quinta-feira, 14 de maio de 2009

Espanha inventa o teletrabalho, eu acho que vai dar certo

A Gazeta Mercantil de ontem publicou uma matéria com o título Trabalho à distância ajuda a atrair talentos.

Acho genial num momento do mundo em que as pessoas interconectadas poderiam tanto estar reunidas em salas de escritórios quanto ficar diante de seus computadores em suas casas fazendo exatamente as mesmas coisas, pelo menos na maior parte do seus dias.

A Espanha - e talvez não seja por coincidência - está vivendo a maior crise de emprego de sua história, o que seria um incentivo para ter mais teletrabalhadores do que trabalhadores formais com todas as despesas adicionais decorrentes nos escritórios , desde o cafezinho, às instalações físicas.

O risco do teletrabalhador é que a Lei do Menor Esforço jamais será revogada e trabalhadores não monitorados de forma consistente tenderão a relaxar.

Da forma como fazem os alunos, por melhores que sejam, quando o professor não lhes passa trabalhos que "valem nota".

Se não vale nota, não vale o esforço.

Agências de comunicação - até por sua tradição de contratar free lancers, anos antes de se imaginar teletrabalhadores - são o tipo de organização onde este processo pode começar a sério no Brasil.

Acho que falta um curso para ajudar os empregadores e os empregados a entenderem como fazer isto.

Alguém topa ?

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Para você pensar, e talvez, repensar um pouco sobre este novo momento da comunicação

Neste nosso negócio de comunicação vivemos todos os dias o problema de obter da parte dos clientes e dos clientes de nossos clientes novas percepções da realidade.

Coisas mais antigas, como fazer as pessoas perceberem que o cartão de crédito estava inventado, que aquele cartão substituía dinheiro vivo, que com aquela identificação você podia viajar pelo mundo sem ter de levar a moeda local, ou converter a moeda que levasse no bolso a cada compra, etc. tudo isto mudou o relacionamento das pessoas com o seu dinheiro.

Se há 50 anos não havia a percepção das vantagens do cartão, pouco a pouco chegamos aos 200 milhões de cartões de crédito hoje existentes no Brasil, sem falar dos 400 milhões de cartões de estabelecimentos.

Nós, publicitários e marqueteiros mudamos a percepção da realidade. Não usar um cartão de crédito hoje em dia é algo impensável da parte de todos em condições de ter um.

Mais recentemente a Internet, o computador, a banda larga, o blackberry, todos geraram o nosso empenho em mudar a percepção da realidade de todos e a isto temos dedicado grande parte de nosso talento.

Os antenados são de forma bem simplista aqueles que mais rapidamente adotam e se beneficiam das novidades continuamente introduzidas em nosso meio.

O autor deste texto há muitos anos está envolvido no processo de mudar a percepção das pessoas pela técnica de convencimento com o uso de palavras.

E uma questão recorrente desde o meu primeiro texto tem sido a extensão que estes textos deveriam ter.

A dúvida quanto ao que seja melhor: texto longo ou texto curto para convencer a alguém a ter uma nova percepção sempre aparece e sempre irá aparecer.

Um indiano – cuja sabedoria passou a estar mais na moda entre nós com o apoio da Globo - disse uma vez numa reunião internacional de que participei que o texto devia ser como o cordão para fechar um pacote. Nem curto demais fazendo com que ele se desmanchasse, nem grande demais tornando o pacote feio, exageradamente amarrado, num incentivo para que o pacote não fosse aberto.

Achei ótimo e discretamente penso no indiano cada vez que escrevo um texto para convencer pessoas a terem novas percepções.

Agora vou pedir a sua atenção para um link The Motley Fool [Fool@foolsubs.com] em que – no mundo de hoje do século XXI, em plena crise mundial – você vai se deparar com o cordão mais comprido que terá visto em sua vida.

Detalhe, o pacotão amarrado por este cordão quilométrico é um e-mail que se fosse impresso chegaria a mais de 30 páginas, sem que você use os links deles e fique talvez uma manhã inteira nele, ESTÁ DANDO CERTO.

Como eu sei que está dando certo? Porque tem sido repetido e aprimorado a cada nova semana. É a minha percepção depurada já há mais de 12 meses de recebimento contínuo de e-mails deles todas as semanas.

Texto IMENSO dá certo, quando é bem feito!

Mas a propósito desta minha percepção quero compartilhar com você um cuidado.
Por sua própria percepção, ao longo de toda a sua vida, ao acordar todos os dias e ao ir para a cama todas as noites você percebeu que a Terra está girando em torno de seu eixo?

