantão.

Juscelino Kubitschek, que construiu Brasília e começou a formar a indústria automobilística no país, tinha seu candidato nas eleições de 1960: o marechal Henrique Lott.

Mas, quem ganhou as eleições naquele tempo realizadas em um único turno( não havia o segundo turno) foi o Jânio Quadros.

Se a eleição fosse realizada em dois turnos o segundo turno seria dispensado, pois Jânio teve mais da metade dos votos válidos. Foi escolhido pela população dentre vários candidatos num arco que incluía do integralista Plínio Salgado, ao paulista a quem era atribuída a “virtude” do rouba mas faz, o Lott e o Jãnio.

Sete meses depois de sua posse Jânio renunciou fazendo o país mergulhar num caos institucional de que somente nos livramos com a eleição do Collor. Isto é, pensávamos que tínhamos nos livrado...

Pois bem, em 2010, o Lula escolheu a Dilma como sua sucessora, deixando de lado toda uma chusma de possíveis candidatos de seu partido. Ao fazer isto se dedicou a falar, falar, falar, elogiar, apoiar a pessoa que sem qualquer experiência eleitoral lhe pareceu mais conveniente para sucedê-lo.

O Lula, antes de ser eleito presidente tinha sido eleito deputado federal.

Na Câmara definiu que havia pelo menos 300 picaretas eleitos como ele, algo muito negativo na construção da imagem dos políticos.

Lula chegou à Câmara depois de ter sido eleito e reeleito presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo. Onde ele aprimorou a virtude mais necessária para ser eleito: a retórica, ou sendo menos sofisticado, a capacidade de entender e de falar o que os seus ouvintes precisam ouvir, dito por ele, da maneira como ele julgue mais conveniente.

Durante todo o século XX os intelectuais, jornalistas, líderes de opinião brasileiros e internacionais lutaram pela Democracia. Muitos deles foram presos, tomaram pancadas, morreram por defender até as últimas conseqüências a Democracia que almejavam.

A Dilma no seu histórico de vida pública esteve dentre aqueles que durante os governos militares, os anos de chumbo, foram presos, torturados e sobreviveu.

Encerrado o ciclo dos anos de chumbo exerceu funções administrativas no Rio Grande do Sul, e daí foi guindada –convidada pelo Lula – para ser Ministra de Minas e Energia.

Após o escândalo do mensalão que teve no chefe de gabinete da presidência da República o mais importante personagem, Dilma veio a substituí-lo, consolidando o currículo que está em vias de levá-la à presidência da República.

Pronto, instalou-se em minha consciência o que chamei de DIL...EMA...

O que se está apurando em relação às entranhas das campanhas presidenciais é uma sucessão de ilegalidades praticadas por associados ao PT que prenunciam mais ilegalidades se este grupo compartilhar o poder.

Mas, este grupo, no caso da vitória nas urnas, terá sido eleito democraticamente pela maioria dos brasileiros.

Não consigo me conformar com esta perspectiva de padecer por pelo menos quatro anos – um importante percentual dos anos que tenho a viver - mas que afinal de contas são poucos dias em nossa história.

Este é o dil..ema. O que fazer?


De minha parte vou permanecer atento, acompanhar, interpretar, reclamar e também aplaudir o que possa dar certo.

Cuspindo fogo em ambos os casos...

Para encerrar nada melhor do que a observação do Mark Twain:

É melhor ficar de boca fechada e deixar que os outros pensem que você é um idiota do que abri-la e eliminar qualquer dúvida a respeito.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Arrecadar fundos para entidades de caridade é o negócio mais sofisticado de marketing

A compensaçao que voce tem ao comprar um produto ou um serviço é representada pelo próprio produto ou pela performance do serviço.

Quem comprova que a sua compra do carro novo é o carro novo funcionando como voce esperava.

Um cartao de crédito justifica a sua aquisiçao quando serve de meio de pagamento nos locais em que voce for, quando cobra os valores corretos, quando cancela débitos indevidos, e assim por diante.

Quando voce decide doar alguma coisa, dinheiro ou bens, para uma entidade dedicada a fazer o bem a única forma de voce ter satisfaçao com o seu investimento é a contínua comprovaçao de que voce fez a coisa certa.

Ou seja, a venda da entidade para quem a comprou para doar alguma coisa nao termina quando a doaçao ocorre. Na verdade começa quando ela é paga.

Estou em Recife participando do Festival Latino-Americano de Captaçao de Recursos 2010 como um ativo membro da Associaçao Brasileira de Captadores de Recursos e minha funçao será explicar a todos os interessados que ao contrário do que possa parecer esta é atividade de marketing que mais exige de seus gestores.

O tema é fascinante e as oportunidades no Brasil estao em contínuo crescimento e isto irá seguir com mais vigor.

O país, confirmada a sua posiçao de 8a economia mundial, vai precisar cada vez mais se organizar profissionalmente para asssegurar as entidades que precisam de recursos para viver.

E elas sao mais de 300 000 conforme o IBGE.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

VEJA BEM !!! SERÁ QUE TUDO É MESMO RELATIVO?

Você tem mesmo certeza da qualidade de seus julgamentos?

Se diante de qualquer decisão sua em relação a quem quer que seja você ouvisse a pergunta que Jesus fez à turba que queria matar a pedradas a adúltera - que atire a primeira pedra quem não tenha cometido pecados - você persistiria em seu julgamento?

A popularização do VEJA BEM na linguagem corrente como preparação na maior parte das vezes de justificativas para o injustificável não ocorreu por acaso.

Há uma crescente leniência em relação ao comportamento humano. Leniência levada aos extremos e de aceitação comprovada por audiências de milhões de pessoas nos reality shows.

O bom também pode ser mau. O mau pode ser excepcionalmente bom. O que pode ocorrer até simultaneamente.

O VEJA BEM menos que um vício de linguagem é a expressão de novos tempos nos costumes e na moral.

Cuidado,portanto, ao abordar este dilema nos próximos tempos.

Mais cuidado ainda ao escolher - democraticamente - quem vai ajudar a eleger nas próximas eleições...

domingo, 22 de agosto de 2010

O que justifica dizer que a REPENSE é a melhor agência

A melhor agencia é a REPENSE

Poucas atividades humanas são mais complexas e mais difíceis de coordenar e gerir do que as agências de comunicação.

É uma atividade que funciona e executa suas missões baseada UNICAMENTE em gente.

Uma orquestra sinfônica, uma orquestra de um grande teatro, uma companhia de ópera, uma companhia de balé, a montagem de cenários, a iluminação, o conforto do teatro para acolher os espectadores, a promoção dos espetáculos, a monitoração do que a mídia divulga tudo isto são tarefas conduzidas por gente. E portanto complexa e de difícil realização.

Quando tudo dá certo o resultado se torna público e visível por todos.

Tudo isto ,porém, é tão complexo quanto gerir uma agência de comunicação, e no entanto ao relacionar todas estas atividades teatrais parece meio exagerado fazer comparação com o simples negócio da comunicação com o mercado.

Mas não é.

Uma agência se torna bem mais complexa por que não há pautas, não há esquemas pré-definidos do que deva ser feito em cada espetáculo e principalmente por que nas agências não há ensaios.

Por isto ao me ser pedida uma frase sobre a REPENSE não hesitei em escrever a frase simples que inicia esta postagem.

