segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Melanie Philips, a voz racional sobre este imenso desafio do Oriente Médio: judeus têm direito de viverem em Israel?





Os não judeus, e ainda os não muito preocupados com as políticas relacionadas à humanidade como um todo, assim como os mais cínicos, os menos informados todos, de um modo ou de outro, acabam por se depararem com o problema de Judeus e Palestinos.

Seja pelas razões mais simples , como temerem fazer turismo na área, com receio de atentados, seja por motivos mais fortes e mais diretos como quando conversam com amigos judeus sobre o tema.

Não é possível que posto diante deste problema alguém possa ficar indiferente.

Uma intelectual inglêsa, Melanie Philips, deu uma entrevista de 6 minutos e que está disponível no You Tube ( http://www.youtube.com/watch?v=_4dksiRW-Yg&feature=youtube_gdata_player ) que me levou a compartilhar com os amigos do Almanaque umas poucas observações sobre este tema.

Não é possível esgotar o tema, mesmo nos blogões que escrevo. Garanto porém que você vai sentir-se melhor depois de ler, e depois de pensar no que leu aqui.

Em primeiro lugar, vou ao ponto principal deste debate todo: teriam os judeus direito de imigrar para a Palestina e tomarem uma terra de onde foram expulsos por volta do ano 60 d.C.?

Mais ainda, porque a ONU "inventou" esta história depois da Segunda Guerra Mundial logo em seguida ao holocausto promovido pelos nazistas?

Ora, se era mesmo preciso reunir os judeus em algum lugar. porque não consideraram outras partes da Terra?


Você poderá concluir se se despir de todos os preconceitos - que este não é apenas um problema no Oriente Médio entre judeus e palestinos.

É a própria grande confrontação entre o que é certo com o que é errado, diante de você.

Por trás desta história está a essência da verdade, a definição do que seja justiça e a necessidade de não ignorarmos problemas esperando que estes problemas sejam resolvidos pelos outros, nos deixando viver com mais tranquilidade.

Judeus são um povo muito peculiar. Muita gente gosta deles, muitas outras pessoas os detestam. Mas o que os judeus fazem ou deixam de fazer é o que lhes permitiu continuarem sendo judeus há tantos milênios.

Os judeus mais antigos viveram num canto do Mediterrâneo que tornou-se no berço de pelo menos três civilizações, numa terra de filófosos ( que influenciam o que você pensa e faz hoje) e ainda mais profundamente numa privilegiada "base de operações" no relacionamento dos homens com Deus.

Seja Deus o que os homens da região achavam que Deus era ou deveria ser , seja por que Deus mesmo, decidiu dar uma atenção mais detalhada às pessoas daquele pedaço da Terra.

Deu certo este início de relacionamento, mas, gerou grande parte dos problemas passados, presentes e futuros da humanidade. E também a solução destes problemas.

Mesmo quando as pessoas hoje não se declarem ligados a nenhuma igreja é incrível que durante algum momento de seus dias, de todos os seus dias,fazerem uma oração quase despercebida sempre que algo de positivo ocorre em suas vidas.

Trata-se do "Graças a Deus!" Graças são o reconhecimento dos devotos à atenção que Deus, por sua própria disposição ou como resposta às preces dos devotos, optou por conceder-lhes.

O que aconteceu de bom não é nunca atribuído pelas pessoas ao acaso. Em ato reflexo, esta vantagem obtida, desde um bom lugar no cinema, à classificação em um concurso público é atribuída a Deus a quem o favorecido imediatamente agradece.

Os mais devotos, ao ouvirem um "Graças a Deus!" respondem automaticamente "Amem!, completando uma oração.

Este Deus a que todos dão graças, ou a que pedem socorro quando se vêem ameaçados (Que Deus me ajude! Pelo amor de Deus! e outras expressões semelhantes) não é outro senão o mesmo que repassou a Moisés os seus 10 mandamentos.

Não foram mandamentos simplemente repassados para Moisés; foram mandamentos que através de Moisés foram integrados à forma de organizar as sociedades de todos os homens e mulheres, harmonizando os seus interesses acima e além de todas as Leis dos homens. Pois nenhuma lei escapa de ter sido pautada nos preceitos expostos nos
10 mandamentos.