Ou você como eu e os demais habitantes deste planeta percebe “com absoluta segurança” que o sol nasce e o sol se põe enquanto você fica parado em sua cidade imóvel?

terça-feira, 5 de maio de 2009

Parece que foi hontem. Ou não ?

Há 47 anos , em 1962, nesta data Teresinha e eu nos casamos. Tínhamos 21 anos, tivemos três filhos, perdemos um deles e temos dois netos, filhos da Patrícia, a filha mais velha.
Ao longo destes anos em paralelo às nossas vidas pessoais a História manteve a sua programação variada no Brasil e no resto do mundo.
Participei de alguns destes momentos ao vivo e a cores. Minha atividade de jornalista - com registro no Ministério do Trabalho em 1960, dois anos antes de casar - me deu o privilégio de testemunhar pelo menos até 1971 a história do Brasil de uma primeira fila.
Conheci presidentes, bandidos, intelectuais, cientistas e os entrevistei como repórter jovem, mas apoiado pelos meus sobrenomes jornalísticos - do Diário de Notícias, do Estado de S. Paulo, de Seleções.
Em Seleções, contratado aos 23 anos como talvez o mais jovem editor de livros da organização comecei a aprender sobre marketing direto e tive a sorte de obter estes novos conhecimentos na mais bem sucedida, mais honesta, mais consistente fonte existente sobre esta arte de envolver as pessoas neste planeta.
Esta feliz união de jornalismo, com marketing direto, com Seleções, com o meu grau de bacharel em direito, e por uma porção de iniciativas educacionais e profissionais determinou o ritmo da vida do casal; nossos ganhos e nossas perdas.
Casamentos com 47 anos de duração, (uma vez que os nubentes continuem vivos...) são a norma, e não a exceção como as pessoas tendem a achar quando falo do nosso número de anos de casados.
Os casamentos rompidos - hoje segundo o IBGE, a minha fonte - um a cada cinco, não constitituem um número assustador.
O que é assustadora é a tendência meio envergonhada de muitas pessoas verem casamentos longos assim como o fruto da falta de imaginação do casal.
Será que estes dois não tem imaginação? Será que são tão cabeças duras que não se permitiram mudar de ideia durante todos estes anos?
Marqueteiramente e jornalisticamente decidi esclarecer esta dúvida e me permiti aqui, sem consultar a Teresinha, oferecer a nossa receita simples para se viver juntos por pelo menos 47 anos:

1. É preciso amar um ao outro e vice-versa de verdade. Embora esta história de amor deva ser a coisa mais difícil de se definir. Amor não é um software comprado numa loja facilmente operado por qualquer um.

2. Amor não é adoração do outro, ao contrário, é feito de profundas discordâncias, discussões acerbas, diferentes pontos de vista, mas tendo por base a disposição cordialmente "democrática" de respeitar o que esteja sendo dito pela outra parte.

3. Evitar, por isto mesmo, que uma noite se passe diante de qualquer discordância (menor ou maior) pois o processo de sucessivas discordâncias adormecidas leva sem muita dificuldade à incompatibilidade pessoal genérica.

4. Incorporar à vida familiar - honestamente, sem ter de demonstrar isto a ninguém - o respeito aos demais habitantes da terra, a começar pelos filhos, parentes, amigos, conhecidos, gente de que gostamos muito e até das pessoas de que não gostamos nada.
Isto dá um sentido de harmonização à vida. Não se pode ser feliz sozinho, como diz a letra da música. Quem discorde por princípio, e quem discorda raivosamente, tem sérios problemas. Não se tem condição de navegar com tranquilidade, pois cada vento, cada onda deixam de ser fatos da vida para se tornarem problemas difíceis de enfrentar todos os dias.
Esta visão conturbada e distorcida de fatos do dia-a-dia gera o stress fatal para a harmonia pessoal e conjugal.

5. A questão sexual não pode, nesta ótica, ser questão sexual. É a oportunidade única e excepcional do casal gozar profundamente a máxima reação animal com a mais sofisticada racionalidade reservada por Deus somente aos exemplares de nossa espécie. Não é de se estranhar que uns espertalhões façam da busca do prazer sexual uma religião, o potencial de seguidores é infinito.

6. Fé religiosa é um outro ingrediente da receita para o casamento prazeroso por 47anos. Teresinha a tem num grau de intimidade que me fascina, que impõe o meu respeito e me inibe de questionar conceitos racionalmente repletos de incoerências que no entanto ensejam aos fiéis a uma coerência amorosa que se irradia por tudo a seu redor. Sempre que seja honesta na sua manifestação.