A REPENSE é uma agência com menos de quatro anos com escritórios em São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba dedicada a trabalhar com brilho, competência e criatividade em todas as disciplinas da comunicação de marketing.

E faz isto todos os dias, sem ensaios, mas obtendo para isto a perfeita sintonia entre os seus colaboradores.

E dá certo.

E o que faz tudo isto dar certo é o orgulho pessoal de cada um ou cada uma das pessoas que estão na REPENSE ao constatar que repensar a comunicação funciona em favor dos resultados requeridos pelos clientes tornando todos mais competentes em sua profissão.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Um movimento que foi do positivo ao negativo em menos de 50 anos - onde foram parar o amor por princípio, a ordem por meio e o progresso por fim?

Os positivistas faziam para mim parte de um pano de fundo mental relativo à formação do Brasil.

Havia menções sobre eles – Benjamin Constant , em especial,- nos livros de história, e parava por aí.

Quando comecei a por volta dos anos 60 do século passado a avaliar melhor a importância deles na formação da república brasileira a sua influência já era totalmente insignificante no dia a dia de nós todos.

Positivistas estavam em minha cabeça arquivados – sem que com isto desmereça quem vai ser citado a seguir – outras facções em que reuniam pessoas cheias de méritos intelectuais e morais, gente bem formada, mas que não empolgavam as multidões.

Junto com os positivistas estavam kardecistas, rosa-cruzes, cientologistas, praticantes da yoga (quando seus líderes no Brasil podiam ser contados nos dedos de uma mão) , teosofistas, e vários outros sempre respeitados a priori e ignorados logo em seguida pelos que não seguiam suas teorias e práticas.

No entanto diferentemente destas outras atividades e crenças os positivistas mais do que falaram, agiram.


Augusto Comte, o fundador do positivismo, a religião da humanidade, engendrada por ele num momento de grandes invenções e descobertas no século XIX propunha o abandono pelos homens de todas as referências “mágicas” ou relacionadas a deuses, ou espíritos.

Comte pregava que estas coisas não teriam sentido se não pudessem ser comprovadas cientificamente.

Nada de teosofia,teologia. Nada de metafísica. Se o que se dizia ou pregava não pudesse ser comprovado nos laboratórios e nas universidades devia ser jogado no lixo para não levar o homem a abdicar de sua virtude máxima: a inteligência.


A relação dos nomes dos líderes positivistas brasileiros é a mesma lista dos líderes republicanos brasileiros. Eles eram a melhor expressão da intelectualidade brasileira. Eram um exemplo invejável de que todos os brasileiros se orgulhavam.

Viver às claras, era uma de sua máximas praticadas no grande templo do Rio de Janeiro que tinha (e ainda tem) em seu frontispício a frase “O amor por princípio, a ordem por meio e o progresso por fim”.

Não foi a toa que a frase mereceu este destaque: de forma muito mais sintética do que os 10 mandamentos e numa sucessão de apenas três pontos - Amor,Ordem e Progresso – era a fórmula para a vida harmoniosa em sociedade.

Quando a República foi proclamada em 1889 com a deposição do governo imperial, coube aos positivistas dizer o que seria a república brasileira.

Não queriam que houvesse um resquício dos poderes do imperador e do império. Nada que elevasse um cidadão “por direito divino” acima dos demais.

O país, libertado da família imperial, precisava definir como iria ser. Precisava de saída de uma nova bandeira que representasse a nova república.

O desenho desta primeira bandeira foi pintado por Décio Vilares,um festejado artista da época. Mas sua concepção foi de Raimundo Teixeira Mendes (positivista), Miguel Lemos (diretor do Apostolado Positivista do Brasil) e Manuel Pereira Reis (astrônomo) Décio Vilares a desenhou.Esta pintura da bandeira foi roubada do templo positivista em abril de 2010 e até agora em agosto ainda não foi encontrada.

Mais do que um furto, o sumiço da bandeira positivista tornou-se assim a melhor expressão do que ocorreu com os positivistas.

O templo está em péssimo estado de conservação. O telhado desabou em parte, sua rica biblioteca histórica está preservada da chuva por uma lona de plástico preto. O número total de positivistas remanescente é estimado em não mais de 20 pessoas.

A proposta dos positivistas para a bandeira com a esfera celeste e uma faixa reproduzindo a latitude do Rio de Janeiro, onde se lê Ordem e Progresso foi, no entanto a evolução minimamente traumática da bandeira do Brasil Império.

O verde e o amarelo, exatamente como estão hoje na bandeira brasileira, estavam na mesma posição da bandeira desenhada por Debret em 1822.Debret veio ao Brasil na missão artística francesa chegada ao Rio em março de 1816.
.
O que mudou na nova bandeira foi a retirada das armas do império e a troca pelo céu azul, com as estrelas representando as unidades da federação numa reprodução dos céus (no Rio) na noite de 15 de novembro de 1889.

Como estes positivistas tão importantes para a história do Brasil perderam a sua influência a ponto de pouco mais de 70 anos depois um jovem jornalista ávido por informações ter deles uma visão tão condescendente?



Aqui vai uma proposta de discussão a ser melhor analisada por pesquisadores mais qualificados do que o editor deste Almanaque.

Quando Augusto Comte morreu em 1857 o mundo ainda não havia tomado conhecimento do Manifesto Comunista . E sem a menor dúvida depois de sua publicação, e do aparecimento de Marx e Engels, o monopólio da quebra de verdades históricas passou a ser a bandeira mais importante dos seus seguidores – com as suas múltiplas faces – em todo o mundo.

Enquanto o positivismo no Brasil já se havia provado campeão do pensamento inovador – sempre por inspiração na religião de Comte – o comunismo começava a se mostrar como o caminho do paraíso para todos os povos que se sentiam oprimidos.

Quem era inconformado com as condições da convivência humana no início do século XX ia para o comunismo e sequer cogitava do positivismo e de suas determinações morais tão assustadoras para os pecadores quanto a lista de pecados reunidos pela igreja em 1900 anos.

E, no entanto no movimento cíclico das crenças e fidelidades intelectuais houve uma decadência profunda no movimento comunista no mundo nos últimos anos do século XX. E um intenso movimento em busca de verdades antes não abordadas por pesquisadores, munidos agora de ferramentas que fariam Augusto Comte acreditar ainda mais nas propostas dele para o positivismo.

A tendência da humanidade é não voltar sobre seus passos, e mesmo com a colocação agora do positivismo no foco das notícias é muito pouco provável que o estado de miserabilidade do seu templo sirva de incentivo para a formação de novos positivistas.

A queda dos positivistas depois de terem reunido tanto poder no Brasil choca bastante quem não analise o que ocorre como um cenário de mudanças contínuas. E cada vez mais rápidas.

Cabe a nós todos observadores/atores estarmos sempre preparados para mudar. Mas, não custa nada tendo o amor por princípio, a ordem por meio e o progresso por fim.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

O que este “pé na cozinha” tem a ver com os brasileiros que também têm um pé na tribo...

Quem chamou atenção para o fato de os brasileiros terem uma cara de brasileiros que nos permite identificar numa multidão na Europa que ali há gente com jeito de brasileiros foi o Fernando Henrique Cardoso.

Ele disse que tinha um pé na cozinha, para grande espanto de muita gente, especialmente dos representantes de famílias tradicionais que pelo menos durante os últimos séculos tratavam de todos os modos de esconder as estripulias genéticas de seus antepassados.

