sexta-feira, 13 de agosto de 2010

O que este “pé na cozinha” tem a ver com os brasileiros que também têm um pé na tribo...

Quem chamou atenção para o fato de os brasileiros terem uma cara de brasileiros que nos permite identificar numa multidão na Europa que ali há gente com jeito de brasileiros foi o Fernando Henrique Cardoso.

Ele disse que tinha um pé na cozinha, para grande espanto de muita gente, especialmente dos representantes de famílias tradicionais que pelo menos durante os últimos séculos tratavam de todos os modos de esconder as estripulias genéticas de seus antepassados.

A questão de como seria a mapa genético dos brasileiros me intrigou ainda mais quando li que o João Ramalho, que havia sido deixado por volta de 1506 nas alturas de São Vicente como um degredado foi reencontrado por Martin Afonso de Souza, em 1530 com cerca de 170 filhos, fruto de numerosos partos das índias das várias tribos da região.

É claro que um degredado não se constitui numa força militar. O João Ramalho ao chegar e ao ficar aqui contava apenas com umas poucas ferramentas para sobreviver, abandonado por seus patrícios:

1. Saber que teria aprender a língua e os costumes muito depressa.
2. Valorizar as ferramentas de ferro – facão, machados, martelo – que somente ele possuía numa vasta região onde ninguém fundira metais.
3. Seu vigor sexual imenso, incentivado pela visão continuada das mulheres indígenas que não escondiam , conforme Pero Vaz Caminha, em sua carta de 1500, as suas vergoinhas.
4. O fato dos chefes dar mulheres prazerosamente para gente externa às tribos para geração de filhos ser adotado por todos.
5. Hans Staden, prisioneiro condenando a morte num ritual antropófago a ser realizado em data futura, recebeu de Cunhambebe todas as mulheres interessadas em gerarem filhos do bravo estrangeiro antes de comê-lo num churrasco festivo. Ramalho obteve o mesmo privilégio sem ter de arquitetar sua fuga, como Staden, para fugir da grelha.
6. O empreendedorismo lusitano, pois em 1530 quando o governador português chegou para estabalecer a capitania de São Vicente tudo tinha de ser negociado com o Ramalho, tornado um xerife do pedaço.

Resultado deste empenho de João Ramalho, e de todos os portugueses que conviveram em terras brasileiras com os seus machados e facões: O crescimento geométrico da população de mamelucos.

Um fato econômico que precisa ser relembrado: o Brasil que se formava era o lugar para derrubar as árvores do pau Brasil.

Um produto quase tão lucrativo quanto as “especiarias” que tinham de ser buscadas na Ásia, contornando a África, numa viagem perigosa que em milhas era equivalente a uma volta à Terra.

Os franceses foram os primeiros não ibéricos a buscarem o pau Brasil pirata nas terras que o Tratado de Tordesilhas assegurava ser portuguesas.

E os franceses, como todos que queriam buscar troncos daquela madeira aqui, tinham machados e facões, o que os tornava representantes do equivalente à mais sofisticada tecnologia nos dia de hoje.

E sem dúvida da mesma lubricidade para gerarem filhos e filhas com as índias de tribos que os admiravam.

Em 1580 a primeira força expedicionária brasileira, sob comando de Salvador Correa de Sá e Benevides partiu do Rio rumo a Angola que estava sendo ocupada por holandeses inconformados com a divisão do mundo entre portugueses e espanhóis sob as bênçãos do papa.

Uma força expedicionária é um negócio complicado de formar. São precisos homens jovens, treinados nas artes da guerra, capazes de se organizarem militarmente, de saberem se comunicar e fazerem o que o seu comandante ordene, sem hesitações.

Os brasileiros expulsaram os holandeses de Angola em 1580. Mas quem eram estes brasileiros surgidos nos 50 anos que se seguiram à ocupação mais formal do Brasil? Eram os mamelucos, filhos de portugueses com índias, filhos de filhos mamelucos destes primeiros mamelucos com outras índias, todos criados num mundo em que a língua era a língua das tribos, mas também capazes de entender a língua de seus pais ou avós.