7. Honestidade é uma palavra complicada também. Os positivistas, um grupo que influenciou tanto a nossa vida de brasileiros a ponto de conseguir colocar o "Ordem e Progresso" na bandeira, tinham outras "verdades" trasmitidas com fervor religioso a seus seguidores. Uma delas é o "viver às claras". Não me parece que seguiam suas regras com muito empenho - havia um grande quebra pau entre os seus seguidores - mas na minha visão de jornalista (observador, neutro, externo) a honestidade no casamento de 47 anos deve ter no "viver às claras" a sua definição.
Fico meio assustado ao me ver agora concordando com estes cidadãos hoje praticamente desaparecidos, pois me veio à cabeça concordar com a sua frase completa resumida na bandeira: O Amor por princípio, a Ordem por meio e o Progresso por fim". Isto faz os casamentos durarem 47 anos.

8. Tivemos durante os nossos 47 anos de casamento momentos de maior riqueza e de grandes dificuldades financeiras, em que a minha culpa operacional poderia invalidar todas as parcerias econômicas essenciais para a preservação do casamento. Mas, acredito eu que a certeza da honorabilidade do que fiz sem necessidade de um convencimento de qualquer espécie assegurou a Teresinha que estávamos agindo bem e que merecíamos o apoio mútuo para superarmos os momentos duros. E o fizemos.

9. A perda do Guilherme depois de Teresinha ter doado a ele um rim, e da sua irmã ter repetido o gesto quando não foi possível a cura foi um choque emocional de proporções inimagináveis. Mas a forma de convivermos com a perda nos fortaleceu como família. Somos muito emocionais, meio infantís até. O que nos arrasou também nos fortaleceu, ao valorizarmos os anos de amor manifestado com tanta naturalidade e profusão entre nós.

10. Tudo vem convergir acho eu no amor às ideias e a busca contínua de novas coisas e atividades a desenvolver. O Roberto, o filho mais jovem, faz isto todos os dias. Vemos nele um fruto do melting pot construído por nós meio ao acaso.A condição humana depurada ao longo de nossos 47 anos de convivência nos leva a buscar , a identificar e valorizar com muito entusiasmo todos os momentos de felicidade desejados por todos. Hoje em especial.


Quero tornar bem claro que enuncio estas dez regras sem qualquer pretensão de vê-las adotadas urbi et orbi como algo melhor do que os conselhos sentimentais, ou astrológicos, ou de qualquer outra espécie oferecidos pelos coleguinhas jornalistas em suas publicações.

Trata-se apenas de uma necessidade de usar este Almanaque do Pio como almanaque mesmo para compartilhar algumas dicas, dentre as quais você leitor talvez possa escolher uma ou outra como válidas para o seu projeto conjugal.

Detalhe, Teresinha não viu este texto e é bem capaz de que brigue comigo por ter eu ousado dizer aqui as coisas que disse...

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Inove um pouquinho todos os dias, em um ano você estará com uma vantagem imensa em relação aos concorrentes

Estou me preparando para enviar um e-mail na seguinte linha para um novo prospect:

José, conforme sua autorização prévia para este serviço, esta semana que se inicia agora será excepcional para a sua realização financeira.
Chegou a hora de você trocar o seu carro, o Vectra modelo x com XXXXX quilômetros rodados por uma Zafira, prata com 10 000 km rodados exatamente nas condições que você sempre desejou.
O carro (veja a foto) está no revendedor XX, próximo a sua casa, e o vendedor Joaquim Lemos, já tem em mãos todos os dados para oferecer a você este carro por apenas 9999 reais por mês (total de xx meses) com os seguintes acessórios e componentes.
Ao longo destes últimos meses você buscou estas informações na sua navegação pela Internet e demonstrou todo o interesse em saber como cada um destes ítens funcionava na prática.
No seu banco você tem os recursos necessários para fechar a sua compra até agora acessando ccccc@bbbbb.com ou pelo telefone do Joaquim.


Vou parar por aqui, mas esta apresentação pode e deve ser muito mais fascinante para quem a receba, principalmente porque ela será UM SERVIÇO grátis oferecido por seu provedor.
Pense em alguma oferta e varra a Internet para saber se já poderá criar algum novo negócio. Garanto que vai ser um bom começo

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

O que está acontecendo é bom ou ruim?

Durante um bom tempo este blog não recebeu novas postagens.

Tudo o que aconteceu neste ínterim é muito importante e terá repercussões importantes sobre o que vou postar nos próximos meses.

Você com certeza não sabe que está no Brasil a organização que ocupa o 2º lugar no e-commerce do mundo. É a B2W proprietária da Americanas, Shoptime, Submarino.

Diante deste fato, antes das novas postagens, você já pode imaginar a minha resposta:

2009 vai ser muito bom para os marqueteiros capazes de ousar, dedicados ao trabalho com afinco.