A questão de como seria a mapa genético dos brasileiros me intrigou ainda mais quando li que o João Ramalho, que havia sido deixado por volta de 1506 nas alturas de São Vicente como um degredado foi reencontrado por Martin Afonso de Souza, em 1530 com cerca de 170 filhos, fruto de numerosos partos das índias das várias tribos da região.

É claro que um degredado não se constitui numa força militar. O João Ramalho ao chegar e ao ficar aqui contava apenas com umas poucas ferramentas para sobreviver, abandonado por seus patrícios:

1. Saber que teria aprender a língua e os costumes muito depressa.
2. Valorizar as ferramentas de ferro – facão, machados, martelo – que somente ele possuía numa vasta região onde ninguém fundira metais.
3. Seu vigor sexual imenso, incentivado pela visão continuada das mulheres indígenas que não escondiam , conforme Pero Vaz Caminha, em sua carta de 1500, as suas vergoinhas.
4. O fato dos chefes dar mulheres prazerosamente para gente externa às tribos para geração de filhos ser adotado por todos.
5. Hans Staden, prisioneiro condenando a morte num ritual antropófago a ser realizado em data futura, recebeu de Cunhambebe todas as mulheres interessadas em gerarem filhos do bravo estrangeiro antes de comê-lo num churrasco festivo. Ramalho obteve o mesmo privilégio sem ter de arquitetar sua fuga, como Staden, para fugir da grelha.
6. O empreendedorismo lusitano, pois em 1530 quando o governador português chegou para estabalecer a capitania de São Vicente tudo tinha de ser negociado com o Ramalho, tornado um xerife do pedaço.

Resultado deste empenho de João Ramalho, e de todos os portugueses que conviveram em terras brasileiras com os seus machados e facões: O crescimento geométrico da população de mamelucos.

Um fato econômico que precisa ser relembrado: o Brasil que se formava era o lugar para derrubar as árvores do pau Brasil.

Um produto quase tão lucrativo quanto as “especiarias” que tinham de ser buscadas na Ásia, contornando a África, numa viagem perigosa que em milhas era equivalente a uma volta à Terra.

Os franceses foram os primeiros não ibéricos a buscarem o pau Brasil pirata nas terras que o Tratado de Tordesilhas assegurava ser portuguesas.

E os franceses, como todos que queriam buscar troncos daquela madeira aqui, tinham machados e facões, o que os tornava representantes do equivalente à mais sofisticada tecnologia nos dia de hoje.

E sem dúvida da mesma lubricidade para gerarem filhos e filhas com as índias de tribos que os admiravam.

Em 1580 a primeira força expedicionária brasileira, sob comando de Salvador Correa de Sá e Benevides partiu do Rio rumo a Angola que estava sendo ocupada por holandeses inconformados com a divisão do mundo entre portugueses e espanhóis sob as bênçãos do papa.

Uma força expedicionária é um negócio complicado de formar. São precisos homens jovens, treinados nas artes da guerra, capazes de se organizarem militarmente, de saberem se comunicar e fazerem o que o seu comandante ordene, sem hesitações.

Os brasileiros expulsaram os holandeses de Angola em 1580. Mas quem eram estes brasileiros surgidos nos 50 anos que se seguiram à ocupação mais formal do Brasil? Eram os mamelucos, filhos de portugueses com índias, filhos de filhos mamelucos destes primeiros mamelucos com outras índias, todos criados num mundo em que a língua era a língua das tribos, mas também capazes de entender a língua de seus pais ou avós.

Os brasileiros de então e de todos os anos seguintes ao longo de nossa história eram cada vez mais frutos destes cruzamentos que não eram repudiados por lusitanos, cujo país tinha sido “ocupado” durante 800 anos pelos mouros.


Grande parte dos portugueses originais eram já fruto do cruzamento dos povos primitivos da Europa – suevos, visigodos, celtas, lusitanos e iberos – com os ocupantes árabes. Não poderia lhes parecer um grande pecado crescer e multiplicarem-se com as índias no Brasil.

Por outro lado os índios brasileiros, revelando grande inteligência emocional, não haviam buscado em seus mais de 10 000 anos de ocupação da região, qualquer empenho em fazerem alguma coisa que não fosse essencial para sobreviver.

A palavra “trabalho” cuja origem é tripálio o instrumento de tortura dos romanos para punir quem não trabalhasse conforme determinavam os seus feitores, não era conhecida nas terras brasileiras.

Os avós e as mães dos mamelucos, conforme a história do Brasil que aprendemos no colégio, não se adaptavam muito bem ao trabalho forçado deles exigido por “feirtores” portugueses.

Mas, na África esta fuga ao trabalho não existia. Comprar e vender escravos, tribos inteiras dominadas nas guerras infindáveis entre etnias rivais era o dia-a-dia há milênios.

Os nossos mamelucos da força expedijcionária que libertou Angola foram testemunhas oculares das “vantagens da escravidão de africanos” e sabiam por suas próprias experiências de vida tribal como seria bom contar com escravos negros em vez de terem seus parentes “trabalhando” duro nos empreendimentos dos portugueses.

Veja os quadros abaixo e tire as suas próprias conclusões:



Entrada de escravos africanos no Brasil(IBGE)

Período 1500-1700 1701-1760 1761-1829 1830-1855
Quantidade 510.000 958.000 1.720.000 718.000

Durante os séculos XVII e XVIII, os negros e mulatos ( e mamelucos ...)foram a grande maioria da população brasileira. O crescimento da entrada de escravos africanos a partir do século XVI, o extermínio dos indígenas por ataques às tribos, mas principalmente pelo cruzamento com os “brasileiros”e a relativamente pequena quantidade de colonos portugueses contribuíram para o surgimento de uma maioria de gente com uma origem racial mista no Brasil.

Neste quadro veja como nos brasileiros que se consideram brancos , devidamente pesquisados geneticamente HÁ MAIOR PERCENTUAL DE SANGUE ÍNDIO DO QUE DE SANGUE NEGRO 33% CONTRA 29%.

O pé na cozinha do Fernando Henrique Cardoso e da grande maioria dos brasileirpos com cara de brasileiros é também pé na tribo.

O incrível na opinião do redator deste Almanaque é que ninguém fala dos índios em nosso sangue.

Quem vá a São Paulo e ande pelos Ibirapueras, Anhangabaus, Itaquecetubas, Moemas e outros nomes indígenas poderia até desconfiar de alguma coisa não está sendo dita.

Detalhe também não mencionado: até o século 19, a língua falada em São Paulo, antes da chegada maciça de imigrantes europeus e japoneses era a mesma língua geral falada pelos mamelucos.


As razões da troca dos r pelos l. A palavra arco em vez de álcool e outras semelhantes é que índios têm dificuldade de falar os rS e os ls.

Logo, caros leitores e leitoras, discretamente o Almanaque do Pio os convida a pensar nestas coisas.

Valores arredondados provenientes de duas pesquisas independentes feitas respectivamente com brasileiros negros e com brasileiros brancos

Há mais sangue´indígena nos brancos do que sangue negro nestes mesmos brancos.

