quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Veja Bem!...




Você está VENDO uma linha diagonal que só existe em seu cérebro. Esta "falha" aparente está em todos os nossos sentidos. O cinema, por exemplo, é a sucessão de imagens paradas, vistas rapidamente sem nos darmos conta disto...





Veja Bem!...


O nosso sentido mais ativo, pois começa a funcionar quando acordamos e só entra em repouso quando dormimos, não funciona como um robô com a função única de nos mostrar o mundo à nossa volta.

A visão - que sempre queremos ter nítida e precisa - vai além do que o olho enxerga.

Sabemos que o nosso instrumento óptico captura as imagens e as envia invertidas para o cérebro que além de nos permitir interpretá-las não invertidas já começa a fazer uma espécie de photoshop nelas.


A ilustração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul demonstra como as informações captadas pelos sentidos chegam ao cérebro. E o cérebro comanda as nossas reações,

Diante da imagem da abertura não há quem não enxergue uma linha diagonal separando as barras horizontais.

Na verdade esta linha é colocada ali pela lógica da visão. E não adianta não querer aceitá-la , pois é impossível racionalmente não querermos ver a linha diagonal. Ela é tecnicamente um contorno cognitivo. Uma linha imaginada e visualizada por nós, mesmo não existindo.

A visão é um sentido mais valorizado do que o tato, ou olfato, daí o choque ao constatarmos uma “falha” tão evidente nele. Mas, ilusões ocorrem em todos os outros sentidos isoladamente ou em conjunto nos levando a ter ilusões de percepção muito mais chocantes do que uma curiosa ilusão de óptica.

Errar é humano, já era um dito dos romanos que através do Direito Romano influenciaram a todos os povos da Europa na construção de suas leis.

As Leis por mais dedicadas à prevenção de todos os crimes e delitos sempre deixam espaços para a introdução de “ilusões de justiça” .

Os advogados dedicam-se a encontrar estas brechas legais e buscam criar a imagem mais favorável a seus clientes na interpretação das leis.

O crime pode parecer indefensável, mas sempre é possível apresentar argumentos que tornam as penas aplicadas a quem os comete mais leves.

Se admitimos a nossa falha evidente diante do que vemos com os próprios olhos, não mantemos esta atitude humilde em relação a outras falhas.


Admitimos que as ilusões de óptica nos levam a ver o que não existe. Mas, não admitimos que sejamos tão falhos em relação a outros juízos.

No seu “Discurso sobre o Método” Descartes faz ironia em relação ao bom senso , algo de que todas as pessoas se julgam altamente dotadas.

Todos se sentem capacitados a avaliar – pelo simples exame – o que é mais certo, ou mais errado.

Diz Descartes que há uma certeza tão extensa desta autossuficiência em relação ao bom senso que ninguém reza ou pede aos céus que lhes conceda mais bom senso. Pedem mais riquezas, mais felicidade, mais amor, mais garantias mas, em relação a bom senso não há pedidos a serem feitos.

Na religião católica há uma infinidade de santos dedicados a ajudar os fiéis diante de todos os problemas da vida, casamentos (Sto. Antônio), causas desesperadas (Sta. Edwiges), visão (Sta. Luzia) e assim por diante, mas não há um único santo ou santa comprometida em dar mais bom senso ao fiéis.

E a vida na Terra não ajuda muito a ter bom senso a partir da mera observação do que ocorre à nossa volta. Desde as coisas mais simples às mais complexas.

Nós todos vemos o sol nascer todos os dias no leste e o vemos se por no oeste.


Chegar à conclusão que o nascer e o por de sol são ilusões foi um dos grandes desafios para os seres humanos que resolveram contar esta história para os seus contemporâneos.

O Universo não girava à nossa volta. Ao contrário, a Terra era um planetinha menor que graças a Deus foi capaz de hospedar organismos vivos.

Pensantes como nós que somos bem mais pensantes do que outros organismos vivos “inteligentes” como os golfinhos, os macacos e os papagaios capazes de falar com perfeição qualquer língua humana...

