Doses diárias de informações sobre comunicação, marketing direto, coisas que nos fazem agir, mudar de opinião e muito mais se você participar
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
Está começando a me incomodar muito.esta bandidagem.....
Foram seis episódios de violência terrorista de bandidos contra a população do Rio de Janeiro durante este fim-de-semana. Nós marqueteiros que sempre queremos entender por que as coisas acontecem - e como podemos propor mudanças que promovam resultados - temos que abordar este desafio como um problema de marketing.
De forma bem resumida, um programa de pacificação de favelas, já implantado em várias delas, tornou a vida bandida mais difícil para os marginais que lá se aboletaram desde que um governador cuja experiência - como ele dizia - "vinha de longe" , decidiu que a polícia não iria subir morros atrás de traficantes.
Outras pessoas, mais pensantes na avaliação de problemas de ocupação (como qualquer militar que faz um curso de aperfeiçoamento em sua profissão) sabe que para dominar uma região o ideal é buscar o "high ground".
Ficar por cima como todos os povos antigos tratavam de ficar para dominar a planície abaixo, coisa que se tornou muito mais sofisticada ao longo dos séculos.
Quando a bomba atômica foi usada pelas duas primeiras e felizmente únicas vezes o que elas representaram do ponto de vista militar era que declarava o fim do "high ground".
Quando o cogumelo da explosão apareceu sobre Hiroshima e sobre Nagasaki demonstrou que de nada adiantava estarem as forças japonesas encasteladas no alto de morros - que não existiam em Hiroshima, mas que existiam em Nagasaki. As duas cidades foram arrasadas da mesma forma.
Pois bem, no Rio de Janeiro finalmente as autoridades encarregadas da segurança pública decidiram acabar com a vantagem do high ground dos bandidos e desenvolveram um plano muito bom de ocupação das favelas.
No Rio de Janeiro da minha infância e juventude a grande aventura da garotada influenciada por filmes de Tarzan, expedições e descobertas estava no fundo de nossas casas.
Em Copacabana nós tínhamos o mar de um lado com todas as novidades que começavam a fazer sucesso, do jacaré promovido por bons motivos a surf, aos mergulhos com máscara e pés de pato , que evoluiram para cursos que dão diplomas a quem sabe fazer isto direito, sem arriscar demasiadamente as suas vidas, e aos esportes de areia em especial ao frescobol o mais carioca e desprendido de todos.
Do outro lado, oposto ao mar, estavam e estão os morros do mundo que têm as vistas mais lindas que alguém possa desejar ver. Parece exagero ?
Não é! Toda a fama e o prestígio do Rio de Janeiro vem das curvas dos morros, dos verdes, das curvas das praias, do azul do mar se lançando em praias espetaculares de areias branquinhas onde qualquer pessoa pode entrar, sentar, nadar sempre que queira.
Isto visto de cima, subindo aos poucos por trilhas entre a floresta atlântica se torna tão presente em nossas vidas que fica fácil entender como a perda deste privilégio é terrível.
Os traficantes que para o topo das favelas foram enviados por uma decisão de um político tornaram os morros e seus moradores os seus grão-ducados.
Se eu quisesse subir os morros da minha infância e juventude percorrer as suas trilhas e escalar as suas pedras e encostas teria de me sujeitar - talvez e quase certamente - a pedir licença a estes caras para andar por ali.
Coisa que com a natural malandragem carioca - se é assim que se possa denominar esta capacidade de tentar reverter uma decisão de uma autoridade que tem poderes para impedir o seu deslocamento pode ser chamada - tenho a certeza de que acabaria conseguindo.
Mas, depois da ocupação das trilhas pelos traficantes, nunca mais tive disposição de me submeter a esta possível humilhação, no que considerava desde criança o meu território.
Pois bem, a polícia tirou a maior parte dos bandidos do topo dos morros, e acabou com a farra de seu negócio com drogas adquiridas por novos aventureiros que subiam somente os primeiros metros para lá comprarem a maconha e a cocaína necessárias para atingirem o que para eles representava felicidade.
Os caras perderam boa parte de seus negócios e perderam muito de sua moral. Os home deram uma decisão neles, e eles que andavam de um lado para o outro com armas pesadas, posando de donos dos grão-ducados tiveram de se mudar para morros menos nobres em termos de localização.
Pergunto eu: tirar o sofá da sala alguma vez resolveu o problema do marido enganado por sua fogosa companheira que o usava para receber amigos mais íntimos esquecendo juras de fidelidade a seu legítimo esposo???
Não! E a piada de tão velha se tornou na metáfora obrigatória em relação à busca de soluções que não contemplam o problema, mas apenas a aspectos formais em relação a eles.
Alguém pensava que diante da redução de ganhos altíssimos e do status de rei do pedaço como eram vistom por menininhas entusiasmadas com os seus "feitos" fossem se dedicar a novas carreiras honestas, como tornarem-se motoboys, prestadores de serviços simples, ou qualquer outra profissão simples?
Se os franceses que são muito mais educados, com muito mais anos em escolas, dedicam-se a acabar com o Sarkozy por ele aumentar em dois anos o tempo necessário para aposentadoria, imagine o grossão imbecil, que não sabe fazer nada na vida, a não ser andar de um lado para o outro em vielas de onde ele arrecada milhões de reais a cada ano?
O que faltou fazer ?
Com toda a simplicidade de uma resposta curta para um problema complexo, o que não se fez foi eliminar do convívio com a sociedade os bandidos antes instalados nas favelas e nos morros.
Mudamos o sofá de lugar e ele agora está plantado nas vias de grande movimento do Rio e seus ocupantes - os bandidos desprestigiados das favelas - estão queimando carros (matando os donos que se oponham a isto) e tentando mostrar a sua força.
Mas, hoje ao ouvir no rádio do carro do que estava ocorrendo na confluência da Dutra com a avenida Brasil e do que havia ocorrido no dia anterior na linha vermelha não pude deixar de me solidarizar com a atitude de minha mulher ao puxar um terço e a ficar rezando no gigantesco engarrafamento na chegada ao Rio pela Washington Luiz.
- Para que você reza, para os bandidos sumirem, perguntei meio irritado.
- Rezo para ter tranquilidade de percorrer este caminho onde isto pode nos acontecer.
Sábia resposta, mas que deflagrou toda esta minha nova irritação.
É preciso que todos façamos coisas para acabar com isto. Rezar é parte da resposta, mas não é suficiente.
Não vai dar? Dá sim, mas é preciso saber o que as autoridades se dispõem a fazer e a saber o que fizeram a cada dia.
Fique de olho denuncie ou aplauda, mande seus comentários e vamos ver como poderemos reassumir a nossa cidade para nós todos.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Parece que o ÚNICO caminho é a confrontação.
E neste caso nós seremos os espectadores passívos.
Hoje, embora não noticiado com muita ênfase a polícia nas ruas de Niterói e vizinhança tornou uma viagem de Itaboraí até o Leme , onde tenho um eletricista cuidando das instalações do escdritório numa epopéia de 5 horas !!!
Mas, acho que est5a confusão faz parte da solução.
Postar um comentário