Pesquise e uga e uga.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Depois dos 7 pecados, as 7 virtudes da arte de vender

Na semana passada postei um texto, inspirado por Geoffrey James, no BNET News abordando os 7 pecados capitais dos vendedores.
Como sou um defensor da definição de um autor desconhecido que nada acontece enquanto alguém não vende alguma coisa para alguém li com toda a atenção as dicas do Geoffrey e as interpretei para a nossa realidade.
Não sou um vendedor obsessivo. Tenho porém a consciência de que nada se faz sem que o que se está fazendo tenha sido vendido a alguém.
Aa realidade brasileira a que as adaptei os 7 pecados foi a minha realidade já que em matéria de vida real não temos muito onde buscar: a nossa realidade é a que temos conosco e com que convivemos durante toda a vida.
Hoje o Geoffrey decidiu mostrar a outra face da mesma moeda e postou um texto sobre o que ele apontou como as 7 virtudes da arte de vender. Foi dos pecados às virtudes e mais uma vez gostei muito do que ele disse.
Vou submeter estas virtudes a você a seguir, pedindo antes a sua atenção para esta tendência de buscarmos coisas relacionadas ao número 7. Um tema a que prometo voltar outro dia.

Virtude nº 1
A paciência
Sem paciência a sua vida tende a se transformar numa sucessão de frustrações. Como obter a paciência: Tenha em mente que o sucesso só chega passo a passo.. Seja paciente com você mesmo e não caia na tentação de comparar o seu progresso com o sucesso dos outros.

Virtude nº 2
Dedicação
Você tem de focar a sua dedicação aos seus clientes, pois será através de seus clientes que você vai alcançar o sucesso.Como aprimorar a dedicação: jamais pense em desistir. Esteja sempre disponível para – dentro dos limites éticos – atender e ajudar os seus clientes

Virtude nº 3
Entusiasmo

Geoffrey compara o seu entusiasmo por seus negócios, por sua empresa,por seu produto a um imã que vai atrair coisas boas. Para aumentar o seu entusiasmo procure cercar-se de gente que acredita em você e fuja das pessoas soturnas e negativas. Cuidado com os puxa sacos.

Virtude nº 4
Crescimento
Se você não estiver crescendo como profissional e como pessoa todos os dias você estará morrendo aos poucos. Estará declinando. Como incentivar o seu crescimento: dedique-se todos os dias a aprender algo de novo que possa contribuir para alcançar os seus objetivos. Leia, faça cursos, fale com os seus parceiros. Da mesma forma que os exercícios físicos aprimoram o seu corpo esta busca de novos conhecimentos – na sua área de interesse – aprimora o seu crescimento pessoal e profissional.

Virtude nº 5
Coragem
Se você tem medo e foge como o diabo da cruz da possibilidade de errar, você deixará de assumir riscos necessários. Isto exige coragem para insistir em fazer ou deixar de fazer coisas quando nem sempre as circunstâncias pareçam favoráveis. Tenha em sua cabeça que o sucesso chega quase sempre depois de frustrações e decepções. É preciso você ter capacidade de ver o fracasso também como um fator inevitável do sucesso.

Virtude nº 6
Honestidade
Os clientes percebem quando você não está sendo honesto com eles e até quando você não está sendo honesto com você mesmo. E então eles travam. Como aprimorar a sua honestidade: aja como se estivesse no ar todos os dias diante de uma câmara de alta definição e que todos os seus amigos, clientes e familiares estivessem vendo você todo o tempo.

Virtude nº 7
Flexibilidade
A vida é uma eterna mutação, nada permanece igual. Você não poderá ter sucesso em vendas se não for capaz de adaptar-se às novas circunstâncias. Como aprimorar a sua flexibilidade dê mais atenção ao que importa ao fim e ao cabo. Veja o que funciona em cada momento e modifique o que não está funcionando sem aferrar-se a preconceitos pessoais que se apóiam na frase: eu sou assim mesmo, ninguém vai me modificar.

Ao completar esta transcrição livre das 7 virtudes enumeradas pelo Geoffrey James( e ao relê-las antes de postá-las) estou correndo o risco de meus leitores brasileiros acharem esta coisa toda apenas idéias típicas de gringos que querem simplificarem o mundo para poderem viver. Coisa de manuais de auto ajuda.

Acho que em parte isto é verdade. Mas também acho que esta disposição dos gringos é uma de suas maiores virtudes.
O mundo vem sem manual de uso. Mas quem conta com dicas capazes de substituir manuais -sem a menor dúvida - leva mais vantagem do que quem aja apenas por instinto. Notar que nesta frase coloquei o apenas em grifo, pois, há muito a valorizar nos nossos instintos. Mas não o tempo todo...

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Os 7 pecados mortais dos vendedores. Um catecismo do Almanaque

Vou acabar sendo visto como um monge medieval preocupado com pecados que vão levar as pessoas para o inferno. Só que no meu caso, minha preocupação restingiu-se a pecados na área do marketing e hoje, à área de vendas.

Parece uma preocupação menor diante de tantos outros pecados em áreas mais sérias – como a política, por exemplo?

Não é não. Sou um seguidor de uma antiga “verdade” repetida por profissionais de venda norte americanos:

Nada acontece enquanto alguém não vende alguma coisa para alguém!

E isto começa no primeiro choro do bebê que “vende” à mãe a necessidade de alimentá-lo de imediato. É o “quem não chora não mama”, numa versão mais terra-a-terra do conceito mercantilista americano.

Os pecados mortais em relação às vendas foram apresentados em artigo de Geoffrey James, hoje no BNET News. E na sua transcrição aqui usei de alguma liberdade para abrasileirar os seus conceitos.

Aqui vão os 7 pecados, justificados pelo redator do Almanaque:

1º Pecado:


Não estar sempre diante de seu negócio.


Nunca em momento algum tente passar a bola que é sua para outros. Lembre-se que no momento em que se desculpa apontando que a falha se deve a outra pessoa, à sua equipe, à equipe de apoio, à forma como os negócios são conduzidos na empresa você tem o seu dedo acusador apontado para um lado e quatro outros dedos voltados para você.


Não abdique de sua posição de responsável pela venda, ou pela não venda.

Esta é a sua profissão.

2º Pecado


Falhar ao entender qual é negócio ou quais são os interesses de seu cliente.




Há um critério antigo para julgar sem muita tecnologia ou ciência se uma carta de mala direta é boa ou ruim: a mera soma do número de “vocês” em relação ao número de “nós” no texto.


Para você poder dizer alguma coisa que realmente interesse a seus possíveis clientes – ou prospects – você precisa saber quem eles são, o que querem, como querem, quanto podem aceitar pagar, como gostariam de pagar, que garantias desejam receber, etc.

Jamais atribua suas falhas nesta área crítica para qualquer venda à falta de informações transmitidas por quem quer que seja a você.

Quem vai fazer a venda é você – e quem não vai fazer a venda será você.

Logo, faça todas as perguntas antes de querer dar todas as respostas.

3º Pecado

Colocar-se e sentir-se como um adversário e não como um aliado do cliente


A venda de qualquer coisa só ocorre quanto o prospect percebe uma quantidade suficiente de pontos em comum entre o que você diz e o que ele passou a considerar importante em sua vida.

Se o vendedor – disfarçadamente – considera o possível cliente como um “inimigo” que precisa ser “derrotado” para que "ganhe" a venda tenderá a vender muito menos, tenderá a vender muito mal, tenderá a vender apenas uma vez.

Cada venda fará parte de seu currículo de vendedor. E a sua "nota" será mais alta do que a recebida por você em qualquer curso, por melhor que seja.

