Aqui vai a terceira dica para que estudantes de segundo grau possam ter mais certeza de que a área de comunicação seja a sua vocação.
Critica com ênfase, mas procura ter sempre a alternativa diante de cada situação.
É difícil ser um bom profissional de comunicação de marketing, ou jornalista uma pessoa agudamente crítica sem que seja capaz de sugerir ou até mesmo definir o que deveria ser feito em lugar do que já exista e seja ruim.
Achar, por exemplo, que um comercial seja uma porcaria e não imaginar como poderia ser melhor é uma falha. Isto levado ao extremo poderia gerar um bom palpiteiro, mas um péssimo realizador.
É preciso ter noção que de maneira geral o comercial ruim é resultado de um investimento apoiado em pesquisa, no conhecimento do consumidor que irá atingir, nas coisas que estes consumidores acreditam e gostam de ouvir ou de ver. Não apenas no palpite de alguém.
Na minha visão os comerciais nascidos do acaso, do eu acho, dos adoros e detestos de um criativo entram na galeria do entretenimento tolo. E a consequência deles é a perda de posição do produto no ranking.
Decepção que podemos ter (e importante lição) é vermos um produto ter o consumo aumentado apesar dos comerciais porcaria que esteja veiculando...
O mesmo se aplica às malas diretas, aos catálogos, ao anúncios, aos spots tudo que comunique a marca ou o produto.
Mas, independente deste risco o crítico que só sabe criticar sem cogitar de outras alternativas na minha opinião não tem vocação para fazer.
Mas. detalhe importante, é muito bom ter esta sensibilidade crítica à flor da pele.
Os comunicadores com vocação devem estar sempre atentos ao mundo que os cerca e fazerem alguma coisa por ele sempre que possível.
Lembro a historinha do general que disse a seus oficiais:
- Isto é um problema tão simples que uma criança poderia resolvê-lo!
Diante da expectativa de que o general dissesse como resolver e de ter ele ficado com cara de indeciso, por mais de um minuto veio a solução do general :
- Chamem uma criança!
Comunicador com vocação não pode contar sempre que alguém vai achar a criança capaz de resolver problemas...
3 comentários:
Pio, eu sempre ví o nosso trabalho como o de um médico diferente.... muito bom dar o diagnóstico, mas precisamos ainda fabricar o remédio!
Acho esta dica a mais tortuosa da minha lista.
Ouvi uma vez do Caio Domingues - um dos gênios dos primeiros anos profissionais da publicidade no Brasil - que a NOSSA função não era vender.Eu estava na JWT bem jovem nesta ocasião.
O que tínhamos de fazer era apresentar o produto ou o serviço com uma USP tão perfeita quanto possível.
As vendas iriam ocorrer como decorrência da estrutura de marketing (ele não disse isto,mas eu digo aqui numa interpretação livre) do anunciante.
Se o produto deveria ser posto à venda em tendinhas nas favelas ou em lojas de luxo estas eram decisões do anunciante que deveriam ser informadas à agência para que o anúncio fosse mais adequado.
Nas agências, em princípio, não deveria haver gente para questionar a decisão do cliente quanto à distribuição e ser capaz de sugerir com propriedade alternativas a serem seguidas.
Mas, vamos lá: suponhamos que a agência e o publicitário tem acesso a pesquisas e tem condições de sugerir outros caminhos? Claro que este publicitário informado será melhor profissional do que o simples palpiteiro (sem base fática) e e melhor do que o pastel incapaz de sugerir qualquer coisa por desconhecer totalmente o assunto.
Na nossa visão aprimorada por alguns anos de marketing direto nós sabemos que vender também é nossa tarefa.
E na verdade a mais importante, não é?
Por isto defendo quem critica com uma alternativa ao que criticou na ponta da língua.
Criticar é fácil, resolver é que é difícil...ainda lembrando que a solução precisa ser eficaz e não somente eficiente!
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