quarta-feira, 21 de julho de 2010

Amanhã será melhor do que hoje porque hoje já é melhor do que ontem...

Quando entrei pela primeira vez numa redação de jornal ouvi uma frase que influenciou muito a minha vida e certamente determinou mudanças no comportamento de toda uma geração, na qual, você leitor deste blog, se inclui:

Good news is no news!

Numa interpretação mais livre isto queria dizer que se o jornal fosse escrito somente com as boas notícias não iria interessar a ninguém.

Daí a necessidade de esmiuçar os fatos e preferir sempre dar as notícias associadas às controvérsias. Ou seja, matérias na linha do “baba ovo” sempre seriam rejeitadas pelos leitores.

Mas, antes de escrever isto aqui dei uma pesquisada no Google e fui descobrir que a expressão nasceu com os seus termos invertidos:
No news is good news. Ou como diziam os franceses “pas de nouvelles, bonne nouvelles”.

Conceito que foi difundido pela primeira vez em 1615 com o rei James, da Inglaterra, dizendo que preferia não receber notícias do que receber notícias más.

Voltemos para as redações no século 20 e 21 e por seus produtos – notícias, reportagens, artigos – fica evidente que há um cuidado especial em evidenciar os perigos de fim de mundo que nos cercam. Isto fica claro em praticamente todas as coisas que estejam acontecendo.

Imagine uma pessoa influenciável, insegura, temerosa de tudo ao ler um jornal, revista ou assistir noticiários de TV. Claro que ao final do dia estará muito preocupado com o fim do mundo que estaria chegando à galope.

Na saúde os hospitais são insuficientes e cometem as maiores barbaridades com os clientes. Os médicos despreparados são carrascos ocultos, os medicamentos custam fortunas e são ineficazes.

Os laboratórios, assim como a maioria das empresas, não têm a honestidade como ponto forte: compram governos, inventam medicamentos inócuos e tornam-se cada vez mais ricos.

Mas, ao longo das décadas do século 20 a expectativa de vida só teve crescimento.

Se fossemos chamados a projetar como estaria a expectativa de vida do gênero humano e tivéssemos diante de nós apenas as notícias esparsas seríamos uns irresponsáveis se disséssemos que a expectativa de vida das pessoas estava crescendo.

Da mesma forma, diante das avaliações sobre o capitalismo e seus males, também não seria estranho dizermos que o regime do mundo iria provar em breve que a economia global estava entrando numa crise de onde seria muito difícil sair.

Os sistemas de transporte coletivos e pessoais estão também na iminência de um colapso e que será óbvio imaginar um mundo em que o recurso a ele seja o mais restrito possível, “para o bem de todos”.

Num jornal qualquer notícia questionando a iminência das catástrofes merece o apelido de matéria “chapa branca”, lembrando dos tempos já distantes quando somente os carros oficiais do governo recebiam chapas com fundo branco e números em preto.

E, portanto, de uma reportagem “chapa braça” só se poderia esperar interpretações distorcidas da realidade.

O publicamente aceito como certo são as matérias que anunciam maus momentos à frente.

O sagaz Ibraim Sued, em sua coluna de jornal fartava-se de repetir uma jóia do pensamento árabe:

Os cães ladram, a caravana passa...

Nesta década as matérias sobre a grande crise climática gerada pelo homem tornam politicamente incorreta qualquer contraposição relacionada à busca de outras causas para o aquecimento global. A culpa deve recais na desmedida ambição das indústrias e seus produtos provocadores do efeito estufa.

Quem acompanha e se pauta pelas notícias, artigos, livros, entrevistas, pronunciamentos de pessoas famosas só tem a esperar o fim do mundo em breve.

Como a população dos EUA, ao construir abrigos contra ataques nucleares nos anos 50 e 60 do século passado, esperava apenas o início da Terceira e inevitável Guerra Mundial para os próximos dias.

Estamos aqui, com expectativa de vida aumentada. Os abrigos contra ataques nucleares foram usados para outros fins como asseguro que serão usados para outros fins todas as antecipações das grandes tragédias aqui relacionadas.

Não é pelas virtudes individuais de dirigentes, mas pela preocupação biológica da espécie humana preservar-se.

Mesmo sem falar do mundo como um todo, onde as melhorias de vida continuam ocorrendo, o Brasil onde vivemos se torna melhor a cada dia. Coisa que nada tem a ver com o governo, que pelo contrário, com toda a força de sua ignorância sobre qualquer tema, apenas incentiva os cidadãos a se tornarem independentes do estado.

Se este texto fosse guardado numa cápsula e somente aberto daqui a 100 anos eu aposto que quem o lesse iria concordar muito com o que aqui foi dito.

E talvez o usasse para contrapor às projeções de catástrofes vigentes no ano de 2110!

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