A venda feita é maravilhosa. A venda não feita pode ser ainda melhor se você aprender onde errou. E aplicar o que aprendeu com outro cliente em que você perceba os mesmos problemas.

O cliente como aliado possibilita, quando não compra, muito mais vendas difíceis no futuro.

4º Pecado


Vender produtos e não soluções

Meio óbvio, meio repetitivo, mas tão evidente que deveria ser a primeira lição em vendas.

Para tornar isto mais claro vamos a um exemplo:Lembre-se que você não voa num avião porque acredita na potência de suas turbinas, na segurança de seus dispositivos eletrônicos, na competência de seus pilotos, ou de qualquer outra destas coisas.

Você voa de algum lugar para outro para solucionar da melhor forma possível o problema de ter de estar lá.

Claro que ao definir a forma de voar falhas consistentes da companhia aérea em alguns destes itens levarão você a pensar em outra companhia.

Da mesma forma você não compra um carro por seus aspectos mecânicos, ou quaisquer outros, você compra a tranqüilidade de poder se deslocar da forma que você julga merecer.

A percepção do que o cliente julga merecer é a virtude maior vendedor.

É a solução do problema dele que o seu produto (ou serviço) vai resolver.

Isto é a coisa mais importante que você está vendendo.

5º Pecado


Ficar inacessível quando o cliente precisar falar com você

Toda venda é um processo sutil de convencimento que está solidamente apoiado na confiança. Confiança do possível comprador no possível vendedor.

Uma escapada ao contato, por mais justificada que seja, pode ser uma trinca neste cristal.

No telefone celular, quando há a necessidade absoluta de não atender, recorra a mensagens sob medida para justificar o retorno da chamada mais tarde.

Evite mensagens falsamente simpáticas – mas arrogantes na essência – dizendo que no momento está indisponível e assim que possa voltará a entrar em contato.

O cliente, mesmo não sendo detalhista, poderá pensar como você irá agir quando um problema vier a ocorrer.

6º Pecado


Vender sem se preocupar em ajudar.

Uma venda nunca pode ser o último ato de qualquer processo. Uma venda tem de ser sempre o primeiro ato de um novo processo.


Uma venda é o primeiro momento da nova venda que você irá fazer para quem está fazendo uma compra.

Esqueça as comemorações de seu sucesso se nestas comemorações já não estiver definida a sua estratégia de retorno ao cliente – com novidades, com aprimoramentos, como up grading, com cross selling – principalmente com a sua disposição de ajudar o cliente a ganhar mais e a fazer melhor.

Você sabe que esta é uma atividade diária que pode parecer muito cansativa e até chata para quem não dedique a sua vida profissional à arte e à técnica de vender.

Se este for o seu caso, venda-se uma nova profissão.

Como não é o seu caso, por você estar lendo tudo isto até aqui, encontre o seu jeito de ajudar os seus clientes e de ser visto por eles como alguém confiável e preocupado com o seu sucesso.

7º Pecado


Não desperdice o tempo de seu cliente


Uma visita que não seja relevante para o cliente não é ruim somente pelos minutos que você perde com ela.

Ela é a sinalização de que você não valoriza nem o tempo dele, nem dá valor ao seu.

A tentativa de venda ao vivo, da venda por telefone, da venda pela internet, ou por mala direta JAMAIS pode ser feita apenas para cumprir tabela.

Todo contato do profissional de vendas com os prospects e, mais ainda, com os seus clientes é um jogo decisivo para que você como vendedor mereça um lugar de honra no céu dos vendedores...

quinta-feira, 22 de julho de 2010

O que estava por trás das negociações portuguesas do Tratado das Tordesilhas...

As maiores preocupações dos teóricos e práticos da navegação abrangiam da construção de barcos, ao estudo dos ventos passando pela correta forma de posicionar o barco em alto mar.

Com latitude e longitude registradas de forma que outro barco pudesse ir aos mesmos locais com precisão.

A matéria prima para a construção de barcos vinha de uma floresta de pinheiros mandada plantar pelos reis de Portugal (dois séculos antes) para proteger as terras do interior da ação de ventos que tenderiam a arrasar as plantações.

Eles queriam preservar o ambiente para que daquele ambiente agrícola pudesse ser gerada alimentação para o seu povo.

Por isto mesmo todas as árvores derrubadas em Leiria eram replantadas.

Portanto os pinhais de Leiria podiam sempre suprir os estaleiros de árvores e tanino para a construção e calafetagem dos cascos de barcos.

Navegar nas proximidades das terras era muito mais seguro para o navegante desconhecedor das boas técnicas da marinharia. Os problemas que levavam aos naufrágios ocorriam quando afastados das costas e desejando voltar os capitães se perdiam em meio a ventos adversos e não conseguiam aproar os seus barcos para onde queriam.

Um raciocínio simples sobre o que faziam os navegadores portugueses nesta sua tarefa de explorar as costas africanas me parece muito lógico.

Desde meados do século XV os portugueses estavam dedicados a explorar as costas da África já que em suas próprias terras já não havia muito a explorar.

Portugal havia sido ocupado pelos árabes –os mouros – por mais de 800 anos. Esta convivência com as tribos européias que vivam no que viria ser Portugal deu origem às gentes portuguesas que guardam traços árabes em sua aparência e cantam suas músicas com toques tristes relacionados à música árabe.

Com muitas das suas qualidades herdadas de suas origens árabes com todas as vantagens e as desvantagens desta proximidade.

Mas, dentre as qualidades estava a dos portugueses serem ladinos.

Aprenderam a negociar à partir de uma posição menos poderosa, e aprenderam a “levar vantagem em, tudo, certo?” como se definiu na Lei de Gérson instituída 500 anos depois.

A Escola de Sagres, sendo uma escola ou não, era um think tank com o objetivo de estender o poder do pequeno Portugal num mundo inacessível a todos os outros povos europeus no século XV.

Procure os mapas portugueses de 1503, onde aparece a costa da África e se surpreenda com a precisão dos contornos. Do outro lado do Atlântico já aparece o Brasil português delimitado pelo tratado das Tordesilhas.

Este tratado assinado pelo papa Alexandre VI , um ilustre membro da família Borgia, foi também assinado por Portugal por um misto de cosmógrafo, diplomata, navegador, chamado Duarte Pacheco Ferreira. Isto em 1494, dois anos depois de Colombo ter chegado a terras além das 370 léguas a oeste de Cabo Verde.

Que por este tratado com o aval do representante de Deus na terra ficavam claramente nas mãos dos espanhóis.

Já ficavam antes mediante a Bula Intercoetera, também assinada por Alexandre VI em 1493, mas que tinha como inconveniente para os portugueses os limites para as suas terras a Oeste de Cabo Verde, ficarem a apenas 100 léguas de Cabo Verde.

Não pode haver muita dúvida de que as 270 léguas a mais do novo tratado não foram negociadas por capricho. As navegações portuguesas ao longo dos anos 1400 já haviam identificado o potencial de riquezas de novas terras nestes limites.

Tanto que o mesmo Duarte Pacheco Ferreira em 1498 com duas caravelas veio para a região dasa novas terras portuguesas e confirmou ao rei Manoel que aqui – do que viria ser o Ceará até o que viria ser Belém – havia muitas riquezas citando nominalmente o “Brasil”.