Mas, indo além de forma a comprovar a sua força, as Leis do Deus de Moisés e de Israel não requerem um fiscal ou um policial para serem obedecidas: elas têm na mente de cada cidadão do mundo o mais rigoroso guardião de seus prícípios...

Uma pessoa que ocultamente deixe de cumprir algum mandamento, quando tem a sua infidelidade descoberta, recebe a desaprovação imediata de todos.

Contra ele (ou ela) não são alinhados artigos de Códigos Penais, ou de qualquer código humano.

A desaprovação decorre da certeza de que se trata de alguém desalmado.

Um conceito que não aparece em códigos legais. Almas não fazem parte de qualquer preceito legal. Mas estão no âmago dos preceitos religiosos trazidos ao mundo justamente pelo Deus de Israel.

Há poucos dias, em outro blog, (Tabus Nunca Mais), propus um reexame das bases da mitologia grega e de seu sucesso disfarçado nos dias de hoje.

Os deuses gregos - naquelas observações - têm os seus mesmos antigos poderes evidenciados de forma disfarçada no dia-a-dia de todos nós, em especial em lugares como os shoppings centers, a mais sábia formatação de seus templos em qualquer momento da história.

Mas, depois de ter assisitido ontem a entrevista de Melanie Philips, enviada pelo Ike Zarmati, decidi deixar de lado a divertida avaliação dos deuses reconhecidos pelos povos nas margens do Mediterrâneo e tocar nesta questão de vida ou morte para tanta gente, e talvez para nós aqui tão longe do Oriente Médio.

A questão é se os judeus e todos os povos mediterrânicos que o consideram como também seu Deus terão qualquer privilégio imerecido em sua luta pela manutenção do estado de Israel, agora.

À pergunta inicial deste texto adianto a minha resposta: os judeus têm direito de voltar às terras de Israel e

E conquistaram este direito não depois da segunda guerra mundial,como pode parecer a muitas pessoas, mas em todos os dias, e todos os séculos desde que foram expulsos de lá.


Judeus, como todos que negociam com judeus sabem, são pessoas insistentes, radicais na defesa de suas idéias.

Judeus numa discussão sabem ser cansativos para o adversário. A dúvida socrática, de responder a uma pegunta com outra pergunta, se não foi um artifício inventado pelos judeus foi por eles levado à perfeição.

- Você é ou não culpado deste crime?

- O que você considera culpa? E o que para você é um crime?


Isto feito para valer, sem piscar os olhos, e mantido com precisão a cada nova frase pode levar o adversário à loucura ou induzi-lo a eliminar fisicamente o seu torturador pela lógica.

Esta insistência vem do mesmo poço de onde os pensadores judeus beberam todos os dias a inspiração para levá-los de volta à sua terra original.

Se você tem uma fazenda e é expulso de lá, vai tentar por todos os meios e modos voltar a ela. Durante um ano, dois anos, uma década, cinco décadas. Talvez transmita o mesmo empenho a seus filhos e os seus filhos poderão tentar transmitir a mesma intenção a seus filhos e netos.

Os judeus ficaram fazendo este apelo a todos os seus descendentes por quase 2 000 anos.

Para a imensa maioria das pessoas do mundo esta "ocupação" das terras de Israel foi justificada, depois da Segunda Guerra Mundial, para abrigar um povo cujos descendentes foram liquidados da forma abjeta pelos nazistas em fornos crematórios de campos de concentração em diversos locais da Europa.

Parecia uma solução bem urdida sob medida para um problema recente.

Um fato público, notório e intensamente divulgado com fotografias, filmes e depoimentos emocionantes tornou indiscutível que o retorno a Israel era mesmo necessário. Se este retorno tivesse ocorrido nos anos 30 do século XX teriam sido talvez poupadas 6 milhões de vidas e o mundo seria melhor.

O novo Israel, de 1947 até agora, tem enfrentado uma violenta oposição dos palestinos - que ocupavam aquelas terras - e dos seus primos árabes mussulmanos.