Os brasileiros de então e de todos os anos seguintes ao longo de nossa história eram cada vez mais frutos destes cruzamentos que não eram repudiados por lusitanos, cujo país tinha sido “ocupado” durante 800 anos pelos mouros.


Grande parte dos portugueses originais eram já fruto do cruzamento dos povos primitivos da Europa – suevos, visigodos, celtas, lusitanos e iberos – com os ocupantes árabes. Não poderia lhes parecer um grande pecado crescer e multiplicarem-se com as índias no Brasil.

Por outro lado os índios brasileiros, revelando grande inteligência emocional, não haviam buscado em seus mais de 10 000 anos de ocupação da região, qualquer empenho em fazerem alguma coisa que não fosse essencial para sobreviver.

A palavra “trabalho” cuja origem é tripálio o instrumento de tortura dos romanos para punir quem não trabalhasse conforme determinavam os seus feitores, não era conhecida nas terras brasileiras.

Os avós e as mães dos mamelucos, conforme a história do Brasil que aprendemos no colégio, não se adaptavam muito bem ao trabalho forçado deles exigido por “feirtores” portugueses.

Mas, na África esta fuga ao trabalho não existia. Comprar e vender escravos, tribos inteiras dominadas nas guerras infindáveis entre etnias rivais era o dia-a-dia há milênios.

Os nossos mamelucos da força expedijcionária que libertou Angola foram testemunhas oculares das “vantagens da escravidão de africanos” e sabiam por suas próprias experiências de vida tribal como seria bom contar com escravos negros em vez de terem seus parentes “trabalhando” duro nos empreendimentos dos portugueses.

Veja os quadros abaixo e tire as suas próprias conclusões:



Entrada de escravos africanos no Brasil(IBGE)

Período 1500-1700 1701-1760 1761-1829 1830-1855
Quantidade 510.000 958.000 1.720.000 718.000

Durante os séculos XVII e XVIII, os negros e mulatos ( e mamelucos ...)foram a grande maioria da população brasileira. O crescimento da entrada de escravos africanos a partir do século XVI, o extermínio dos indígenas por ataques às tribos, mas principalmente pelo cruzamento com os “brasileiros”e a relativamente pequena quantidade de colonos portugueses contribuíram para o surgimento de uma maioria de gente com uma origem racial mista no Brasil.

Neste quadro veja como nos brasileiros que se consideram brancos , devidamente pesquisados geneticamente HÁ MAIOR PERCENTUAL DE SANGUE ÍNDIO DO QUE DE SANGUE NEGRO 33% CONTRA 29%.

O pé na cozinha do Fernando Henrique Cardoso e da grande maioria dos brasileirpos com cara de brasileiros é também pé na tribo.

O incrível na opinião do redator deste Almanaque é que ninguém fala dos índios em nosso sangue.

Quem vá a São Paulo e ande pelos Ibirapueras, Anhangabaus, Itaquecetubas, Moemas e outros nomes indígenas poderia até desconfiar de alguma coisa não está sendo dita.

Detalhe também não mencionado: até o século 19, a língua falada em São Paulo, antes da chegada maciça de imigrantes europeus e japoneses era a mesma língua geral falada pelos mamelucos.


As razões da troca dos r pelos l. A palavra arco em vez de álcool e outras semelhantes é que índios têm dificuldade de falar os rS e os ls.

Logo, caros leitores e leitoras, discretamente o Almanaque do Pio os convida a pensar nestas coisas.

Valores arredondados provenientes de duas pesquisas independentes feitas respectivamente com brasileiros negros e com brasileiros brancos

Há mais sangue´indígena nos brancos do que sangue negro nestes mesmos brancos.

Pesquise e uga e uga.

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