terça-feira, 10 de junho de 2008

Para que serve este Almanaque?

Almanaques existiram antes dos livros, por que eram informações relevantes e em sua maior parte indisponíveis.

Onde um babilônico poderia saber qual o astro a ser considerado no seu horóscopo? Ou como um marinheiro poderia saber se naquela época do ano seu barco não iria encalhar na maré baixa de um determinado porto?

Daí, bem simplificadamente, a justificativa dos Almanaques como publicações essenciais para as pessoas interessadas nos temas tratados por eles.

Quando comecei a trabalhar em comunicação com o mercado na JWT, vindo da redação de um jornal, o que mais me cativou foi a diversidade dos negócios dos clientes a serem atendidos por mim: desde a Ford, aos pneus Firestone; da Verolme que fazia navios à Panam que fazia transporte aéreo.

Havia a CBV que no Rio, em Bonsucesso, fabricava "árvores de natal" os registros combinados entre si para serem aparafusados na boca dos poços de petróleo para que os derramamentos não ocorressem e o óleo entrasse nos canos certos do lado de fora.

É claro que jamais o redator encarregado de fazer os públicos selecionados pelo cliente valorizarem os seus produtos poderia saber mais sobre um assunto do que a pessoa no cliente que tratava daquele assunto.

Mas, do conjunto das informações aleatórias sobre tantos temas acaba surgindo um conhecimento maior sobre muitas coisas. E cada vez mais coisas.

Coisas de almanaque.

E até "cultura de almanaque", um conceito associado a coisa de gente mal formada, mas muito exibida e vocal, tendendo a tornar enfadonha qualquer conversa em que exiba os seus conhecimentos pela rama.

Depois da JWT em tudo mais a que me dediquei fui juntando mais conhecimentos aleatórios e constatei como eram úteis para ajudar a achar as melhores idéias para desenvolver textos geradores de vendas.

USP, é a Unique Selling Proposition, uma coisa semelhante ao Santo Graal.

E isto quando surge de um combinado de pesquisa e inspiração criativa torna produtos e serviços queridinhos dos seus consumidores, que passam a repetir como num mantra as "verdades" definidas pelos criativos.

Não é desonestidade do criativo, é a pura verdade bem dita.

O Almanaque do Pio que você lê agora tem em seu DNA a aspiração de construir pouco a pouco um conjunto de "verdades", e portanto de informações confiáveis para dotar o profissional - de comunicação, de mercado, o político, o estudante - da base para elaborar seus conceitos com mais eficiência.

Entre num shopping, num supermercado, numa rua de comércio observe as pessoas com sacolas e olhar atento aos produtos expostos.

Num determinado momento há a deflagração de uma centelha que as leva a separar-se de seu dinheiro e trocá-lo por um embrulho.

É algo muito parecido com os sacrifícios que nas religiões primitivas os crentes faziam aos vários deuses para obter a sua proteção.

E a cada sacrifício que faziam os crentes se sentiam mais garantidos pelo deus de plantão.

A leitura destes sacrifícios hoje proposta por mim é buscar esta veia sensível na comunicação. Claro que sem contar a mágica por trás das palavras usadas ou da visualização das imagens.

É quase uma covardia usar as modelos "divinas" para expor produtos que se quer vender.

Elas, bem usadas, assumem o papel de imagens a serem consideradas quase santas. E conseguem comunicar esta santidade aos produtos e serviços a elas vinculados.

Pois bem, vou parar por aqui, por enquanto.

O sentido deste Almanaque é colocar este tipo de idéia diante de você leitor amigo para discussão e posterior definição do que seja realmente uma verdade a ser seguida.

Conto com você.

4 comentários:

Octavio Moreira Lima disse...

Pio, celebro aqui essa nova forma de convivência com seu conhecimento e personalidade absolutamente únicos. Já tinha o privilégio - insubstituível - de nossas prosas ao vivo, agora o tenho também "nas nuvens", como disse o Steve Jobs na 2ª feira. Que fique registrada a minha presença na lista do seu blog-aula.

Joao Marcos disse...

Grande Pio. Grande Blog!!! Grande iniciativa. Já está no meu "favoritos".

railer disse...

essa 'sacralização das marcas' é que a faz as pessoas se sentirem melhores que as outras quando estão utilizando determinado produto. e os shoppings são os novos templos que abrigam esses adoradores.

Alice Salles disse...

"USP, é a Unique Selling Proposition, uma coisa semelhante ao Santo Graal."

UAU.


Por isso aparecerei por aqui muito mais vezes!