Desde do retorno dos judeus a Israel não têm ocorrido novos grandes fatos para justificar emocionalmente a sua volta. Os pobrezinhos espezinhados e mortos nos fornos não conseguiram produzis - graças a Deus - nenhum outro grande fato traumático e emocionante.

Em 1967, em pleno feriado do Yon Kippur ( quando os judeus estão recolhidos em preces e em jejum) as forças armadas de Israel derrotaram em 6 dias, tropas egípcias que se preparavam para reocuparem as terras do estado de Israel.

Os judeus que poucos anos antes foram tangidos pelos nazistas para os fornos crematórios pela primeira vez demonstraram a sua força militar destruindo os inimigos numa operação muito mais eficaz e eficiente do que a blitzgrieg dos alemães, em 1940 na Europa.

O número de baixas dos judeus foi insignificante. Suas perdas materiais mínimas, enquanto as perdas dos inimigos foram TOTAIS.

Esta vitória foi muito boa para Israel e para o orgulho dos judeus, mas foi a origem de uma catástrofe de "relações públicas".

A teimosia dos judeus que sempre consideraram retornar a Sion com muita humildade depois de serem escorraçados de muitos países, passou a envergar fardamento militar com tropas eficientes e "invencíveis" diante de seus inimigos.

Os judeus deixaram de ser dignos de pena e passaram a ser temidos por seu poderio militar e pela forma como o empregaram.

E os principais culpados de ter deixado de lado esta missão de comunicar ao mundo as suas necessidade e anseios foram justamente os judeus. Todos os judeus, para que não haja dúvidas.

Justamente os judeus que transformaram os 10 mandamentos transmitidos por Deus a Moisés - através do primeiro grande esforço de comunicação global - em preceitos universais.

Justamente eles que tiveram entre seus filhos Jesus, que por meio de seus apóstolos tornou a religião antiga de uns poucos na religião mais praticada pela maioria dos outros povos da Terra.

Justamente eles cansaram-se de defender suas razões históricas e passaram a imitar todos os seus inimigos ao longo da história, apoiados unicamente pela força das suas armas.

Todos os povos que recorrem a este tipo de argumento - para quem observa a história com mais atenção - acaba perdendo as guerras. Judeus derrotados no ano 60 sem dispararerm um tiro continuaram a existir e voltaram para lá formalmente em 1947.

Todos os seus opositores armados foram desaparecendo ao longo da história.

Ora, o mundo que se dane e aprenda como a coisa deva ser, poderia ser a declaração arrogante de um chefe militar judeu durante alguns anos, mas ela somente poderá ser repetida por mais alguns anos, com perdas de muitas vidas, de muitas inteligências.

Os povos de toda a terra estão em busca de paz e de convivência harmoniosa entre as nações. Um sonho divino, que todos buscam.

Acredito que se hoje fosse promovido um plebiscito mundial quanto à ocupação das terras de Israel por Palestinos ou Judeus os judeus perderiam fragorosamente.

Este não é como pode parecer um problema de JUDEUS E PALESTINOS. É um problema de nós todos.

Faça o seu comentário a favor dos judeus ou contra eles a seguir e tome parte neste confronto em que a maior derrotada poderá ser a sua própria consciência.

2 comentários:

Pio Borges disse...

Alguns amigos me ligam e fazerm comentários sobre este post.
O tema é muito polêmico e sujeito a chuvas e trovoadas por pelo menos dois milênios.
Mas, acho que independentemente de seu relacionamento com o judaísmo deveria ser avaliado por todo mundo.

Pio Borges disse...

O desafio hoje diante das notícias que tomam conta dos jornais, tvs. web é a equalização pela falta de destaque.
Quando a opinião da Melanie foi postada aqui tratava-se de um problema mais de Israel cuja solução afetaria todo o Oriente Médio e a partir daí, o mundo.
Não era só o Oriente Médio: o Egito era de lá, mas a Tunísia, a Líbia e toda aquela chusma de países cuja existência se deve a interesses que existem muito além de suas fronteiras ESTÃO COMEÇANDO A PEGAR FOGO.
E o fogo só vai apagar quando não houver mais combustível para mantê-lo acesso.
E tudo isto para ser melhor entendido hoje e amanhã passa pela entrevista e pelas conclusões da d. Melanie.