Nós da espécie homo sapiens sapiens e o sapiens vem duas vezes, somos uns bichos mutantes. Somos na verdade os ÚNICOS bichos mutantes.
Esta história de que o cavalo surgiu do tamanho de um cachorro e chegou ao que é hoje não serve para provar mutação alguma. Eram cavalinhos pré-históricos e são cavalões atuais.
Nós não, deixamos mais distante o nosso lado primata e nos metemos - ao longo de pelo menos 200 000 anos - num processo de busca de novidades. Desde a novidade da fala, seguida milhares de anos depois - pela escrita.
Inventamos alfabetos, números, cálculos, vontade de prever o que nos reservava o futuro e nos debatemos no presente em relação ao que o presente realmente é.
Li uma frase do Faulkner em que ele jogava na nossa cabeça um conceito radical:
O passado nunca morre. Nem sei mesmo se o passado existe.
De certa forma já que agora temos cada vez mais acesso ao que aconteceu antes e estando diante das mudanças diárias na minha profissão - marqueteiro - quero aproveitar o Almanaque para falar sobre mudanças.
Antes de mais nada devo lembrar que sob o ponto de vista animal - de nossa espécie - não pode haver mal maior a priori do que dizermos, eu sou assim mesmo, o que eu posso fazer?
Se fosse assim ainda estaríamos vivendo como chimpanzés que vivem aparentemente felizes com a sua macaquice.
Nós herdamos dos milhões de avós que tivemos um cérebro que de forma descontrolada traz diante de nossa atenção milhões de informações que podem ou não podem ser correlacionadas entre si pela nossa inteligência.
Quanto mais palavras nós saibamos, quanto mais saibamos dos fatos mais esta cabeça infinitamente maior do que o nosso corpo será capaz de achar correlações.
Os que acham uma correlação mal definida ou mal observada pela maioria correm o risco de virar inventores (inventivos) ou aloprados puros e simples.
O que é preciso, e este é o aconselhamento desta nota, é fazer, é tentar, é buscar a maneira melhor mesmo que a turma em volta ache que o esforço não vale a pena.
Posso garantir que sempre vale a pena, inclusive quando não dá certo.
O sapiens em dupla não foi agregado ao homo sem motivo.
Sócrates que já se foi há mais de 2000 anos, incitava o que veio a se chamar a "dúvida socrática". É mais ou menos responder a uma pergunta com outra pergunta.
Um artifício muito mais eficiente do que dar uma resposta que não deixe espaço para a inteligência do perguntador.
E então?
3 comentários:
Será! Somos mutantes ambulantes desde que nascemos. Não descendo de macaco nenhum pois fui criado a imagem e semelhança de Deus...o passado existiu e o futuro a Deus pertence. Vivo o hoje!
Mutar e mudar, eis a questão...
Acho que isso é o que dá sentido a vida, somos livres!
Precisamos deixar as coisas velhas de lado para que as novas sejam feitas!
A tecnologia muda a cada segundo no mundo, mas o ser humano me a impressão que não. Piaget encontrou respostas no comportamento de seus filhos que se repetem até hoje nos nossos...sem falar no Skinner que estudando o comportamento operante nos da uma amostra de como somos operacionais e menos racionais em muitos aspectos de nossa vida.
É muito mais fácil viver sem mutar ou mudar. Salve os acomodados! Eles se justificam...
A dúvida sempre existirá e nos faz crescer. O que seria da humanidade sem ela?
cada um só muda se quiser. tem chimpanzé que continua lá fazendo macaquices...
Claude Hopkins, o maior redator de todos os tempos (quem tem interesse o suficiente na profissão para que o seu conhecimento atravesse duas passagens de século sabe de quem estou falando) dizia "Sorte daqueles que continuam perto da natureza... é lá que está a verdadeira felicidade!.
O homem é parte da natureza e deveria mudar conforme suas determinações para a espécie, que já são bastante generosas. O conhecimento, o desenvolvimento da tecnologia, são presentes exclusivos para a nossa espécie humana.
Só que esse sentimento de que tudo a nossa volta é cenário nos fez mudar o suficiente para nos afastar um pouco demais do que somos de verdade...
Um outro profissional de criação, um tanto mais recente, Washington Olivetto dizia que nós, de comunicação, não somos pioneiros de nada. Nós entendemos a mudança e comunicamos essas mudanças de acordo com os interesses dos produtos que anunciamos.
Não somos agentes de mudança, somos agentes de verbas! Dura a realidade, né?
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