segunda-feira, 13 de julho de 2009

Coisas de Almanaque hoje, no Joaquim Ferreira dos Santos no Globo

Como está dito na apresentação deste Almanaque o marketing deve estar relacionado a tudo o que saia aqui. Mas, Almanaque é Almanaque, tem uma vocação irresistível para abordar temas colarerais, até como no caso de hoje algo que poderia ser classificado pelos mais críticos como anti-marketing.

Hoje, na coluna do Joaquim Ferreira dos Santos, na última página do segundo caderno do Globo, ele cita um e-mail meu para ele concitando-o a desenvolver um esforço para preservar coisas cariocas ameaçadas de sumirem...por falta de marketing.

O tema de meu e-mail valorizado por ele foi a Laranjada Americana uma loja que vende laranjada no balcão - muito antes de se pensar em suco de laranja - isti desde os anos 20 no Rio.

Depois de passar anos sem ir lá, tomei uma laranjada (naquele copos de papel em formato de cone que se encaixam numa base de plástico ou metal) e como numa máquina do tempo mergulhei décadas rumo à minha infância chegando até à Galeria Cruzeiro, que cortava em forma de cruz o térreo do Hotel Avenida na Avenida Rio Branco. O prédio do Hotel (onde também ficava o restaurante Brahma) foi demolido nos anos 50 para dar lugar ao Edifício Avenida Central, um novo marco então no centro da cidade.

Diante do apoio explícito do Joaquim imaginei que deveria fazer um esforço envolvendo gente de marketing e de comunicação em favor dos anti-marketeiros que por sua distração podem fazer sumir coisas boas - como a Laranjada Americana - de um dia para o outro.

Havia um restaurante na Rua São José, também no Rio, chamado "A Minhota", coisa de português do Minho, onde comi pela primeira vez o filé Oswaldo Aranha.

Era o filé Oswaldo Aranha que o Ministro Oswaldo Aranha pedira para eles fazerem, misturando com o filé com alho, o arroz, a batata portuguesa e a farofa numa caçarola geande que vinha à mesa junto com a carne deliciosa. Tudo misturado ao lado do pedaço de carne suculento.

Eu estava na minha vida Rio-São Paulo quando a Minhota fechou, não me lembro se por motivos de sucessão na empresa, ou qualquer outra causa.

Imaginei que as caçarolas e os cozinheiros iriam transferir-se para outros lugares.

Nada.

Há hoje filés Oswaldo Aranha em centenas de lugares, mas nada como o da Minhota, na minha opinião.

Ora, direis, ouvir estrelas...

A quem interessa isto? A quem gosta de alguma coisa e a vê simplesmente sumir sem deixar rastros.

Vou dar outro exemplo bem limitado: o sorvete que o Le Bec Fin fazia e vendia num balcão voltado para a Avenida Copacabana em frente ao Lido.

O que estou propondo aqui:

Criar uma relação de coisas como estas, não necessariamente somente de alimentação, nem apenas só no Rio de Janeiro, mas em todos os lugares que seriam integrados numa lista de bens a preservar dos seus amigos.

Uma espécie de livro de tombamento com uma curta explicação pela inclusão dele na lista. Coisa como a Minhota pelo filé Oswaldo Aranha, e assim por diante.

A lista podia ser desenvolvida e publicada aqui no Almanaque do lado direito de numa coluna que, aliás, preciso aprender como desenvolver.

A lista de São Paulo na minha cabeça inclui um restaurante especializado em peixes perto do Museu do Ipiranga, cujo nome esqueci, o francês do Largo do Arouche, o de filés (feitos como se fossem fondues de carne) da Avenida São João.

Há lugares assim em Paris, Nova York, Caruaru, você é que sabe.

Pergunto a meus amigos o que acham desta idéia marketeira para prevenir o eventual desaparecimento de coisas boas pela ação deletéria dos anti-marketeiros de plantão?

E também o que poderá ser feito pelos nossos grupo de caça fantasmas...

5 comentários:

João Marcelo disse...

Pio! Fiquei com vontade de tomar essa laranjada! Eu tenho a lanchonete "The French´s Fault", no bairro de Moema, em SP como uma destas lembranças... vou aumentar a lista, lembrar de mais coisas....ótima idéia!!!!

Braulio França disse...

Nossa, tem tanta que eu gostava que sumiu sem deixar rastros...No final da Consolação tinha uma lanchonete, a qual lembrei hoje quando voltava do CREF, que chamava TELE BURGER. Tinha no seu cardápio um Hamburger chamado Italiana Salada, até aí nada de mais, a não ser o conteúdo e modo de preparar. Imagine um X-Salada, com queijo parmesão ralado ao invés de muzzarela e molho de tomate. Era sensacional! O chapeiro , que parecia o Charles Bronson, virava o hamburger e colocava o queijo com uma colher de sopa até cobrir totalmente a carne. Cobria com a tampa e esperava derreter, depois terminava de montar no pão. Saudades, hoje no mesmo lugar fica um restaurante chinês.

Tinha o Dog do Zé em frente ao Rose BomBom no Jardins. A cantina Balila na rua do Gasômetro. O restaurante Divina Comédia no Jardins com o prato os Irmãos Estrogonoff's e um couver com pão de batata.

Depois vou lembrar de mais lugares que sumiram...abraço!

Braulio França disse...

Pio para colocar uma coluna no blog você entra no link Painel,depois Layout, e depois adicionar um gadget e escolhe um deles que tenha o formato que você precisa. Existem centenas disponíveis, é só pesquisar na barra ao lado do título "Noções Básicas" Abraço! Se tiver dúvidas me pergunte. Eu tenho um blog de dicas de atividade física www.itaimacademia.blogspot.com o qual faço testes de search marketing usando palavras chaves deste assunto...

Pio Borges disse...

João Marcelo e Braulio genial vocês apoiarem a sugestão.
Vou levar esta coisa a sério e seguir as instruções do Braulio de como colocar a lista no Almanaque.
Está na hora do almoço do dia 15 e fiquei com água na boca pelo Hamburguer Italiana Salada.
Podíamos tratar de incentivar o renascimento de coisas assim em outros locais e também anunciar o sucesso da iniciativa.
O que acham?

Braulio França disse...

Vamos em frente, pode contar comigo!