A razão deste texto é – como enunciei com a imagem da ilusão de óptica – pedir a sua atenção para as suas possíveis falhas despercebidas por você no seu dia-a-dia.

Assim como existem as ilusões de óptica há a hipnose.

Há hipnose individual e há hipnose coletiva.


Um hipnotizado enrijecido sem perceber podendo servir de assento ao hipnotizador


Um hipnotizador pode dedicar-se a uma pessoa e promovendo o desligamento de seus sentidos fazê-la sentir um frio congelante, ou tornar o seu corpo tão rígido como uma tábua.

Quem aceita ser hipnotizado pode ter o seu corpo apoiado pela nuca numa cadeira e os pés por outra cadeira. E ficar tão rígido que o hipnotizador pode sentar-se sobre a sua barriga como poderia sentar-se numa tábua com absoluta segurança.

Um camelô do passado era um usuário da hipnose para vender aos transeuntes os seus produtos.

Antes de tudo criava algo inusitado para levar os passantes a pararem diante de sua banquinha.

Em seguida fazia uma demonstração precisa e fascinante sobre um benefício que não podia fazer parte das necessidades das pessoas em geral.Era algo surpreendente.

Demonstrava como com uma pequena peça de plástico era possível descargar verduras, cortá-las com precisão, montar pratos atraentes mesmo para quem jamais comesse verduras, e comprovar que aquilo tudo podia ser feito em um minuto ou dois.

Em seguida anunciava o preço absurdamente baixo daquele prodígio e já o oferecia para seus assistentes (disfarçados como transeuntes) e neste momento anunciava que além daquele produto, vendido por um preço tão reduzido, o comprador ainda recebia de graça um ou dois outros que podiam ser um abridor de latas, ou uma colher de medidas tudo isto colocado em cada saco de papel onde estava o produto principal.


Ficou hipnotizado?

A compra era o final de um processo hipnótico coletivo aprimorado a cada nova apresentação.

Hoje em 2012 não há grandes camelôs pelas esquinas das nossas cidades, os herdeiros de suas qualidades estão nos canais de televisão de vendas diretas, com restrições a seu desempenho, pois é preciso respeitar o Código de Defesa do Consumidor.

Mas, o efeito hipnótico do camelô não evoluiu apenas para os canais de venda direta.

Foi também visitado e inspirou os melhores profissionais da publicidade na criação de comerciais concebidos para obter reações positivas de outros telespectadores.

O mesmo ocorre com as malas diretas, e-mails, ligações telefônicas, mensagens no painel dos celulares e ...nas falas dos políticos.

O objetivo deste texto é fazer você se dar conta das prováveis falhas de seu bom senso e passar a olhar para tudo o que aqui foi dito para não se deixar levar sem questionamentos internos firmes em relação a qualquer coisa que desejem lhe propor.

Peço também a sua atenção para a lógica de convencimento trazida pela Amazon a seus clientes.

No momento em que o site da Amazon identifica você como cliente apresenta alguns produtos que pessoas que se interessaram pelo que você se interessou estão comprando.

Imagine um camelô com memória infinita que receba você numa loja e sem pestanejar diga exatamente a mesma coisa para você. Ele obterá o seu envolvimento imediato – quase hipnótico.

Novas vendas derivam deste “serviço” de informações alimentado pela mais sofisticada tecnologia da informação, pois ao identificar você como cliente a Amazon comparou o seu histórico de compras com mais de 100 milhões de outros clientes instantaneamente.

Quanto mais livros diferentes eu compre, mais profunda será a pesquisa para atender ao tipo de interesse que eu e meus semelhantes temos. Melhores serão as minhas compras futuras, melhor será o meu acesso a informações que me farão cada vez mais aprimorado no tipo de informação que valorizo.Melhores serão os negócios da Amazon.

Prestar atenção no que ocorre à sua volta sempre trará bons resultados. Fará você perceber ilusões de óptica antes de acreditar... piamente... nelas.


Nenhum comentário: