A pedido do Bruno Mello, do Mundo do Marketing, escrevi um artigo, publicado ontem, que teve boa repercussão entre os amigos.
Acho que ao republicá-lo aqui não estou cometendo um grande pecado.
Ler o Mundo do Marketing, onde ele saiu, é uma experiência muito mais rica, mas quem não o tenha lido lá tem aqui a oportunidade de saber o que estou prevendo como um turning point do marketing neste nosso tempo.
E aí vai ele:
Um aspecto surpreendente do marketing em seus pouco mais de 50 anos de existência com este nome é que nem os profissionais relacionados ao tema têm uma definição ou mesmo uma simples explicação uniforme do que seja marketing.
Pergunte o que é marketing para vários profissionais de comunicação e marketing e asseguro que as respostas serão tão diversas quanto às dos 10 ceguinhos colocados diante de um elefante a que deveriam apalpar para dizer do que se tratava.
O que segurou a perna disse que ele era semelhante a uma árvore, o que foi para a tromba, comparava-o com uma cobra, o que segurava os dentes de marfim tinha outra definição, obviamente diferente do que o tocava na barriga e assim por diante.
Todos estavam certos do que diziam e todos diziam a coisa certa, mas como não tinham a ideia do todo era impossível ter uma pálida ideia do que seria um elefante a partir de suas constatações.
O marketing está cada vez mais parecido com um elefante sendo avaliado pelo tato de um bando de ceguinhos.
Dentre outros motivos é por que o nosso elefante está a cada dia mais diferente do que era no dia anterior. Mas, estas mudanças ocorrem devido a um fato imutável: O empenho do gênero humano fazer cada vez mais com menos esforço.
Hoje, pela primeira vez temos acesso a todas as informações do que as pessoas querem e precisam, até ao nível individual (e até além das próprias percepções individuais...) e temos em nossas mãos o poder de atendê-las antes mesmo de que estas demandas se manifestem.
Este saber é também a maior ameaça à sua percepção e à sua valorização: Um profissional pode hoje dedicar toda a sua vida para cada vez saber mais sobre a sua atividade, e a cada dia saber ainda mais.
Mas, morrerá de tédio (e de fome) se não for capaz de gerar resultados práticos com o que sabe.
Saber sem fazer se torna perda de tempo e perda de vida.
Como conselheiro da Repense fiquei muito feliz ao constatar uma revolução do novo marketing obtida na agência pela aplicação prática do saber na campanha on line desenvolvida por nós para a Cultura Inglesa no Rio de Janeiro no segundo semestre de 2009.
Nela houve a integração dos profissionais de comunicação e marketing do cliente, com os profissionais de marketing e comunicação da Repense, enriquecida com a atuação e parceria dos profissionais de uma premiada produtora de cinema, com uma turma imensa convidada a inventar conosco um projeto cujo fim ninguém sabia antecipadamente no que viria resultar.
Nos tínhamos a certeza de que saber inglês é prioritário para todas as pessoas que tenham formação cultural mínima e tenham pensado sobre o seu papel no mundo, no mercado, e diante de sua família.
Cursos de inglês, por isto mesmo, existem aos milhares e tendem a ser vistos como commodities. E como commodities acabam sendo tratados pelo público em geral.
O peso na comunicação de marketing concentra-se nos períodos de matrícula já que após estes momentos torna-se muito difícil formar novas turmas. Todos faziam a mesma mágica periodicamente ao longo dos anos.
A Cultura Inglesa ao buscar uma nova solução mudou radicalmente esta estratégia e nós tivemos a oportunidade de propor uma solução revolucionária.
O sucesso on line do embromation (este o nome da campanha) foi para mim um momento mágico. Deu certo como campanha e definiu um novo formato de comunicação de marketing em perfeita sintonia com o nosso momento.
Conheça o embromation pelo site: www.embromation.net/ Está tudo lá e em especial o making off.
Resultados : +1.800.000 pessoas potencialmente impactadas pela marca Cultura Inglesa até o início de novembro de 2009. E material suficiente para escrever um livro ou desenvolver um novo curso de atualização para profissionais. É a forma bem sucedida e bem testada para falar com adequação e envolvimento emocional com os jovens cada vez menos acessíveis pelas mídias tradicionais.
Os pais do embromation são o José Roberto Pastor, diretor de marketing da Cultura Inglesa, que confiou na Repense e nos desafiou a propor algo “fora da caixa”. De nosso lado foi Otávio Dias, que além de ter inventado o conceito de repensar a comunicação teve a experiência ao vivo na sua juventude com brasileiros no exterior sofrendo com as suas embromation pessoais.
Os parteiros fomos todos nós da Cultura e da agência com a parceria da Conspiração na produção de todos os vídeos e todos os atores e atrizes envolvidos.
O novo desafio agora não é apenas aprimorar a campanha da Cultura Inglesa, mas, olhar para todas as campanhas, todos os nossos esforços para todos os produtos e serviços a partir desta nova teoria comprovada pela prática.
Teremos de fazer com que os consumidores procurem os nossos clientes e seus produtos e serviços impulsionados por ideias que eles próprios tiveram e que consideram honestamente como suas, por que realmente o são.
Estaremos diante de um novo salto na evolução humana?
Cada vez menos embromation, cada vez mais respeito ao consumidor.
E isto, garanto eu, que já é um salto na evolução da comunicação humana.
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