segunda-feira, 25 de junho de 2012

Sambaquis submersos, sambalá há mais de 8000 anos e o aquecimento global ocorreu sem que se pudesse apontar um único culpado... E tudo continuará assim.






Sambaquis são amontoados de conchas e demais detritos de tribos que habitavam as costas do Brasil de 10 000 a uns 8 000 anos antes de nosso tempo.

Estes povos não mantiveram qualquer relação com os índios que dominavam as costas do Brasil quando os portugueses chegaram por volta dos 1500.

As muitas tribos mais pacíficas como as que receberam Cabral e Pero Vaz Caminha na Bahia ou mais guerreiras como os tupiniquins que pretendiam comer Hans Staden na Baía da Ilha Grande já eram descendentes das etnias que haviam liquidado os povos dos sambaquis, há pelo menos uns 2 000 anos.

A sustentabilidade foi o tema do Rio + 20 e um dos pontos chave discutidos em vários foros foi a ameaça a todos os povos pelo efeito estufa.



O efeito estufa é o aquecimento da temperatura média da Terra provocando um derretimento do gelo do Ártico e da Antártida levando o nível dos oceanos subir de pouco a pouco nos próximos 100 anos invadindo as cidades marítimas de todo o mundo, inclusive a nossa São Sebastião do Rio de Janeiro que ficaria com um mar pelo menos 2 metros acima do nível atual.


Troço muito chato mesmo, pois toda a beleza de nosso litoral – para citar apenas o nosso – iria perder muito de sua graça com ondas quebrando nas ruas, entre os Edifícios que fatalmente teriam de ir abaixo.

Aqui e em todas as cidades litorâneas do mundo.





Até 11 000 anos havia na terra um era glacial em que os gelos do polo norte quase iam até a Florida n os EUA. Em Itu em São Paulo havia uma imensa geleira cujas marcas estão nas pedras expostas de uma encosta por lá.

Tudo era muito frio e ao mesmo tempo este frio todo fazia o mar bem mais raso do que os mares de hoje.

A Austrália era ligada diretamente à Nova Guiné e a Tasmânia era parte da Austrália.

O estreito de Bhering era uma língua de terra tão larga que por ela muitos e muitos povos da Ásia passaram a pé para a área que mais tarde seria as Américas, espalhando-se pelo continente de norte a sul.

No nosso flash de vida, que poucas vezes supera 100 anos, não estamos preparados para pensar em 10 000 anos, ou 8 000 anos como pouco tempo. No entanto 10 000 anos é um instantinho na vida da Terra.

Há 10 000 anos os nossos avós começaram a desenvolver a agricultura com rigor e o desejo de colher safras após safras para alimentar a sua gente, e trataram de fundir o cobre e o estanho para produzir peças de bronze para ajudar a cada tribo defender as suas colheitas dos vizinhos sem habilidades agrícolas.

Que faziam todos os esforços para beneficiarem-se do que não tinham tido o trabalho de plantar.

Dentre a turma que estava no que seria o Brasil estava o povo dos sambaquis.



Por alguma razão impossível de serem explicadas hoje estes povos produziam os seus lixões – jogando lá tudo o que não servia para comer – em gigantescos montes repletos de carbonato de cálcio, restos de conchas e de ossos que foram ficando por lá, lado a lado com as choças de suas tribos.

Todos os povos dos sambaquis viviam à beira mar.

Iam para o mar e traziam dele todos os peixes e todos os moluscos para alimentar suas tribos.

E continuariam a fazer isto indefinidamente se não tivessem a sua maneira de viver perturbada por agentes externos.
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Os indígenas guerreiros de tribos mais fortes do interior que começaram a matar e a comer os povos dos sambaquis da mesma forma que os Neandertais foram sendo trucidados pelos homo sapiens na Europa.

E o outro motivo foi a subida do nível do mar – pouco a pouco, ano após ano – que desmontava as tradições desta convivência de homens e marés há tantos milhares de anos.



E o mar subiu muito por pelo menos uns 1 000 anos, inundando tribos e inundando sambaquis dos quais há hoje oito claramente identificados em Cananéia em São Paulo.

Os sambaquis que eram longe do mar foram inundados por marés cada vez mais altas até que foram submergidos continuamente pelo mar.

Para serem descobertos por pesquisadores da USP há algumas décadas em expedições arqueológicas submarinas. Das quais há duas imagens neste post.

Há 10 000 anos havia menos de 20 milhões de seres humanos na Terra, mas havia basicamente o mesmo número de vulcões hoje existentes.

Vulcão não tem compromisso com horários: entra em erupção quando as lavas impulsionadas pelos movimentos internos de nosso planeta vivo as empurram para fora com grande força, uma força milhões de vezes mais poderosas do que a ação de todos os homens primitivos e de todos os homens atuais coordenados – sem isto fosse possível – para encher o ar de massa ígnea e poeira cuja presença na atmosfera mudava o clima na terra, não por alguns dias, mas até por séculos seguidos.


Estas reações terráqueas mudavam o clima, faziam subir ou descer o nível dos mares, permitiam ou não que as tribos cuidassem da sua agricultura e da criação de animais para conservarem-se vivos.




E no território que vivia a ser o Brasil há 8 000 anos o mar subiu e provocou mudanças profundas na vida repetitiva do povo dos sambaquis.

Basta encarar o nascer e o por de sol no Rio de Janeiro que será possível conquistar mais um ativista da sustentabilidade.

À pergunta se qualquer pessoa faria qualquer sacrifício para preservar toda aquela beleza não há uma pessoa sequer que se colocasse a favor da destruição de qualquer percentual mínimo que fosse de tanta beleza.

Só que nada do que eu possa fazer e do que nós possamos fazer impedira a subida das águas se for esta a programação da Terra. Nossa ação será também incapaz de promover qualquer outra mudança no clima da Terra.

Nem eu, nem ninguém vamos, em função desta realidade antecipada pelos cientistas sérios, deixar de cuidar de seu meio ambiente.

Desde o consumo excessivo de água, desde evitar o desperdício de alimentos, desde cuidar das plantas, do reflorestamento, da proteção dos rios e dos lagos.

Mas, de minha parte faço isto – e sempre fiz – não por temer o peso das leis já escritas e que venham a ser escritas. Mas por achar que será muito melhor viver num mundo mais parecido com o que me agrada.

Mas em nenhum momento vou me sentir como um paladino para salvar a humanidade, pois lamento informar já tenho informações suficientes para não acreditar nas afirmações dos que me asseguram que somos nós – esta raça humana tão fraquinha – que vai fazer qualquer diferença.

Alguém lembra que chegou a ser considerada como “verdade científica” a afirmação de que os gases das vacas holandesas afetavam a camada de ozônio?






Um comentário:

Pio Borges disse...

Muitos comentários no Facebook e em e-mails.]
Será que isto é importante para nós entendermos melhor o que é o Brasil? E esta questão de aquecimento global?
Hoje um grande opositor a esta visão em que as culpas concentram-se no homens deu uma bela entrevista ao Globo.