Duarte Pacheco Ferreira foi considerado um gênio da raça, pois antes do cronômetro e de instrumentos de navegação mais sofisticados conseguia identificar com precisão por onde estava navegando.

Possivelmente era na ocasião o único navegador capaz de fazer isto no mundo. O fato de ter sido o negociador português do Tratado de Tordesilhas e de ter vindo com duas embarcações reconfirmar a validade de seus termos torna a sua viagem a verdadeira descoberta do Brasil.

E por que toda esta valorização de Pedro Álvares Cabral?

Por que a idéia das terras terem sido descobertas somente em 1500 por acaso por ter ele derivado muito para oeste antes de chegar ao cabo da Boas Esperança?

Nova pausa para descanso...

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Amanhã será melhor do que hoje porque hoje já é melhor do que ontem...

Quando entrei pela primeira vez numa redação de jornal ouvi uma frase que influenciou muito a minha vida e certamente determinou mudanças no comportamento de toda uma geração, na qual, você leitor deste blog, se inclui:

Good news is no news!

Numa interpretação mais livre isto queria dizer que se o jornal fosse escrito somente com as boas notícias não iria interessar a ninguém.

Daí a necessidade de esmiuçar os fatos e preferir sempre dar as notícias associadas às controvérsias. Ou seja, matérias na linha do “baba ovo” sempre seriam rejeitadas pelos leitores.

Mas, antes de escrever isto aqui dei uma pesquisada no Google e fui descobrir que a expressão nasceu com os seus termos invertidos:
No news is good news. Ou como diziam os franceses “pas de nouvelles, bonne nouvelles”.

Conceito que foi difundido pela primeira vez em 1615 com o rei James, da Inglaterra, dizendo que preferia não receber notícias do que receber notícias más.

Voltemos para as redações no século 20 e 21 e por seus produtos – notícias, reportagens, artigos – fica evidente que há um cuidado especial em evidenciar os perigos de fim de mundo que nos cercam. Isto fica claro em praticamente todas as coisas que estejam acontecendo.

Imagine uma pessoa influenciável, insegura, temerosa de tudo ao ler um jornal, revista ou assistir noticiários de TV. Claro que ao final do dia estará muito preocupado com o fim do mundo que estaria chegando à galope.

Na saúde os hospitais são insuficientes e cometem as maiores barbaridades com os clientes. Os médicos despreparados são carrascos ocultos, os medicamentos custam fortunas e são ineficazes.

Os laboratórios, assim como a maioria das empresas, não têm a honestidade como ponto forte: compram governos, inventam medicamentos inócuos e tornam-se cada vez mais ricos.

Mas, ao longo das décadas do século 20 a expectativa de vida só teve crescimento.

Se fossemos chamados a projetar como estaria a expectativa de vida do gênero humano e tivéssemos diante de nós apenas as notícias esparsas seríamos uns irresponsáveis se disséssemos que a expectativa de vida das pessoas estava crescendo.

Da mesma forma, diante das avaliações sobre o capitalismo e seus males, também não seria estranho dizermos que o regime do mundo iria provar em breve que a economia global estava entrando numa crise de onde seria muito difícil sair.

Os sistemas de transporte coletivos e pessoais estão também na iminência de um colapso e que será óbvio imaginar um mundo em que o recurso a ele seja o mais restrito possível, “para o bem de todos”.

Num jornal qualquer notícia questionando a iminência das catástrofes merece o apelido de matéria “chapa branca”, lembrando dos tempos já distantes quando somente os carros oficiais do governo recebiam chapas com fundo branco e números em preto.

E, portanto, de uma reportagem “chapa braça” só se poderia esperar interpretações distorcidas da realidade.

O publicamente aceito como certo são as matérias que anunciam maus momentos à frente.

O sagaz Ibraim Sued, em sua coluna de jornal fartava-se de repetir uma jóia do pensamento árabe:

Os cães ladram, a caravana passa...

Nesta década as matérias sobre a grande crise climática gerada pelo homem tornam politicamente incorreta qualquer contraposição relacionada à busca de outras causas para o aquecimento global. A culpa deve recais na desmedida ambição das indústrias e seus produtos provocadores do efeito estufa.

Quem acompanha e se pauta pelas notícias, artigos, livros, entrevistas, pronunciamentos de pessoas famosas só tem a esperar o fim do mundo em breve.

Como a população dos EUA, ao construir abrigos contra ataques nucleares nos anos 50 e 60 do século passado, esperava apenas o início da Terceira e inevitável Guerra Mundial para os próximos dias.

Estamos aqui, com expectativa de vida aumentada. Os abrigos contra ataques nucleares foram usados para outros fins como asseguro que serão usados para outros fins todas as antecipações das grandes tragédias aqui relacionadas.

Não é pelas virtudes individuais de dirigentes, mas pela preocupação biológica da espécie humana preservar-se.

Mesmo sem falar do mundo como um todo, onde as melhorias de vida continuam ocorrendo, o Brasil onde vivemos se torna melhor a cada dia. Coisa que nada tem a ver com o governo, que pelo contrário, com toda a força de sua ignorância sobre qualquer tema, apenas incentiva os cidadãos a se tornarem independentes do estado.

Se este texto fosse guardado numa cápsula e somente aberto daqui a 100 anos eu aposto que quem o lesse iria concordar muito com o que aqui foi dito.

E talvez o usasse para contrapor às projeções de catástrofes vigentes no ano de 2110!

sexta-feira, 2 de julho de 2010

PARA PENSAR NA PÓS-COPA:VOCÊ OU A SUA EMPRESA FAZEM ALGUMA DIFERENÇA?

Você saberia dar as respostas "certas" às perguntas abaixo?

• If your company closed its doors tomorrow, would your customers really care?
• Are your customers loyal to your company and its products?
• Do you provide your customers with a positive emotional experience?
• How does your product add value to your customers’ lives?
• Do your employees perform their jobs with designing for the customer in mind?
• Is your client base vulnerable to the competition?
• Do your customers consider your company their friend?

Pois bem, elas fazem parte de um livro excepcional : Você tem importância?

E são na opinião deste editor de Almanaque as primeiras perguntas que cada empreendedor deve se fazer diariamente.

Se você achar que as perguntas têm sentido peça mais detalhes sobre o livro.

terça-feira, 15 de junho de 2010

O que vamos fazer com tantos estádios se o futebol continuar assim? Uma ideia a considerar...




Não consegui uma boa ilustração juntando futebol, rei nu, e mudanças, mas achei que esta seria mais agradável...

Há um bom tempo fui um dos sete co-autores do livro “Futebol no Bolso”, muito elogiado na época por críticos, jornalista e por seus 10 mil compradores às vésperas da Copa do Mundo de 1966...

O livro justificava o “no Bolso” do título devido a seu formato e de expor, como num Almanaque, tudo o que se precisava saber sobre futebol .

Foi considerado por gente como o Stanislaw Ponte Preta ( Sérgio Porto) como o tira teima capaz de sanar qualquer discussão sobre futebol num país repleto de técnicos.

Por isto mesmo, sem ter dedicado depois disto um minuto da minha vida profissional ao futebol , ouso escrever este texto que poderá ser a primeira denúncia (ou a primeira percepção) de que o rei está nu.

O primeiro jogo do Brasil hoje vai ser na visão deste Almanaque um divisor de águas com profundas implicações para o seu bolso.

Se o futebol estiver ficando nu (como o rei do conto) , como a mim está parecendo ficar, a Copa da África vai ser de fato a primeira Copa Mundial da Pelada jogada por equipes de salto alto.

Uma porcaria, uma perda de tempo, uma perda de dinheiro, um sinal de fim de uma época.

Lembro a cada leitor que no início do século 20 os clubes de futebol do Rio de Janeiro eram originariamente clubes de regatas.

Regatas de barcos a remo.

Regatas que reuniam a coisa mais próxima das multidões nas margens da baía de Guanabara para assistir “renhidas competições” entre Vasco, Botafogo, Flamengo, São Cristóvão, Boqueirão do Passeio e mais uma dezena de clubes que decidiram expandir as suas atividades incorporando o futebol como um novo esporte para os seus torcedores.

Os jornais dedicaram mais e mais espaço gratuito ao novo esporte repleto de termos em inglês com keepers, backs, Center halfs , fouls , penalties e goals. Campos de futebol (fields) foram se transformando em estádios num movimento que ocorreu em centenas de países do mundo, sob comando da FIFA.

Pesquise num sebo e se por algum milagre encontrar um exemplar do Futebol no Bolso leia a história do esporte e comprove como ele passou por mudanças radicais nos primeiros 70 a 100 anos de existência.

Se nesta Copa da África prosseguir esta tragédia esportiva as novas mudanças podem nos doer no bolso muito mais do que as discussões sobre o futebol.

Se jogarmos bem hoje, coisa que considero às 9 horas da manhã no Rio, impossível não acontecer, vamos nos entusiasmar e alongarmos a nossa visão otimista quanto à nossa próxima Copa.

Se jogarmos a mesma porcaria que está sendo jogada por estes grupos de peladeiros até agora apresentados (menos Alemanha e menos espasmos da Holanda, etc, e etc.) vamos começar a pensar no desperdício de recursos para a Copa de 2014 no Brasil.

O sambódromo do Rio para ser construído por notórios desperdiçadores de dinheiros públicos justificou o dinheiro gasto para uso restrito a um carnaval por ano pela ocupação dos camarotes como colégio público durante o resto do ano.

Os novos estádios para a Copa no Brasil tenderão a continuar tão desertos quanto os velhos estádios de hoje durante os últimos campeonatos brasileiros.

Portanto ao escrever antes do jogo contra a Coreia do Norte ouso identificá-lo como o mais importante da nossa história do futebol.

Dele vai depender se teremos de adaptar estádios para outras atividades. Talvez os dotando de terminais em cada cadeira que permitam esportes serem jogados on line e ao vivo por todos os que pagarem ingressos.

E os jogadores passem a ser gladiadores virtuais, vampiros, ETs , sei lá.

Já pensou quando o público imitando os romanos do Coliseu decidir pela morte súbita dos frangueiros e eles de fato morrerem diante das torcidas retorcidas?

Cara, acho que já achamos a solução para o futebol no futuro, qualquer que seja o resultado do jogo de hoje...

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Desculpe pai, é bonito, mas não é verdade...

Para perceber como a vida é rápida só existe uma forma: viver.

Por mais que racionalmente possamos imaginar o futuro o simples fato dos dias se sucederem um a um nos leva a pensar que tudo ocorra muito lentamente.

Nada mais enganoso. 2010 já está bem distante, em termos humanos, da década em que nasci. Mas, para mim, parece que foi tudo muito recente.

Lembro de um soneto recitado de memória por meu pai quando eu ainda era um rapazola que ao mesmo tempo me entusiasmava e me assustava. Nele o autor, um padre, cearense como meu pai, cultuado como "o príncipe dos poetas cearenses", fazia a separação nítida do mundo dos jovens do mundo dos idosos.

Foi para mim um tremendo incentivo para que enfrentasse o mundo sem medo de perder tempo, pois o tempo era para os jovens a munição sempre disponível, que iria garantir meu poder de fogo durante um bom número de anos.

E estes anos na visão minha visão de rapazola durariam enquanto eu desejasse que perdurassem.

Mas o soneto, reproduzido a seguir reserva um fim de jornada nada otimista para o mesmo rapazola quando, por simples decurso de prazo, ele conte com mais anos adicionados à sua vida.

Ora, querido pai, peço licença para discordar do padre Antonio Thomaz e de você.

Eis o soneto:

CONTRASTE Antonio Thomaz Lourenço

“Quando partimos no verdor dos anos
Da vida pela estrada florescente,
As esperanças vão conosco à frente,
E vão ficando atrás os desenganos.

Rindo e cantando, céleres, ufanos,
Vamos marchando descuidosamente;
Eis que chega a velhice, de repente,
Desfazendo ilusões, matando enganos.

Então, nós enxergamos claramente
Como a existência é rápida e falaz,
E vemos que sucede, exatamente,

O contrário dos tempos de rapaz:
Os desenganos vão conosco à frente,
E as esperanças vão ficando atrás!”


Sempre que me lembrava do soneto ao longo da vida receava o momento em que a última estrofe me atingisse e morria de medo de me tornar um trator arrastando desenganos atrás de mim.

Confesso que a vida vivida por mim até hoje esteve e está sempre em ebulição e para meu profundo prazer declaro que as minhas esperanças continuam comigo à frente.

Ontem quando fiz uma palestra no evento DBM 20 anos e principalmente ao ouvir as palestras de meus colegas tive a certeza de que por mais tempo que tenha à frente há muito mais esperanças para levar comigo à frente do que desenganos para tornar tristes os meus dias.

Graças a Deus.

Graças a Deus, e também a meu pai e ao padre pela permanência num cantinho de minha memória deste soneto como um sinal de alerta vermelho.

Hoje eu o recomendo para assombrar criancinhas levando-as a enfrentar o mundo mais profissionalmente apesar de sua pouca idade...

É como aquele estandarte que os legionários romanos levavam nas marchas triunfais dos generais em suas marchas triunfais em Roma: Memento mori.

domingo, 30 de maio de 2010

Vou falar sobre os 20 anos do database marketing. Em cada perna...


O desafio que todo profissional tem hoje é falar sobre algum tema e se ver diante de outras pessoas que falam sobre o assunto com muito mais propriedade.


Se antes descobrir isto podia demorar anos, e até poderia jamais ser visto, agora o problema é imediato.


Diante do convite para ser um dos palestrantes do evento DBM 20 Anos em São Paulo procurei juntar o que aprendi, lembrar das minhas experiências - sucessos e insucessos - e tratei de montar a palestra.


Mas, nada hoje pode ser feito sem uma consulta cuidadosa via Google para ver se não estaria falando sobre alguma coisa tornada obsoleta durante o fim de semana.


Não foi o fim de semana, foi do ano passado para cá.


Trata-se do livro cuja capa está aqui - que já comprei na Amazon - e que deve chegar na semana que vem.


Já li alguns capítulos na Internet, vi que o livro tem quase 800 páginas e não deixa pedra sobre pedra nesta questão de database marketing.


Tudo o que eu sei, e garanto, tudo o que você sabe vai ficar muito mais sólido diante do que os autores dizem em seu livro.


Minha palestra continuará interessante pois estes autores não sabem da minha experiência no Brasil e em alguns outros países que acredito possa inspirar boas ideias.


Mas a ideia melhor será de imediato comprar o livro. Sai por uns 90 dólares e vai fazer de você a pessoa que vai saber mais sobre tudo o que interessa em database marketing.


Garanto.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Emprego X Trabalho Escravidão X Salário Speculateurs X Rentiers


O gênero humano, desde os primeiros passos planejados do homo sapiens na África rumo ao norte do continente (há uns 200 000 anos) produziu duas espécies de pessoas: as que pensam, criticam e tratam de mudar o que exista e as que preferem seguir as que fazem as mudanças.

Vilfredo Pareto (1848-1923) tornou o seu nome universalmente reconhecido ao escrever um trabalho sobre a distribuição da renda entre as pessoas em que concluiu que 20% das pessoas acumulavam 80 das riquezas.

Ele originou a Lei dos 80/20 aplicada com sucesso a várias outras áreas, inclusive na área de negócios - pois as empresas obtêm 80% de seus lucros de 20% dos seus clientes.

Uma afirmativa repetida em todos os cursos de marketing desde que o tema foi abordado no século passado...

Pareto também, com o seu empenho de toda a vida de transformar a sociologia numa ciência dividiu a humanidade em speculateurs e rentiers.

Sendo os speculateurs os que ousavam mudar o mundo à sua volta e os rentiers os que “alugavam” o mundo tal como estava antes de passar pelas mudanças propostas e implantadas pelos primeiros.

Se num passe de mágica todos se tornassem speculateurs por um ano que fosse estaria automaticamente instalado o caos.

Todos inconformados com o status quo, todos tratando de fazer mudanças, algo que exige muito tempo e muita dedicação; todos abandonando os seus afazeres habituais para terem tempo de promover as mudanças pensadas.

Também, com sinais trocados, se todos se tornassem rentiers teríamos outro caos, mais danoso para a humanidade. O absoluto conformismo, a filosofia do “deixa como está para ver como é que fica” iria promover a esclerose da raça humana, algo de que tivemos uma antevisão limitada em sociedades totalitárias no século 20.

Nelas o impulso pela evolução nacional quase se anulou, por exemplo, na RDA lado a lado com a Alemanha Federal. A diferença entre as duas foi o direito de discordar e de não fazer somente o que os dirigentes deixavam fazer.

O tema desta postagem decorreu de matéria na CBN destacando a necessidade de garantir o emprego para menores carentes ao atingirem a maioridade.

E os propositores da garantia de emprego paravam por aí.

Achei isto errado e espero que você compartilhe de minha visão.

Para tratar do assunto, num mergulho no universo das idéias, procurei chegar ao que realmente é essencial para a sociedade.

Dentre várias alternativas consideradas fixei-me numa em especial: assegurar de que a cada momento haja gente suficiente e hígida para permitir o prosseguimento da sua vida e de sua evolução diante dos outros grupos humanos.

Ao chegar a esta definição simplista vi uma grande (e incômoda) afinidade com os objetivos de um time de futebol de várzea.

Mas, fiquei mais tranquilo quando me assegurei de que poderia ser aplicada com a mesma segurança também a uma cidadezinha do interior, a um estado, a um país ou ao mundo inteiro.

Arnold Toynbee (1889-1975) escreveu uma obra prima sobre as razões do nascimento e decadência de 26 civilizações ao longo da história. Esta obra em 12 volumes foi Um Estudo de História em que ele comprova que a ascensão e queda de todas elas se deu – de dava e se dará – em função da capacidade do grupo enfrentar e superar desafios de toda a espécie.

Ao superar estes desafios (que somente ao serem superados se comprovam superáveis) decorrentes da natureza, da cobiça dos vizinhos, das pragas gente reunida numa região passou a ser reconhecida como civilizações.

A sua queda ocorre quando os seus dirigentes não conseguem diagnosticar novos desafios, ou quando diagnosticam não conseguem superá-los, deixando de combatê-los.

E então suas civilizações são destruídas ou absorvidas.

Tanto nas civilizações (grupamentos humanos) que enfrentam e superam desafios quanto nas que são destruídas por não serem capazes de superá-los, as decisões, ao contrário do que possa parecer, quando nos referimos a elas como “os gregos”, “os babilônios”, “os astecas”, foram... de speculateurs em cada uma delas.

O grupo em geral, o povo, de rentiers ficou à espera que “alguém resolvesse o problema”.

Alguns destes speculateurs tiveram os seus nomes conhecidos – como os gregos do 5º século antes de Cristo. Mas, a maioria deles permaneceu completamente desconhecida. Foram chineses, astecas, incas, africanos que não contavam com registros no momento em que tomavam as suas decisões.

Suas decisões não foram registradas “jornalisticamente” quando ocorreram e por isto jamais passaram para a história.

Em nosso mundo brasileiro de 192 milhões de habitantes em 2010 vivemos numa vasta área de terras que parece quase despovoada se a olharmos de uns 80 quilômetros de altitude.

Olhando para baixo, ou em fotos espaciais, vemos grandes manchas verdes, e amareladas e uns poucos indícios de desenho diferente nas grandes cidades. Basta mergulhar no Google Earth e rapidamente você só vai perceber que existe gente quando se aproxima muito da Terra.

O mais chocante é que se o Google Earth já existisse há 200 anos, ou há 2 000 anos, e até há 20 000 anos você teria de prestar muita atenção ao sobrepor imagens para perceber as mudanças ocorridas nas terras do Brasil se estivesse a uns 80 quilômetros de altura.

Todas as mudanças que vieram ocorrendo aqui embaixo foram feitas pelos speculateurs durante as suas vidas.

Surgiram cidades, grandes área plantadas, mudanças no contorno do litoral. Quem propôs e conduziu as mudanças foram as pessoas desassossegadas a quem são devidos todos os elogios e todas as recriminações.

Hoje, no ano 2010, há um grande incentivo para que os jovens não se conformem com o status quo.

Tudo que era o mais certo no início do século 20 não é mais tão certo no início do século 21, e há um campo imenso para promover mudanças.

As mais visíveis são as relacionadas ao comportamento humano em relação às demais pessoas.

A arte, em todas as suas manifestações, faz a espécie humana tornar-se igual a Deus, ao fazer coisas que literalmente endeusam os criadores com toda a justiça.

As artes interativas vão dominar a imaginação das próximas gerações, desde que elas não sejam patrulhadas em sua flama de mudanças.

A questão psicológica ou sobre a alma e forma das pessoas se darem conta (ou não) de sua importância abre perspectivas entusiasmantes para todas as pessoas. Como nunca antes na história da evolução dos seres humanos.

Não existem hoje, em 2010, barreiras instransponíveis.

O desafio é que daqui em diante nem o que chamamos hoje de barreiras irão existir.

O que fazer diante desta tela branca e todas as tintas que estarão a nossa disposição?

Daí a minha reação contrária à proposta do entrevistado da CBN que desejava demonstrar que a grande função de sua organização era a de garantir um emprego aos jovens por ela assistidos.

Na minha visão fazer isto com o mundo de oportunidades aberto a todos será o equivalente a ensinar pessoas a serem os melhores escravos ou a de tornar todos os possíveis speculateurs em comportados rentiers.

Proponho que cada um de nós adote como programa operacional transformar a todos – em especial, os jovens – em gente sem resistência às mudanças e preparar a todos para fazer estas mudanças o quanto antes.

Devo confessar que estou com certa pressa e não terei tempo para esperar pelo fim do século 21 para conviver com estas mudanças geniais que estão delineadas diante de nossos olhos.