Lembre apenas que o maior do mundo é a Amazon que atende a toda a Terra.

O segundo lugar, brasileiro, atende apenas ao Brasil.

Por enquanto, imagino...

Vou falar sobre ROI - Novos Tempos exigem mais atenção aos números!!!

No dia 10 de fevereiro vou ser um dos palestrantes no evento da ABA Rio sobre ROI.

Fui convidado em dezembro e de lá para cá, dia 14 de janeiro, o tema se tornou mais crítico a cada dia.

Mas é preciso ter alguns cuidados: se antes não falavamos sobre ROI em comunicação é difícil passar-se a analisar tudo com o olhar de um auditor empedernido.

Vou pedir a atenção para os detalhes que realmente importam.

No meu livro sobre os 7 pecados do Marketing Direto listo a indisposição de fazer contas como um dos 7 e um dos mais graves.

Minha palestra será a primeira num dia em que gente muito boa vai falar sobre ROI como nunca antes foi falado num ambiente de comunicação.

Você tem algo a sugerir?

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Quadrivia, ou como ter meios para convencer as outras pessoas

Profissionais dedicados à comunicação de marketing direto sempre estão diante do desafio de usar palavras e argumentos para levar quem seja atingido pelas mensagens a reagir conforme o desejado.

Num momento como o vivido no Brasil (e também nos Estados Unidos) de disputa eleitoral entre vários candidatos a capacidade de usar as palavras e os conceitos mais certos ganha contornos dramáticos.

Frequentemente a realidade derruba teorias, e promove mudanças inesperadas para organizações que tinham como certas a sua vitória e a derrota dos opositores.

A seleção entre candidatos é usada aqui para dramatizar de forma mais visível - pois a eleição é feita num tempo certo e é por todos observada - o desafio diário dos profissionais conseguirem que os produtos ou os serviços por eles anunciados sejam eleitos por seus consumidores.

O que leva alguém a preferir alguma coisa em detrimento de outra coisa semelhante apresentada no mesmo contexto?

Se fosse apenas a capacidade de reunir e difundir a maior quantidade de argumentos lógicos em relação a qualquer coisa estaríamos deixando de lado uma das características mais importantes do ser humano: a impossibilidade de que ele seja direcionado por um racicínio sequencial, semelhante ao sistema de produção numa linha de montagem.

Uma das mais importantes funções do cérebro, da memória, não é a de lembrar-se, mas a de esquecer seletivamente dados, informações, experiências em favor da busca de emoções e sentimentos.

Neste documento inicial sobre a relação da quadrivia com a capacidade de convencer o consumidor do século XXI haveria condições de buscar referências que endossam muitas das afirmações feitas aqui, mas ao fazer isto tornaria - na minha visão - este texto mais pesado. Meu objetivo é o de levar você a pensar e (se achar que deva) pesquisar a sua adequação diante de suas próprias observações da realidade.

As emoções são uma característica exclusiva da espécie humana. Os homens são os únicos animais que riem. Que são capazes de decodificar uma mensagem recebida e rir do que recebeu por que ao examiná-la em meio a todas as suas lembranças aquilo ser percebido como motivo de riso.

O riso é a crítica mais imparcial do homem diante da realidade. Nós nos rimos quando percebemos a partir de nossas experiências e memórias que o que ouvimos não nos ameaça e ao contrário nos valoriza diante da situação risível.

A comédia de pastelão em que alguém bem vestido recebe inesperadamente uma torta na cara nos diverte pois dentre outras coisas quem recebe a torta na cara não somos nós. Mas alguém que no fundo de nossa análise mereceria esta lição de humildade.

O riso é um processo que tem efeitos importantes sobre o organismo. Coloca a pessoa num modo receptivo, desejoso de continuar a viver experiências semelhantes, e até a "morrer de rir" se colocada diante de um comediante preparado para levar as pessoas a este estado tão desejado.

Num estudo das necessidades humanas cheguei à conclusão que há nove fatores determinantes para nos levar a comprar alguma coisa. São eles:

Ganhar Dinheiro
Economizar Dinheiro
Economizar Tempo e Trabalho
Ajudar a Família
Sentir-se Seguro
Impressionar os outros
Ter prazer
Aprimorar-se
Pertencer a um Grupo

Em todas estas necessidades há espaço para o riso. O riso diante da constatação de que a "torta" está sendo lançada na cara de outra pessoa.

Longe de mim simplificar todo o processo de convencimento pessoal reduzindo a comunicação a algo que produza o riso. Mas não tenho dúvidas de que todo o processo de comunicação tem de levar a pessoa atingida por ele a sentir o alívio de não estar sendo atingido pelas "tortas" lançadas ao ar.

Volto ao tema mais adiante.